domingo, 28 de setembro de 2008

Que virada!

Fernando Alonso, o maior vencedor da F1 em atividade, chega à sua vitória de número 20, o que o coloca empatado com o também bi-campeão Mika Häkkinen, sendo o 11º piloto com maior número de vitórias na história da categoria.
Foi sorte? teve um pouquinho, sim. Mas vamos rever esse conceito...
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Ontem mesmo, aqui, fizemos um post rapidíssimo, mostrando uma foto com a desolação de Alonso, após ter ficado sem carro.
Poderíamos dizer que a "sorte" que Alonso teve hoje, na corrida, veio a, no máximo, compensar os problemas de ontem. Revendo, apenas:
Sexta-Feira
Treinos Livres 1: Alonso consegue marcar o sexto melhor tempo, ficando atrás apenas das duas Ferrari e McLaren e de uma BMW;
Treinos Livres 2: Alonso faz o MELHOR TEMPO, superando Hamilton e Massa nos minutos finais.
No somatório dos tempos, Alonso ficou na TERCEIRA POSIÇÃO, atrás apenas de Hamilton e Massa.
Sábado
Treino Livre: Alonso faz, novamente, o MELHOR TEMPO;
Treino Oficial: Alonso faz o sexto tempo na primeira parte da classificação, aquela que serve apenas para "eliminar" os últimos 5 colocados.
Era notório, no paddock e na TV, que Alonso IRIA BRIGAR PELA POLE, e quase indubitavelmente marcaria um dos três melhores tempos, largando junto dos dois postulantes ao título.
Pare tudo. Se você lesse até aqui, você se surpreenderia, em algum momento, se hoje visse que esse mesmo piloto VENCEU A CORRIDA?
Lógico que não.
Mas o que aconteceu foi que, na segunda parte do treino, Alonso NÃO PÔDE MARCAR TEMPO, e ficou em 15º lugar. O piloto ficou completamente desapontado, perdendo todas as chances que tinha, a rigor.
Domingo
E o que ele fez, hoje?
Dos vinte pilotos que largaram, Fernando Alonso foi o ÚNICO a largar comos chamados pneus macios. Pulou de 15º para 11º logo no início e, devido a estar mais leve, foi o primeiro piloto a parar. A partir de então, Alonso só usaria os pneus "duros", enquanto que os outros todos precisariam colocar "macios" em algum momento - o regulamento ordena.
A pergunta: estratégia é sorte?
Alonso, como dito, foi o primeiro a parar, na volta 12, voltando em último. Nelsinho bateu na volta 15. Na volta 15 alguns pararam, e na 16 se iniciaram as paradas dos outros, todos. Ou seja: Alonso parou antes, mas os pilotos todos iriam parar mais ou menos àquela "altura". Ou não foi Felipe Massa que disse que iria parar na volta 15?
Alonso retornou em quinto lugar após todas as paradas se completarem. De qualquer forma, ele retornaria seguramente na zona de pontos. O que o ajudou foi, por exemplo, a Ferrari ter a brilhante idéia de fazer ambas as paradas em seqüência, e o problema de Massa. Outro fato importante: dois dos pilotos que estavam à frente de Alonso ainda não haviam parado.
A parada feita por Alonso foi longa, 9,6 segundos. Desse modo, ele faria para duas paradas, como todos os outros - que fizeram tempos de boxes mais rápidos que Alonso, diga-se. A partir de então, o piloto "sentou a bota", marcou a TERCEIRA MELHOR VOLTA DA CORRIDA, só perdendo para as duas Ferrari. E por muito pouco, coisa de dois décimos pra Kimi, e um para Felipe.
Em resumo: Alonso teria, naturalmente, chego ao pódio numa corrida normal.
Sejamos sinceros, minha gente:
- Alonso já tem 8 pontos a mais que Kovalainen fizera ano passado, com a Renault, restando ainda três provas por vir, e a equipe, graças aos 13 de Nelsinho, já chega aos mesmos 51 do mundial de construtores ano passado...
- A Renault não vencia desde... Japão, 2006 - Alonso ganhara;
- A Renault não largava na primeira fila desde China-2006 (Alonso), e Fernando já o fez, na Espanha, esse ano.
A Renault! Sim, ela mesma, que no começo do ano, não ficava nem entre os 10 primeiros do grid...
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Ora, pois, Alonso não é o único campeão mundial a amargar um ano de jejum: antes dele, vimos Alain Prost passar todo o ano de 1991 sem vencer. Vimos também Nelson Piquet ficar entre Japão 87- e Japão-90 sem ganhar nenhuma corrida... E vimos, sim, Michael Schumacher, em 2005, ter um ano ainda pior.
Alonso conseguiu hoje, uma vitória; isso o coloca em pé de igualdade com o Schumacher de 2005!
- alguém lembra disso?
Há quem fale do pódio de Nelsinho para desmerecer a conquista de Alonso, hoje. Mas, se ele foi tão sortudo quanto o companheiro, foi "mais azarado" que Schumy em Indianápolis-2005 (havia seis carros na pista....)

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Alonso declarou, na entrevista coletiva, que essa foi uma "vitória como nos velhos tempos".
Alonso, assim como Roger Federer e Valentino Rossi, vinha sendo dado por vencido. Mas não se pode fazer pouco caso dele - assim como do tenista e do motociclista.

Galvão ficou o fim de semana todo chamando Hamilton e Massa de "os dois melhores pilotos do mundo na atualidade". Tá bom...

Quem viver, verá (aliás, já viu...)

sábado, 27 de setembro de 2008

Treinos...

Não há muito o que comentar, a imagem diz tudo... O cara esteve entre os 6 no primeiro treino livre, liderou o segundo (ficando em terceiro, no geral); foi o líder, mais uma vez, nos treinos livres de hoje, marcou o sexto melhor tempo na Q1, hoje... e, de repente, o carro para.
Esse ano tá difícil, hein amigo? O melhor piloto da Fórmula 1 atual e o maior vencedor em atividade (bi-campeão, 19 vitórias) tendo que amargar uma verdadeira carroça. Ainda assim, faz o IMPOSSíVEL, e o "trem" sai do trilho...
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Massa na pole, Lewis em segundo, Kimi terceiro. Em Cingapura, mais que nas outras, tudo depende da largada. Se Kimi pular na frente de Hamilton, será uma procissão ferrarista; Se Hamilton se defender, terá uma chance com Massa nos pit stops. Se passar, veremos uma briga dura...
Na "temporada asiática", as coisas tomam os rumos definitivos.
Eu sóestou esperando 2009...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Outros tempos...

Stirling Moss disse, em entrevista essa semana, sobre a punição a Lewis Hamilton: "a F-1 não é mais um esporte e isto é uma das piores coisas que você pode dizer".
Não. Não vamos voltar à discussão sobre se foi justo ou se teve um "quê" de política envolvido. Mas é que essa frase, dita por um dos melhores pilotos de todos os tempos, me bateu uma certa nostalgia, e me fez novamente cair naquela dualidade que cerca os amantes de Fórmula 1: "afinal, isso que amamos é esporte ou negócio?"...
Não estou falando apenas de decisões arbitrárias da federação que influem no campeonato, nem da influência do dinheiro acima de outras questões primordiais naquilo que caracteriza um esporte de verdade.
Me refiro a uma espécie de clima, de sensações, de memórias... de saudade. Isso mesmo, saudade. Como quem sente saudade da infância, das grandes descobertas da vida, de alguém, de um lugar... A Fórmula 1 de hoje não me parece ser algo que nos remeterá a isso dentro de 10 anos, por exemplo.
Junto à frase de Moss, acabei (re)lendo essa coluna do meu amigo Eduardo Corrêa, do GP total: o nome é bem sugestivo: Saudades. Foi escrita ao fim da temporada de 2006. Quem puder, leia, pois é simplesmente maravilhosa, e traz imagens sensacionais.
Cito um trecho curto: "Saudades de ver os pilotos de Fórmula 1 almoçando de quentinha, sentados sobre caixas de ferramentas, os macacões arreados até a cintura para aliviarem o calor. E tomando uns goles de vinho, porque ninguém é de ferro".
É a isso que estou me referindo: um clima muito mais amistoso, humilde, sem afastamentos, proibições, luxos, ostentações... um tempo em que a corrida, o pé embaixo, o cheiro de gasolina, os roncos dos motores, tudo isso era o espetáculo em si, e não apenas parte dele - como é hoje.
Não quero soar chato, nem repetitivo, muito menos moralista. Mas, sim, eu tenho saudade.
"Naquele tempo", obviamente, não havia decisões controversas da FIA de modo a sugerir que este ou aquele piloto, aquela equipe ou outra, deveria levar o título, pelo menos não de modo calculado - mas isso não é o mais importante.
Acontece que naquela época não havia brigas para fazer propaganda de cigarro impedindo que se realizasse o GP da Bélgica em duas temporadas; Não havia nenhum Herman Tike (sei lá como se escreve) para simplesmente "mutilar" uma das melhores pistas da história (Hockenhein); Nem tampouco havia invenções de Grandes Prêmios em lugares onde a Fórmula 1 tem o mesmo peso de um show de calouros; Não havia pilotos que não poderiam nem tirar carteira de motorista e enfiam milhões de dólares numa equipe pequena roubando vagas de talentos promissores...
Quem acompanha o nosso blog deve ter visto, por exemplo, a parte final do especial dos "pódios brasileiros", onde há uma imagem do GP dos EUA de 1991. Naquele pódio estavam juntos 3 dos maiores pilotos da história da Fórmula 1: Nelson Piquet, Alain Prost e Ayrton Senna.
Quem estava lá para premiá-los era ninguém menos que Jean-Marie Balestre, o "todo poderoso", o Bernie Ecclestone da época. E o que vimos foi Senna e Piquet tirando sarro do "chefão": Ayrton fingiu estapeá-lo, enquanto Piquet lhe fez chifrinho e desarrumou a gravata.
Genial. Aquele pódio foi uma cena absolutamente emblemática, pois parecia estar sendo decretado o fim de uma era: não, não falo do simples fato de 3 monstros sagrados estarem reunidos pela última vez - coisa que dificilmente se repetirá -, mas que ali se decretava o fim do romantismo na Fórmula 1.
Tudo bem. Eu sei que nos anos 50 já havia ordens de equipe para trocas de posições e que no fim daquela década Fangio abandonou as corridas porque "percebeu que as coisas haviam mudado" (falando do dinheiro investido na produção dos carros); sei também que já nos anos 60 era possível ver carros pintados com marcas de patrocinadores, e que já exisitiam mentiras e omissões sobre mortes de pilotos nas pistas...
Mas, sei lá, eu acho que a Fórmula 1 era mais "pura". Ainda era um esporte. Foi isso que despertou as paixões de tanta gente ao redor do mundo. E que nos faz continuar acordando todos os sábados e domingos pela manhã para acompanhar pilotos acelerando por uma ou duas horas...
A Fórmula 1 era antes uma paixão, misturando desafio e idealismo, e não um meio de se obter dinheiro, de conquistar poder, e de "maquiar" resultados...
O que dizer, meus amigos, de Berger largando no GP da Austrália de 1988 com pouca gasolina, passando todo mundo em poucas voltas, e depois provocando uma batida com um retardatário para não perceberem a pane seca? Tudo isso porque ele tinha um vôo marcado antes do término da corrida! E o que dizer sobre o novato Jean Alesi dando de besta (no bom sentido) pra cima de Senna em Phoenix-90?
E que tal Nelson Piquet desmaiando no pódio do GP do Brasil de 1982, porque o capacete estava muito apertado e abafou-o? E Senna com as luvas rasgadas e furadas após o GP da Bélgica de 1988 (ver a imagem do nosso perfil) ou sem conseguir erguer o troféu de tanta dor no Brasil-91? E Prost derrubando o champagne no pódio? E Mansell cortando a mão com um troféu? E o mesmo Mansell, no GP dos EUA de 1984, desmaiando ao empurrar o seu carro que travara o câmbio para tentar completar a corrida?
E Prost, fazendo o mesmo na Alemanha em 1986, quando ficara sem gasolina, e levou seu carro até o sexto lugar para poder vencer o título no final do ano por dois pontinhos? E Senna pegando carona com Mansell no GP da Inglaterra de 1991 porque abandonou na última volta? E Jack Brabham, nos Estados Unidos-59, garantindo o título ao empurrar seu carro para um quarto lugar?
E que tal o Marquês de Portago, nos anos 50, ou os Condes Von Trips, anos 60, e Dumfries, anos 80 - esses títulos não são simples eufemismsos - disputando corridas? E milhares de mecânicos e jornalistas atravessando a pista de Monza logo após a largada em 1972? E Piquet dando um arroto no meio de uma entrevista coletiva nos anos 80? E Ronnie Peterson autografando o seio de uma fã no paddock do GP de Mônaco (não lembro exatamente o ano) em meados dos anos 70? E James Hunt comemorando o título de 1976 com uma "latinha"?
Sabemos que essas cenas são absolutamente inimagináveis nos dias de hoje, e não será que hoje em dia esses caras seriam multados, desclassificados, punidos, etc?
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Vou deixar os amigos com uma foto que me impressionou muito, e que, a priori, foi o que originou a idéia de escrever essa coluna:
Grande Prêmio da Argentina de 1960. Ao fundo, vê-se o piloto Roberto Bonomi, argentino, na única prova que disputou na Fórmula 1, pilotando um carro da "Scuderia Centro Sud". À frente, Harry Schell, piloto norte-americano, dirigindo a famosa Cooper que nesse ano daria o bicampeonato a Brabham. Reparem, olhem bem, nesse 'fiscal de pista' jogando-lhe água, e o piloto com a boca aberta esperando engolir alguns mililitros... Essa imagem é tão chocante quanto emocionante. A Fórmula 1 tinha um ar de "Maratona de São Silvestre", e os pilotos ficavam enfurnados em seus carros por duas horas e meia de corrida, debaixo de um calor imensurável, e vencer muitas vezes significava "resistir mais"...
Pois quando eu vi essa foto lembrei que, esse ano, a imprensa inglesa reclamou de uma suposta "falta de fornecimento de água" a Lewis Hamilton no GP da Malásia: "Lewis sofre tortura de água", afirmou o "The Sun"."Lewis Hamilton briga com a desidratação", continuou o "The Times". "Lewis não tem sorte. Nem água", destacou o "The Evening Standart". E o "Daily Mirror" afirmou que o inglês não tinha "nada para beber", mas "andou carregado"...
Coitadinho, né? E se eles vissem essa foto?...
Saudades.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

GP da Itália - Notas dos Pilotos

A vitória de Sebastian Vettel rendeu ao alemão o segundo 10 do F1 Critics: a primeira vez havia sido com Felipe Massa, no GP da Hungria.

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Felipe Massa
Marcel - 6,5

Não se apresentou bem nas últimas duas provas, optando por ser demasiado conservador. Tem dificuldades naturais com pista molhada, mas em nenhum momento optou por ser agressivo. Perdeu posições para carros muito mais fracos.

Cassio - 6

Não se dá bem com pista molhada. Realizou algumas ultrapassagens, mas com um ritmo lento apenas chegou onde largou.

média: 6,25


Kimi Räikkonen
Marcel - 6

Seguramente, é a grande decepção do ano, infelizmente. Não vence uma corrida desde abril (nesse período, tivemos 10 GPs), e não consegue se acertar nos treinos de classificação. Só ganha nota pela volta mais rápida da prova - a 8ª em 14 corridas - e algumas ultrapassagens.
Cassio - 5

Mal nos treinos, mal na corrida. De notável, fez a melhor volta.

média: 5,5

Lewis Hamilton
Marcel - 9
Exagerou em alguns momentos, é verdade, principalmente na disputa com Timo Glock. Mas teve uma exibição fantástica, largando em 15º e fazendo diversas ultrapassagens. Teria seguramente um lugar no pódio, não tivesse de fazer o pit-stop extra no final só pra mudar pneus. Lutou como campeão.

Cassio - 9,5

Mal nos treinos, recuperou-se bem na corrida. Extremamente combativo até o final. Com mais algumas voltas poderia tentar passar Massa e assumir a ponta do campeonato.

média: 9,25


Heikki Kovalainen
Marcel - 6,5

Outra grande decepção, mas esse não gerou nenhuma grande expectativa, pelo menos. Com uma McLaren, sequer atacou Vettel, e acomodou-se num segundo lugar, dando a noção de que estava apenas esperando Hamilton chegar para dar-lhe a vez. Ganha a nota por ter feito uma grande classificação.

Cassio - 6

Apesar do bom desempenho nos treinos, não conseguiu acompanhar o ritmo de Vettel, mesmo tendo o melhor carro do grid.

média: 6,25


Robert Kubica
Marcel - 8

Não fez uma boa classificação, mas foi o melhor dos "postulantes" ao título. Com uma estratégia diferenciada, pulou de 11º para 3º. No campeonato, sustenta uma 3ª posição sólida a frente de uma McLaren e uma Ferrari.
Cassio - 8

Largou bem e com uma ótima estratégia conseguiu chegar merecidamente ao pódio.

média: 8


Nick Heidfeld
Marcel - 7
Tem sido extremamente ofuscado pelo desempenho do companheiro de equipe, mas é um bom piloto. Partiu em décimo, à frente de Kubica, e conseguiu encerrar na 5ª posição. Se manteve a frente de Massa durante a corrida, mas não conseguiu superar Alonso.

Cassio - 6,5

Aproveitou a boa estratégia para ganhar posições. Largou na frente do companheiro, mas chegou atrás.
média: 6,75

Fernando Alonso
Marcel - 8

Tem carregado a equipe nas costas, seguramente: a Renault, no primeiro GP do ano, não conseguiu nem passar para o Q3, e agora, Fernando foi quato colocado em 3 das últimas 4 provas. Nos privamos de ver performances ainda melhores em virtude do carro fraco.

Cassio - 8

Largou bem e trocou os pneus na hora certa. Chegou mais uma vez em quarto. Mas não se engane, a Renault ainda não é a 4ª força do campeonato.

média: 8

Nelson A. Piquet

Marcel - 5

Voltou à velha forma, ficando lá atrás. Terminou em décimo somente em virtude de ter feito uma parada, pois não evoluiu quase nada na corrida. Treino terrível, atrás de Barrichello. A Renault sustenta o único 14 a 0 do ano.

Cassio - 5

Parou nos boxes tarde demais. O décimo lugar foi um bom consolo.

média: 5


Mark Webber

Marcel - 6

Um treino excelente, largando em terceiro. Na corrida, claro, o carro não pôde acompanhar o ritmo, mas pelo menos levou um ponto pra casa.

Cassio - 5

Leão de treino.

média: 5,5

David Coulthard
Marcel - 3

Faltam apenas 4 corridas. Contagem regressiva!

Cassio - 0

média: 1,5

Sebastian Vettel

Marcel - 10
Indescritível. Fez a pole e venceu. Mais jovem de todos os tempos, como vimos aqui. E venceu com uma equipe que não é "de ponta". Trata-se de uma "rising star", como se diz na F-1.
Cassio - 10

Genial !!!

média: 10

Sebastién Bourdais

Marcel - 6,5
Difícil julgá-lo pela corrida de forma exclusiva, afinal terminou em penúltimo uma volta atrás. Mas teve problemas no carro que o fizeram largar nos boxes e já partir com uma volta de desvantagem. No entanto, merece uma boa nota, sim, pelo excelente treino que fez - largou em 4º - e por ter marcado a segunda melhor volta do GP.
Cassio - 7
Ótimo nos treinos, largaria em quarto não fosse pelo câmbio travado. Mesmo em desvantagem, fez a segunda melhor volta da prova.

média: 6,75


Nico Rosberg

Marcel - 5

Um bom treino, mas uma corrida apagadíssima.

Cassio - 4
Bem nos treinos, mal na corrida.

média: 4,5

Kazuki Nakajima

Marcel - 3

Também teve culpa no acidente. O sangue prevalece!

Cassio - 3

Foi tocado por Coulthard.
Jarno Trulli

Marcel - 5

Vinha fazendo uma temporada forte, tendo até subido ao pódio, mas nas últimas duas corridas esteve apagado.

Cassio - 4

Jogou a corrida fora na segunda parada.

média: 4,5


Timo Glock
Marcel - 6

O mesmo comentário feito sobre Trulli valeria para ele. Ganha uma nota melhor por ter sido mais combativo.

Cassio - 4

Rodou na disputa com Alonso. Optou pela estratégia errada, como a do companheiro de equipe.

média: 5


Rubens Barrichello
Marcel- 3

Tirando aquele pódio na Inglaterra e a lidernaça momentânea no Canadá, 2008 é um ano pra esquecer...

Cassio - 2
Nem a chuva pode salvá-lo desta vez.

média: 2,5


Jenson Button

Marcel - 3,5

É, ele ficou na frente do Rubens...

Cassio - 2

mal nos treinos, nada fez na corrida.

média: 2,75


Giancarlo Fisichela

Marcel - 2

Único a abandonar.

Cassio - 3

Se acidentou com Coulthard.

média: 2,5


Adrian Sutil

Marcel -2,5
Último a completar.

Cassio - 2
Fraquinho.

média: 2,25

Pizza!

Ontem iniciou-se o julgamento da apelação da McLaren sobre a punição impostos a Lewis Hamilton no GP da Bélgica. O inglês, que somaria 10 pontos, acabou ficando com seis, pois com os 25 segundos acrescidos ao seu tempo acabou na terceira posição. Com isso, Massa, que completou em segundo - o que lhe conferiria 8 pontos - acabou "herdando" a vitória e somando mais dez pontos.
Hoje saiu o resultado da apelação: a FIA negou, claro. Assim, o campeonato que, com a vitória original teria 82 pontos para Hamilton e 75 para Massa, agora vê-se com 78 a 77, respectivamente. Certamente dá mais "graça" ao campeonato se, faltando 4 corridas pro fim (i.e. 40 pontos em jogo), apenas um ponto separa o líder do vice, do que se fossem 7 pontos de distância.
Interesse, puro interesse.
No entanto, mais uma vez vemos as contradições das decisões da entidade que comanda o negócio-esporte mais famoso do mundo. Vamos refrescar um pouco a memória.
Muitos falaram da estranha avaliação feita pela FIA pois, ano passado, o piloto Vitantonio Liuzzi, então na Toro Rosso, foi punido da mesma maneira no GP do Japão. Ele havia ultrapassado Adrian Sutil com o safety-car na pista e conquistou a oitava colocação. Mas sofreu uma punição, com acréscimo de 25 segundos ao seu tempo de prova...
Mas houve a apelação, e os pontos de Liuzzi foram restituídos. No caso de Hamilton, não. Até aí, nenhum problema, afinal, pode ser que este ou aquele recurso fosse melhor aplicado, e que esta ou aquela infração fosse mais grave. Mas não foi por isso que um recurso antes aceito agora foi negado.
Jornalista questionaram essa diferença no trato, e a FIA deu a seguinte resposta: "Naquele caso [Liuzzi, Japão-2007], nenhuma das partes envolvidas levantou a inadmissibilidade da apelação". Em outras palavras, como a equipe de Adrian Sutil (então Spyker), o ultrapassado, não questionou a validade do recurso da Toro Rosso, a Corte de Apelação entendeu que o recurso era "admissível".
Pizza muito bem temperada. São 3 ingredientes:
1- A Ferrari questionou a validade do recurso da McLaren e... pronto.
2- A FIA decidiu que a McLaren irá pagar os custos do tribunal...
3- A gravação do diretor da prova, Charlie Witting, que dizia que a manobra NÃO GERARIA PUNIÇÃO foi ignorada.
Vai aí uma fatia?

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sobre publicações alheias...

Flavio Gomes , jornalista conhecido no meio automobilísitico (ESPN Brasil, Lance!, e Grande Prêmio) tem 20 anos de coberturas de F1. É conhecido, ao mesmo tempo, por seu humor ácido e por suas longas análises.

Ao comentar em seu blog sobre a vitória - maravilhosa - de Sebastian Vettel nesse último GP, Gomes decretou que tal feito havia sido "superior ao que Senna fez em Mônaco, 1984". Como, infelizmente, muitas pessoas não sabem diferenciar comparação de crítica, vários foram os que escreveram indignados par ao jornalista, muitos até usando-se de palavras de baixo calão.

Gomes, que não é de levar desaforo pra casa, não fez por menos e publicou o artigo que vocês podem ler clicando aqui.

Em "resposta" a isso, escrevi lá meu desabafo. Não, eu não fiquei "indignado" por ele ter dito que um dia na vida alguém fez algo melhor do que o que Senna fez. O que rebati foram os argumentos por ele usados, e principalmente o tom no qual foram usados. Criticar, comparar, elogiar, todo mundo pode - e deve - Sr. Gomes.

Mas, como você mesmo reclamou dos leitores, sem ofensa.

Segue meu comentário.

///
Caro Flavio,
como já disseram por aí, você:
a) sim, sempre que pode, menospreza o Senna;
b) sim, "essa discussão" esfriou, mas quem mais a ressuscita, em todos os campos da mídia, é você.
Parece um leitor seu que escreve aqui, que fala de qualquer coisa diminuindo o Alonso. você faz o mesmo, com relação ao Senna.

Veja bem, isso tudo que você escreveu [aliás, reclamou] pode até ter seu fundo de verdade, mas aí eu te pergunto: por quê? por que você inisiste nisso, Flavio? por que você compara tanto o senna ao schumacher? por que você cutuca tanto as "viúvas" - você se orgulha de ter sido um dos principais disseminadores desse apelido? - se dando ao trabalho de escrever um texto assim? por que você busca, sempre, relativizar, como diz, os feitos do Senna?

Se tu, como disseste, querias só e unicamente enaltecer o Vettel (e, para 'provar' isso, diz que a vitória-prima do Vettel foi maior que a de Schumacher, Alonso e Fisichela), qual a necessidade de citar essas outras vitórias? qualificasse-a como, simplesmente, um dos maiores feitos de todos os tempos. Dissesse que Vettel 'tem futuro'.

E será, Flavio, que tudo isso que você falou com relação à "idolatria" a Senna, a santificação dele, que, na sua opinião, o tornam maior do que seus feito somente [sic] porque ele morreu na pista, acontece no Brasil? Será? Que poder tem Galvão Bueno? Seria ele um dos homens mais influentes do mundo? Seria ele equiparável ao Papa e ao presidente dos EUA? Pois ele influenciou ingleses, italianos, paraguaios, holandeses, japoneses, portugueses… Sim, você sabe que em todos esses lugares "Senna é mais". Mas, claro, você vai dizer que "na Inglaterra, é por causa da McLaren, na Itália, porque morreu em San Marino, no japão, por causa da Honda"… ok.

o Senhor lembra de um amistoso entre a seleção brasileira e o PSG, não lembro se fim de 1993 ou início de 1994, quando Senna deu o "pontapé inicial" da partida? O estádio inteiro o aplaudiu de pé. Não, isso não era no Maracanã com cobertura ao vivo da Globo.

Era na França, terra do Prost.

Mas será mesmo, Flavio? Por que será que Gilles Villeneuve já foi inúmeras vezes apontado, pelos torcedores, como maior ídolo da história da ferrai, mesmo tendo vencido menos GPs que Barrichello ou Massa e jamais ter conquistado título?

E eu tenho certeza que muita gente te escreveu, ora concordando com você, ora falando que o feito de Senna foi, sim, melhor que o de Vettel mas sem te chamar de herege, sem ter os famosos "chiliques" que você tanto antecipa. Por que você não se atém às opiniões desses leitores?

Flavio, não tem essa de "quem é fã de Senna não entende de F-1, foi abduzido pela Globo, só conhece ele e pronto". Claro que existem alienados, mas esses são a minoria. Tenho certeza que a grande parte dos fãs de Senna (re)conhecem e dimensionam exatamente cada um de seus feitos. Se, tendo-os na certa medida, consideram Ayrton o "maior de todos", é opinião.

amigo, você só comete um erro: combate o fanatismo com fanatismo. você tenta se mostrar imparcial - despojando-se da alcunha de patriota e "tendo de admitir" que um "de fora" é melhor que o "Nosso"… Por que você não admite que é FÃ de Schumacher? Você é jornalista, mas age como uma das viúvas que tanto critica.

Mas se, realmente, você queria comparar os feitos - e teria todo o direito de DEMONSTRAR COMO E POR QUÊ, na sua opinião, a de Vettel foi melhor - por que não compara a qualidade de seus carros? a posição das equipes no campeonato de construtores? as características das pistas? as posições de grid? as melhores voltas registradas por cada um? o número de campeões na pista? os adversários a serem batidos? a potência dos motores? a experiência de cada um na F1.

sabe, acho que a corrida de Vettel, domingo, foi, na verdade comparável ao desempenho de Senna em Estoril/1985: era a 17ª corrida de Senna, essa de Vettel foi a 22ª. A Lotus era a 4ª equipe (ou era a melhor? desculpe…) a Toro está ali, entre 4ª e 6ª.

Você poderia comparar, por exemplo, a corrida de Senna em Mônaco/84 à de Vettel na China de 2007. Lembra? E ora, podeser que a de Vettel tenha sido melhor, eu diria… Era a 7ª ou 8ª corrida dele, e ano passado a Toro estava muito pior das pernas do que em 2008… Que tal?

Eu sou umgrande fã de Ayrton, mas considero Fangio o melhor da história; considero a ultrapassagem de Piquet sobre Senna em 1986 uma das coisas mais lindas de todos os tempos, mais que todas as ultrapassagens de Senna; considero a vitória de Schumacher na Bélgica em 1995 maior que a de Senna no Japão em 1988; considero a primeira volta de Alonso na Hungria em 2006 tão genial quanto Senna em Donington 93...

Mas não considero a vitória de Vettel em Monza/2008 maior que a de Senna em Mônaco/1984. Só por isso você vai dizer que eu "sou influenciado pela Globo", "tenho chiliques", "não entendo nada de F1″? Por quê, cara?

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Os "Mais Jovens"

A vitória de Sebastian Vettel suscitou lembranças sobre quem foi o mais jovem piloto a vencer uma corrida na Fórmula 1, fato que tem sido muito divulgado. O F1 Critics vai agora relembrar as principais marcas de "juventude" na Fórmula 1, desde uma simples participação em GP até a conquista do campeonato mundial.
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Largada
O mais jovem piloto a largar em um GP é William (Billy) Garret que, no Grande Prêmio de Indianápolis de 1950, tinha 17 anos, 1 mês e 6 dias (!!!). Porém, nos anos 50, pilotos que disputavam Indy normalmente não corriam as outras etapas do calendário, e vice-versa.
Explica-se: no começo da década, as 500 milhas de Indianápolis faziam parte do calendário de Fórmula 1. Porém, muitos pilotos não viajavam para os EUA nessa data, e 95% do grid era formado apenas por americanos, que não conseguiam se classificar (nem tentavam) para o circuito europeu.
Desse modo, o mais jovem da história a largar em um GP de Fórmula 1 foi Mike Thackwell que, no GP da Holanda de 1980, alinhou no grid uma Tyrrel quando tinha apenas 19 anos, 5 meses e 1 dia.
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Classificação
O mais jovem piloto a terminar um GP é Fernando Alonso. Com sua incrível Minardi, Alonso, aos 19 anos, 8 meses e 5 dias, terminou na 12ª posição o Grande Prêmio da Austrália de 2001, justamente a primeira corrida do piloto espanhol na Fórmula 1 – que, por questão de 3 meses, não foi o recordista de largar mais jovem.
Naquela corrida, Fernando havia largado na 19ª posição, o que, para uma Minardi, é esplendoroso: ele largou à frente de Tarso Marques, seu companheiro de equipe, que foi o 22º (último). Fernando fez um tempo 2s571 melhor que o parceiro! Claro que Tarso Marques não é o melhor parâmetro, mas uma diferença tão grande, com o mesmo equipamento...
Alonso também partiu à frente de Gastón Mazzacane (20º), piloto da Prost, e de Luciano Burti (21º), que pilotava uma Jaguar. Ambos fizeram tempos no mesmo segundo (1m30s) de Alonso, o que reforça a idéia de massacre a Marques.
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Pontuação
A exemplo do recorde de largada, esse "quesito" também é discutido (e aqui com duas versões diferentes): se analisarmos superficialmente, o recorde pertence a Sebastian Vettel: No GP dos EUA de 2007 (quando o estreava substituindo o acidentado Robert Kubica), o alemão chegou na 8ª posição, somando, assim, um ponto. Tinha o jovem piloto 19 anos, 11 meses e 14 dias.
Porém, foi somente a partir de 2003 que o 7º e 8º colocados passaram a somar pontos. Se formos levar em conta esse aspecto, o mais jovem pilotos de todos os tempos a terminar uma corrida entre os 8 primeiros foi Chris Amon: No Grande Prêmio da França de 1963, Amon foi o 7º colocado com um RHH Parnell; tinha ele 19 anos, 11 meses e 9 dias.
Já se levarmos em conta a pontuação como era até o ano de 2002 - até o sexto colocado -, o inglês Jenson Button, hoje parceiro de Barrichello na Honda, seria o mais jovem: no GP do Brasil de 2000, seu segundo na categoria, Button completou a prova na sexta posição pilotando a renascente Williams. Ele tinha 20 anos, 2 meses e 7 dias naquela corrida.
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Pódio
Esse recorde é um dos três que de agora em diante serão pertencentes a Sebastian Vettel, e um dos três em que ele desbancou Fernando Alonso nesse último GP de Monza: no Grande Prêmio da Malásia de 2003, o segundo daquela temporada e 19º da carreira do espanhol, Alonso chegou na terceira posição com 21 anos, 7 meses e 24 dias. Agora, na Itália, Vettel atingiu o feito com 21 anos, 2 meses e 11 dias.
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Pole-position
A descrição é praticamente a mesma do recorde de pódios, mudando apenas em um dia a data, tendo em vista que os treinos acontecem aos sábados e as corridas aos domingos. Vettel é o mais jovem piloto a marcar pole-position em todos os tempos, com a brilhante marca de 21 anos, 2 meses e 10 dias. Alonso detinha o recorde, com 21 anos 7 meses e 23 dias.
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Volta mais Rápida
Nico Rosberg estreou na Fórmula 1 no GP do Bahrein de 2006 e logo nessa corrida marcou a melhor volta. Tinha o alemão apenas 20 anos, 8 meses e 18 dias.
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Vitória

A marca mais comentada do fim-de-semana. Vettel superou a marca de vencedor mais jovem da Fórmula 1. E, tal qual as outras duas marcas, o detentor anterior do recorde era Alonso. Mas diferentemente do espanhol, Vettel obteve as três marcas numa mesma corrida.
Alonso, embora fosse pole e chegasse ao pódio no GP da Malásia, levaria mais alguns GPs para vencer: o fez na Hungria, em 2003. Tinha, então, 22 anos e 26 dias. Vettel atingiu o feito com a mesma data citada nos pódios: 21 anos, 2 meses e 11 dias.
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Título
Embora tenha perdido o recorde de precocidade no que se refere a um único GP, Alonso ainda mantém a melhor marca de idade para vitória num campeonato. Quando, em 2005, o espanhol sagrou-se campeão do mundo em Interlagos, com 2 provas de antecipação, tinha apenas 24 anos, 2 meses e 1 dia.
Esse recorde, por muitos anos, pertenceu a Emerson Fittipaldi. Quando, em 1972, Emerson foi campeão do mundo em Monza, tinha 25 anos, 9 meses e 28 dias. Esse recorde de Alonso será quebrado esse ano caso Lewis Hamilton seja campeão mundial: o inglês, nascido em 7 de janeiro de 1985, terá completado 23 anos, 9 meses e 26 dias no GP do Brasil desse ano, 4 meses a menos do que Alonso tinha em Interlagos-2005.
Mas Alonso também possui seu nome registrado como o mais jovem bi-campeão (dois títulos sequenciais) de todos os tempos: no GP Brasil de 2006, Alonso tinha 25 anos, 2 meses e 23 dias. Esse recorde parece ser mais difícil de quebrar do que o primeiro.

domingo, 14 de setembro de 2008

GP da Itália - Parte III

E ele conseguiu!

Sebastian Vettel, equipado com uma Toro Rosso, que é apenas a 6ª melhor equipe, o jovem alemão de 21 anos, 2 meses e 11 dias vence pela primeira vez na categoria. Com essa idade, supera o recorde de Fernando Alonso e se torna o mais jovem piloto a vencer uma corrida de Fórmula 1 em todos os tempos.

Alonso, aliás, fez questão de ir cumprimentá-lo ao fim da corrida, dando mostras avessas da pretensa arrogância que tentam lhe imputar. Para quem duvida, Alonso, por protocolo, não poderia ter entrado no local, reservado apenas aos três primeiros colocados.

Já era tempo: No GP da China de 2007, Vettel largou em 17º e encerrou em 4º. Numa corrida com pouquíssimos abandonos. Com a mesma Toro Rosso. Que não era nem a sexta melhor equipe. E na chuva. Vettel é bom de chuva: além desse GP da China, conquistou esse ano, em Mônaco, um 5º lugar, debaixo d'água.

Em vista do campeonato atual, a mudança de equipe de Vettel da Toro Rosso para a Red Bull parece furada: há alguns GPs que a STR superou a RBR em performance. Temo pelo que isso possa representar na carreira do jovem alemão, todavia creio que da mesma forma que a Toro cresceu com ele, da mesma forma a RBR irá melhorar.

Webber deverá se aposentar ano que vem.

A corrida

Foi bom o GP. Tivemos várias ultrapassagens, os principais nomes do campeonato muito atrás, tendo de lutar. Depois de Vettel, o melhor do GP foi Hamilton. Largando em 15º, o piloto chegou em 7º, só não chegando mais à frente porque teve de fazer uma parada a mais que planejado, para trocar pneus.

Hamilton sabia que teria de se arriscar, pois largava no fundo do grid, e Massa vinha em sexto. Isto é, se assim continuasse, Massa passaria o inglês na tabela por 1 ponto, assumindo a liderança.

A sorte de Hamilton é que estava chovendo: sorte dupla, aliás. Sorte porque ele, Hamilton, é bom na chuva, e naturalmente iria conseguir melhorar posições. E sorte também porque Felipe Massa e chuva são coisas que não se entendem, e isso faria - como fez - com que Massa dificilmente somasse mais pontos que os 3.

Aliás, Massa só foi sexto graças à "não largada" de Sebastien Bourdais: não fosse isso - e a parada "extra" de Hamilton - Massa chegaria, no máximo, em oitavo. Fernando Alonso, com a fraca Renault, terminou à sua frente, com mais um ótimo quarto lugar, ultrapassando Trulli na classificação geral, e recolocando a Renault como 4ª colocada no campeonato. O espanhol carrega o time nas costas.

Kimi Räikkonen, pra variar, marcou a volta mais rápida da corrida: é a 8ª em 14 GPs esse ano, o colocando cada vez mais próximo à marca de Alain Prost. Mas, de que adianta? Kimi, mais uma vez, não pontuou, e agora está cada vez mais fora do campeonato.

Kubica, que lhe havia ultrapassado na Bélgica, agora com o terceiro lugar amplia sua vantagem para o finlandês para 7 pontos. Nick Heidfeld, também da BMW, já foi a 53, e está a apenas quatro de Kimi. E o compatriota do piloto ferrarista, Heikki Kovalainen, também se aproxima de Raikkonen na classificação: hoje foi segundo colocado, ficando somente 6 pontos atrás.
Agora faltam 4 corridas, Massa e Hamilton separados por apenas um ponto, equilíbrio total (obrigado, FIA!). Os dois são os únicos postulantes à taça, embora Kubica, matematicamente, tenha chances, e Raikkonen afirme não ter desistido. Mas paece que, realmente, a renovação do contrato de Kimi é algo pró-Massa, em retribuição ao ano passado.

Classificação

Pilotos

01) Lewis Hamilton - 78
02) Felipe Massa - 77
03) Robert Kubica - 64
04) Kimi Räikkonen - 57
05) Nick Heidfeld - 53
06) Heikki Kovalainen - 51
07) Fernando Alonso - 28
08) Jarno Trulli - 26
09) Sebastian Vettel - 23
10) Mark Webber - 20
11) Timo Glock - 15
12) Nelson Piquet - 13
13) Rubens Barrichello - 11
14) Nico Rosberg - 9
15) Kazuki Nakajima - 8
16) David Coulthard - 6
17) Sebastien Bourdais - 4
18) Jenson Button - 3
19) Adrian Sutil/Fisichella - 0

Construtores

01) Ferrari - 134
02) McLaren - 129
03) BMW - 117
04) Toyota - 41
05) Renault - 41
06) Toro Rosso - 27
07) Red-Bull - 26
08) Williams - 17
09) Honda - 11
10) Force India - 0

sábado, 13 de setembro de 2008

GP da Itália - Parte II

Há questão de dois meses, anunciamos aqui que Sebastian Vettel havia assinado seu contrato com a Red Bull-Renault, para correr lá ano que vem. Escrevemos, nesse post, que o menino vai ser campeão mundial, ainda.
Reafirmo isso, hoje: no GP da Itália de 2008, Sebatian marcou a primeira - e provavelmente única - pole da história da Toro Rosso; Marcou a primeira - e indubitalmente uma de várias - pole da sua vida. Tornou-se, com isso, o MAIS JOVEM PILOTO DA HISTÓRIA a marcar pole.
Sebastian Vettel supera a marca obtida por Fernando Alonso quando, no GP da Malásia de 2003, o espanhol fez o melhor tempo nos treinos com 21 anos, 7 meses e 22 dias. Vettel alcançou o feito com 21 anos, 2 meses e 10 dias. Em GPs, porém, Vettel não supera Alonso: Fernando levou 19 corridas até a pole, Vettel alcançou a marca na 22ª.
Vettel já havia conseguido, no GP dos EUA-2007, a marca de "pontuador mais jovem", e agora empata com Alonso no número de "Recordes de precocidade": Alonso permanece com o recorde de vencedor mais jovem, e dificilmente será superado. para isso, Vettel teria de ganhar um GP até meados do ano que vem. E com uma Red Bull, as chances se tornam ínfimas.
Já o recorde de campeão mais jovem, também de Alonso, pode ser qubrado esse ano por Hamilton: caso leve a taça em 2008, Hamilton terá 4 meses a menos que o Alonso de 2005. (Sobra, ainda, o recorde de bicampeão mais novo: Alonso também é o dono).
Com a renovação de Kimi para 2010, Kimi deve mesmo parar ao fim de seu contrato. resta saber se Massa conseguirá renovar... Em todo caso, me arrisco, aqui: Vettel corre na Ferrari em 2011. E dependendo da situação de Felipe, pode ser que pinte uma dupla dos mais jovens poles da F-1...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

GP da Itália

Curtinhas:

- Kimi Räikkonen prorrogou seu contrato com a Ferrari por mais um ano. Assim, duas podemos ter certeza de que, conforme o que acontecer na corrida, Kimi já está disposto e posto a ajudar Massa na busca do títulos;
- Alonso fica sem o sonho vermelho por pelo menos mais um ano, e tem três opções claras: assinar com a BMW, conforme foi noticiado em um canal italiano essa semana; permanecer na Renault, "acreditando no que eles dizem"; ou ir para a Honda, e satisfazer o sonho de Ross Brwan.
- Os pilotos farão uma homenagem ao sueco Ronnie Peterson, antes da corrida desse domingo: o lendário piloto, vencedore de 10 GPs de Fórmula 1 e duas vezes vice-campeão, é considerado um dos mais espetaculares de todos os tempos. Faleceu em Monza, 1978.
- A prova deve mesmo acontecer sob chuva, em algum momento; Nos treinos livres de hoje, na primeira sessão tivemos os pilotos do fundo andando na frente (Duas Force India e uma Honda nas 3 primeiras posições), mostrando que não devemos levar em conta; na segunda, embora a pista não estivesse seca, vimos Kimi marcar o melhor tempo, seguido de perto pelas duas BMW e Hamilton; Massa foi sexto.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

GP da Bélgica - Nota dos Pilotos

O F1 Critics resolveu fazer um metacomentário sobre a corrida: iremos apenas dar nossas notas, e transcrever a frase mais marcante de cada piloto no fim-de-semana; curiosamente, elas são o resumo perfeito do que foi a corrida para cada um deles...
Desde que começamos a fazer o "ranking", Felipe Massa vinha obtendo as melhores notas, e Hamilton vinha ficando em segundo. Dessa vez, um tríplice empate entre Hamilton, Alonso e Raikkonen, com média 8.75.
Massa segue líder do "campeonato F1 Critics" - ele deve estar muito preocupado -, pois obteve as maiores médias já registradas aqui: 10 na Hungria, e 9,5 em Valência. Somando aos 6.5 de agora, fica com 8.67. Lewis é o vice, com 8.58 na média geral.

///

Felipe Massa

Cassio - 6
Marcel - 7

"eu parecia um bundão guiando"

média: 6.5

Kimi Räikkonen

Cassio - 9
Marcel - 8.5

"o segundo lugar não me interessava"

média: 8.75

Lewis Hamilton

Cassio - 8.5
Marcel - 9

"não fiz nada de errado"

média: 8.75

Heikki Kovalainen

Cassio - 6
Marcel - 6

"Corridas são corridas"

média: 6

Robert Kubica

Cassio - 6.5
Marcel - 6

"a equipe tem que olhar mais pra mim"

média: 6.25

Nick Heidfeld

Cassio - 9
Marcel - 8

"falei para eles: 'ou vai ou racha'"

média: 8.5

Jarno Trulli

Cassio - 5
Marcel - 5

"tive azar"

média: 5

Timo Glock

Cassio - 6
Marcel - 6

"estou contente em ter pontuado pela 3ª corrida seguida" (mal sabia ele que...)

média: 6

Mark Webber

Cassio - 6
Marcel - 6

"estou contente em ter voltado a pontuar" (depois que deram o presente do Glock...)

média: 6

David Coulthard

Cassio - 4
Marcel - 3

"eu vou me aposentar esse ano"

média: 3.5

Fernando Alonso

Cassio - 9
Marcel - 8,5

"fiz o máximo que podia"

média: 8.75

Nelsinho Piquet

Cassio - 6
Marcel - 4,5

"pisei na linha branca"

média: 5.25

Sebastian Vettel

Cassio - 7
Marcel - 7

"se não fosse o Alonso me passar na última curva..."
média: 7

Sebastién Bourdais

Cassio - 7,5
Marcel - 8
"é bom voltar a pontuar"

média: 7.75

Nico Rosberg

Cassio - 6
Marcel - 5

"não foi uma corrida muito empolgante pra mim"

média: 5.5

Kazuki Nakajima

Cassio - 3
Marcel - 3

"preciso me adaptar às pistas"

média: 3

Jenson Button

Cassio - 4
Marcel - 4.5

"foi um fim-de-semana difícil"

média: 4.25

Rubens Barrichello

Cassio - 4
Marcel - 4

"eu perdi a 6ª marcha"

média: 4

Giancarlo Fisichella

Cassio - 3
Marcel - 4,5

"O 17º lugar não foi tão ruim assim"

média: 3.75

Adrian Sutil

Cassio - 5
Marcel - 5

"foi uma corrida forte para nós"

média: 5

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Como diria Hamlet...

"Há algo de podre no reino da Dinamarca". Essa é uma das frases mais famosas de um dos escritores mais famosos de todos os tempos. William Shakespeare definiu, em 'Hamlet', a angústia e a dúvida. E o personagem constatou que havia algo de errado naquele reino que, de longe, parecia a perfeição.
Custo a crêr, mas às vezes creio: somos reféns. Nosso mundo vive na sombra da manipulação. Na última Olimpíada, ouvimos muitas criticas à China, que tentava manipular, mascarar, maquiar, coisas erradas que aconteciam no país e nos jogos, como ao simplesmente ignorar um acidente ocorrido com um atleta, e não ceder uma informação sequer sobre seu estado de saúde ou localização.
Agora, também, apareceu aquela história de que a vitória da Seleção Brasileira sobre Gana na Copa de 2006 teria sido "arranjada"; há os problemas referentes à vitória da Argentina sobre o Peru em 1978; Há a vitória da Inglaterra, em 1966, na decisão contra a Alemanha; E suspeitas rondam a mesma Alemanha, contra a mencionada Argentina, na final de 1990. Jogos que parecem ter sido "previamente acertados". Isso para ficar apenas no principal campeonato, por futebol tem milhares de casos desses...
E na Fórmula 1, como vimos, não é diferente: campeonatos de 1989, 94, 97, 99, 2006 e 2007 [para ficar apenas nos últimos 20 anos], com "um dedinho" da Federação para modificar a história. Curiosamente, só nos dois primeiros que ganhou quem "eles" queriam; nos outros, erros do beneficiado ou superação do prejudicado fizeram com que prevalecesse a questão "braço".
E esse ano, como vai ser? Será mais um campeonato com a "mancha" do tapetão? Massa será um campeão (i)moral? Hamilton conseguirá "dar a volta por cima"? Ou será que a Ferrari não está sendo beneficiada e A dupla FOM/FIA só tem culpa de ser demasiado correta e justa?...
No post anterior, mencionamos uma frase do tricampeão mundial (1969/71/73) e recordista de vitórias por 14 anos (1973 a 1987), Jackie Stewart. No GP de Valência (ao comentar a multa de Massa), o escocês disse que: "aos olhos de muitos, isso [a decisão dos comissários] mostra mais uma vez que, em tais casos, a Ferrari tem tratamento diferenciado".
Pergunto: até que ponto a opinião de Stewart deve ser levada em conta?...
Não sei, mas hoje um outro tricampeão, Niki Lauda (ferrarista roxo, sendo piloto e depois diretor técnico por anos) disse: "Esse é pior julgamento na história da Fórmula 1 (...) É o julgamento mais pervertido que eu já vi". Segundo Lauda, "é absolutamente inaceitável quando três funcionários (os comissários da prova) influenciam o campeonato desta forma"...
Então, Stewart > Marcel; Lauda > Cassio, certo?
Recomendaria, muito, que lessem a matéria publicada hoje no GrandPrix: o site traz a seguinte manchete: "A Fórmula 1 dá um tiro no próprio pé", traduzindo literalmente. É muito interessante ler pois se trata de um site com anos de existência, e que é uma verdadeira fonte de registros históricos.
Independente disso, é ver uma matéria "de dentro" do paddock, isto é, de quem ouve e vê como as coisas acontecem por lá. A matéria começa relembrando o "incidente" Massa-Sutil e diz que "uma penalidade nesses casos normalmente seria a de um Stop&Go de 10 segundos, mas só houve multa". E foi exatamente isso o que Sir Stewart disse.
Em seguida, eles começam a falar sobre aquilo que, nos corredores da F-1, é conhecido como "a regra do carro vermelho". Longe de ser uma piada, esse sentimento é muito forte entre todos que lá transitam.
Transcreverei aqui o trecho que considerei mais importante: "goste a FIA ou não, há uma crença imutável de que a Ferrari sempre é favorecida por aqueles que tomam as decisões, especialmente quando a McLaren está envolvida. A insitituição nega isso, mas quem mais acredita? Ocorreram tantas decisões desse tipo, que a de hoje em si é irrelevante (...) As pessoas já não acreditam mais que haja justiça e retidão. E isso é assustador porque, se deixarem de acreditar no esporte, então estaremos completamente perdidos".
Há algo de podre no reino da Fórmula 1? Há algo de podre no esporte? Há algo de podre no mundo? Há algo de podre no ser humano? Infelizmente, parece que sim.

domingo, 7 de setembro de 2008

Vergonha

A Fórmula 1 de antigamente está de volta. Não, não falo de emoção. Falo de manobras políticas, decisões equivocadas, favorecimentos descarados.
Hamilton, vencedor do GP da Bélgica, foi punido com um acréscimo de 25 segundos no seu tempo, e caiu para a 3ª posição na corrida. Com isso, chega a 76 pontos, contra 74 de Massa, que foi declarado vencedor.
Com o resultado normal, líamos 80 a 72 na tabela.
Kimi Räikkonen, agora está fora da dispta pelo título. Com 17 pontos a menos que Massa, e 19 para Hamilton, a equipe italiana deve privilegiar o brasileiro, e assim teremos um campeeão mundial e que quase venceu Schumacher em 2003 (vice por dois pontos) como segundo piloto.
Kimi, diga-se, fez uma ótima corrida, passando de quarto para primeiro em duas voltas, dominando toda a prova, e lutando como um cavalheiro.
"O segundo lugar não me interessava", disse. Me lembrei do Senna no GP do Brasil de 1994.
Se havialguém que merecia essa vitória hoje, esse alguém é Kimi Räikkonen.
Mas o que contesto é a decisão da FIA: já na corrida passada, vimos a política dar as caras: o incidente de Massa com Sutil rendeu apenas uma multa de 10 mil euros para Felipe Massa - algo como cinco reais, pra mim.
Quem contestou essa decisão - apenas uma multa - não foi esse blog, mas JACKIE STEWART, tri-campeão de Fórmula 1: "percebemos que as punições mudam quando se trata da Ferrari".
Acho que Stewart é uma personalidade muito grande para dizer isso, e sua opinião deve ser levada em conta. A nossaa? nem tanto. mas, quem puder, leia.
///
Ano passado, vimos vergonhosas punições a Alonso (Hungria), e não punições a Hamilton (Japão), fatos que deram a chance de Hamilton lutar pelo título até o fim, mas perder por erros próprios.
Apenas para lembrar, nesse GP do Japão, Lewis bloqueou Sebastian Vettel seguidamente nao momento em que o Safety-car estava na pista, e causou um acidente entre o jovem alemão e outro piloto. Não foi punido por nada.
Além disso, a punição que deram a Alonso na Hungria, é muito bom lembrar, não estava baseada em NENHUM ARTIGO OU ITEM DO REGULAMENTO DA FIA. Foi apenas uma forma de dar satisfação.
E tem mais uma: nos treinos do GP do Brasil, Hamilton usous DOIS JOGOS de pneus de chuva, e o regulamento é expresso que só pode um. Chamaram ele para "dar explicações". Foi punido? Não.
"Ahhh, então como que a FIA favorece o Hamilton num ano, e depois prejudica?"...
Calma lá.
A FIA é comandada por um homem chamado Max Mosley. Bernie Ecclestone é o outro chefão, da FOM. Ano passado, Ecclestone queria Hamilton. Mosley também. Pois a Fórmula 1 tinha muito interesse em que o primeiro piloto afro-descendente fosse campeão mundial.
Mas aquela conversa de espionagem, etc, fez com que uma punição se exigisse. Não houve modificação na pontuação dos pilotos, de modo que Hamilton permanecia com candidato - favorito - ao título.
Porém, não é segredo pra ninguém que a punição com a perda do títulos de construtores e a astronômica multa de R$ 100 milhões da McLaren ano passado, foram um duríssimo golpe em Ron Dennis.
Esse ano, Max Mosley se envolveu no famoso episódio das orgias, em que inclusive se caracterizava de nazista. E surgiram muitos boatos em torno do fato de que poderia ter sido Dennis a "patrocinar" a matéria, trazendo à tona os deslizes de Mosley, fazendo o "chefão" "colocar as mangas de fora".
Puniram o Hamilton, depois do GP do Canadá, com 10 posições no grid de largada da França. Hamilton fez "bobagem"? Fez. Mas em 2007 ele não teria sido punido. Como não foi, vide os exemplos que citei no início.
E aí entra a questão grande: jogo de interesses. Se querem a Renault, manipulam para isso. Se querem o oitavo título de Schumacher, trabalham para isso. Se querem a McLaren campeã com o primeiro negro da história, fazem de tudo para que isso aconteça. Se não querem que Senna seja campeão mundial, ele não vai ser e pronto. Se querem Schumacher e a Benetton, tá lá!
Lembro agora de algumas decisões controversas da FIA:
1989 - Ayrton Senna vence o GP do Japão. Como cortou caminho para voltar à pista, não completou a volta X, e, com isso, não pode ganhar o GP. Senna recebeu a bandeirada, seu nome apareceu no vídeo, mas o chefão da época - que foi substiuído por Max Mosley! - decidiu que não seria assim. Senna estava desclassificado. Prost foi campeão, então.


1994 (ainda vamos falar muito sobre essa temporada cabulosa) - A Benetton de Michael Schumacher vinha com diversas infrações de regulamento, como alteração na bomba de gasolina, tomando vantagens nos pit-stops, uso do controle de tração, controle de largada, e outras manipulações como GP da Inglaterra, quando burlaram a bandeira preta. A equipe permaneceu no mundial, e não teve exclusão, como a pequena Tyrrel sofreu em 1984.
1997 - Villeneuve chega ao GP do Japão, penúltima etapa, com NOVE pontos de vantagem para Schumacher. Em resumo, poderia ser campeão já em Suzuka. Do que ele precisava? Terminar UM ponto a frente de Schumacher. Nos treinos livres, Jacques é excluído do GP do Japão - ele ia correr, mas sem marcar pontos!!!!!!!!!!!!!! Motivo: era reincidente no desrespeito à bandeira amarela. Um piloto parou o carro na pista, os comissários sinalizaram a bandeira amarela e ao passar por lá Villeneuve não reduziu a velocidade, ao menos como desejavam os comissários, que o reportaram ao diretor de prova. Schumacher chega à ultima etapa com um ponto a mais que o canadense...
1999 - A Ferrari é desclassificada do GP da Malásia, penúltima etapa, porque os defletores laterais estavam maiores do que o permitido. Com isso, Mika Häkkinen era bi-campeão mundial. Todavia, alguns dias depois, a FIA volta atrás da decisão, e resolve que a Ferrari estava "dentro da legalidade". Com isso, a decisão ficou para a última corrida.
2006 - A FIA, logo em seguida a Alonso abrir 25 pontos de vantagem para Schumacher, DECIDE que os amortecedores da Renault eram ilegais. Mas, calma aí, a Renault os estava usando a partir dali? Não. Em 2005 já tinha. E era "legal". Palavra da FIA. Cito o grande Livio Oricchio : "Mas então em 2006 ele não obedece mais às regras do jogo? Elas mudaram? Não. Eram exatamente as mesmas nesse aspecto. O que mudou foi o interesse dos homens que dirigiam a competição (...) O que é que faz a diferença no R26 e que pode eventualmente ser considerado ilegal para Alonso não dispor de um conjunto tão eficiente? Uma das opções era o amortecedor de massa e ele acabou escolhido".
Mas só a abolição dos mas não foi suficiente para diminuir a superioridade de Alonso. O que fazer, então? GP da Itália. Treinos. Alonso marcara o 5º tempo. Felipe Massa - o mesmo protagonista atual - faz uma declaração formal que teria sido "atrapalhado" em sua volta rápida. "É uma decepção ver um campeão mundial fazendo isso", Feipe diz. A FIA pune Alonso. Ele iria largar em décimo. Na corrida, se recupera, e chega em terceiro, quando seu motor estoura. Agora Schumacher diminuía uma diferença de 12 para 2 pontos, anuncia sua aposentadoria, e todo mundo acha o máximo. A FIA, principalmente.
Por favor, me digam se Alonso atrapalhou Massa. Fora Galvão Bueno, alguém consegue ver isso?


E daí aparece a Patrícia Poeta, no "Globo Notícia", dizendo: "uma boa notícia para o Brasil na Fórmula 1: Felipe Massa foi declarado vencedor na Bélgica, e está a apenas 2 pontos do líder Lewis Hamilton". Imagino a histeria de Galvão Bueno à noite se o Brasil vencer o Chile: "é dia da Independência, vitória de Massa... ééééééé do BRASIL-SIL-SIL".
Me envergonho.
Hoje eu entendo porque chamam a Fórmula 1 de "circo". Eu sei que domingo que vem estarei acordado às 8h30 da manhã, mas eu queria não mais assistir Fórmula 1. Até quando manipulações de resultados irão nos prejudicar, nos privando de ver o talento prevalecer?...
Por isso eu prefiro acompanhar a final do US Open e torcer por uma vitória de Roger Federer. Até que se prove o contrário, no tênis esse tipo de coisa não acontece.

sábado, 6 de setembro de 2008

Classificação

Nos treinos de hoje:

1.
Lewis Hamilton
2.
Felipe Massa
3.
Heikki Kovalainen
4.
Kimi Raikkonen
5.
Nick Heidfeld
6.
Fernando Alonso
7.
Mark Webber
8.
Robert Kubica
9.
Sebastien Bourdais
10.
Sebastian Vettel
11.
Jarno Trulli
12.
Nelson Piquet
13.
Timo Glock
14.
David Coulthard
15.
Nico Rosberg
16.
Rubens Barrichello
17.
Jenson Button
18.
Adrian Sutil
19.
Kazuki Nakajima
20.
Giancarlo Fisichella



Eu chuto que pouco deve mudar das posições dos primeiros colocados. Aposto em vitória de Hamilton com Massa em 2º. Talvez haja a "briga nacional", mas ainda creio que a McLaren deve levar a melhor, portanto Heikki a frente de Kimi.

Destaques:
- Heidfeld consegue se classificar à frente de Kubica;
- Alonso, com a cadeira elétrica, termina em 6º lugar. deve lutar por um 4º ou 5º lugar...
- Nelsinho fora do Q3: Renault, único 13x0 do ano! Até o Nakjajima e o Coulthard conseguiram UMA vez largar na frente dos companheiros...

///

Quando penso em Spa, logo me lembro dessa: uma das melhores ultrapassagens da F1 moderna: Mika Häkkinen arrebenta Schumacher e toma folga na liderança do mundial. Reparem na primeira tentativa de Schumacher, fechando a porta...

Ah, foi em 2000, e não em 1998, Reginaldo.


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Lendas Belgas

Prestes a iniciarmos o GP da Bélgica, que tal termos umas aulinhas? Seleciono aqui dois episódios dos anos 90, verdadeiras obras-primas, de superação, talento e coragem.
Qual foi a mais incrível?
1992
Senna passou Mansell e começou a liderar. Começou a chover, e ele seguiu de pneus lisos na pista... e segurou por vários momentos carros melhores em termos de equipamento e que vinham com pneus de pista molhada! Um deles, era o Benetton-Ford de Schumacher...
O narrador comenta: "Schumacher toma uma lição do rei da chuva"...

1995

Três anos depois, foi a vez de Schumacher, com um carro mais fraco e de pneus lisos na pista molhada, dar um SHOW: largando lá atrás, chegou ao 1º lugar na pista seca. Começou a chover... coitadinho do Damon Hill !

Schumy ainda conseguiria vencer a corrida.

Creio que é por isso que eles são os maiores vencedores do circuito...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

As voltas mais rápidas de Senna - parte 3

Finalizando o especial sobre os 20 recordes de pista estabelecidos por Ayrton Senna ao longo de sua carreira - numa média de 1 melhor volta registrada a cada 8 GPs - foi ao ar hoje a terceira parte no GP Total.
Se as duas primeiras partes estavam a analisar o contexto e argumentar sobre os números, essa última parte traz algumas revelações sobre a temporada de 1994 (conhecida no meio como "the dark season", pelos acidentes e infrações esportivas), e mostra que a mudança de regulamento - a volta do reabastecimento - foi fundamental para que se mudasse o estilo de pilotagem e a valorização da melhor volta em GP.
Prova disso, é que Räikkonen está em terceiro lugar, e deve encerrar a carreira como segundo maior. E Mika Häkkinen, em quase 30 GPs a menos (sendo 7 temporadas com carros muito inferiores), tem só 5 melhores voltas abaixo de Mansell, estando acima de Niki Lauda (15 GPs a mais) e Nelson Piquet (40 corridas na frente).
O aproveitamento, claro, aponta o grande argentino em primeiro lugar:

Ranking de Voltas Mais Rápidas
01) Michael Schumacher - 76/250
02) Alain Prost - 40/202
03) Kimi Räikkonen - 32/133
04) Nigel Mansell - 30/191
05) Jim Clark - 28/73
06) Mika Häkkinen - 25/162
07) Niki Lauda - 24/177
08) Juan Manuel Fangio - 22/51
09) Nelson Piquet - 22/204
10) Gerhard Berger - 21/210
11) Ayrton Senna - 20/161

Curtam o video a seguir, e vejam o que é uma volta rápida de verdade: com um péssimo equipamento, o cara coloca 1,5 segundos no companheiro de equipe, e 0,3 em um outro com carro superior.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Spa-Francorchamps

Está chegando a hora! A pista mais fantástica - dito por 9 cada 10 pilotos - do calendário receberá a Fórmula 1 nesse final de semana: Spa-Francorchamps, o Grande Prêmio da Bélgica. Tem muita história pra contar...

Creio que a melhor forma de traduzir o que é SPA é a curva "Eau-Rouge": os pilotos largam e, na "La Source", têm que frear muito, entrando às vezes a parcos 60 km/h. A partir daí, iniciam uma troca de marchas que leva os carros a uma velocidade alucinante. A Eau-Rouge é uma curva em subida, e por tal fato extremamente desafiadora.

É famoso o poema (anônimo) sobre a curva:

"Eau-Rouge:
Meu primeiro amor.
Ensinaste-me a coragem
Em tempos de temor.

Me mostraste a linha certa
Quando eu hesitei,
Me levaste ao limite
Quando me amedrontei.
Tu és a prova final
Onde não sei se avanço.
És meu grande desafio,
E meu doce descanso."

O interessante desse poema não é sua métrica ou rimas rebuscadas - culpa um pouco, também, da tradução - mas sim o fato de que ele mostra-se extremamente ambígüo: uma mistura de vontade de vencer a curva, mas ao mesmo respeitar demasiadamente esse que poderia ser o mais difícil adversário.

E, não só a curva mas o circuito como um todo, apesar de sua beleza e magia, pode ser algo terrível: lá ocorreram muitos acidentes. Por exemplo, Stirling Moss, em 1960. O piloto inglês, famoso por ter sido vice-campeão por 4 anos seguidos, teve fortes ferimentos, o que o fez abdicar daquela temporada. No mesmo final de semana, Cris Bristow e Alan Stacey, pilotos jovens e ingleses, perderam a vida.

O acidente mais "importante", porém, aconteceu em 1966: o tri-campeão Jackie Stewart (vencedor de 27 corridas na F1) sofreu uma batida terrível, e por muito pouco não perdeu a vida em sua segunda temporada na categoria. E desde então, Stewart iniciou uma espécie de cruzada pela segurança do autódromo. E a partir disso é que chegamos ao traçado que conhecemos hoje.

Mas mesmo assim a segurança não se tornou perfeita: em 1985, numa corrida de protótipos, a jovem promessa alemã Stefan Bellof (para muitos um futuro campeão mundial) acabou por falecer numa terrível batida na aclamada Eau Rouge. Inesquecível, também, é a batida de Luciano Burti, em 2001, que deixou o piloto desacordado por dias.

Vejamos aqui um video que mostra cenas do filme "Grand Prix" - a maior referência cinematográfica do automobilismo - e contém também imagens do GP belga de 1966. Vale à pena ver o circuito:




Outra notoriedade de Spa, é que "ela", por ser assim tão completa e desafiadora, coloca os grandes pilotos do automobilismo como seus grandes vencedores. Daqueles que são normalmente incluídos em qualquer lista de melhor de todos os tempos, temos o seguinte:

Juan Manuel Fangio esteve lá em 7 oportunidades, vencendo três; Jim Clark disputou 8 edições, e levou 4; Ayrton Senna esteve presente 10 vezes, vencendo 5; Michael Schumacher correu 14 e ganhou 6. Assim como em Mônaco, Michael Schumacher e Ayrton Senna são os dois maiores vencedores, ocorrendo o inverso: na prova monegasca, Senna triunfou 6 vezes, Schumacher 5.

Porém, tanto Clark (1962-63-64-65) quanto Senna (1985-88-89-90-91) possuem a melhor marca vitória/corrida entre os grandes, tendo terminado em primeiro exatamente na metade das provas que disputaram. Além disso, o recorde de vitórias consecutivas pertence a ambos: como vimos, eles venceram 4 provas seguidas, ante 3 de Schumacher (1992-95-96-97-01-02).

Falar sobre isso é importante, porque Kimi Räikkonen possui três vitórias no circuito, e elas foram obtidas de modo consecutivo, também: o finlandês sagrou-se vencedor em 2004, 2005 e 2007. Portanto, pode igualar esse ano.

(nota: Em 2006 não houve prova - bem como em 2003 - devido às legislações proibitivas à propaganda de tabaco. Vê-se, portanto, que o cigarro, além de inúmeras doenças, faz mal à saúde de quem ama velocidade e Fórmula 1).

Se Räikkonen vai igualar ou não, não sabemos. Mas para vencer em Spa, é preciso, primeiro, tomar cuidado na "La Source", curva que vem imediatamente após a largada e causa a já citada diminuição de velocidade. Exemplo disso é a largada acidentada de 1998. Confiram:

A corrida desse domingo será extremamente importante, também, para o campeonato. Atualmente, temos:
1) Lewis Hamilton - 70
2) Felipe Massa - 64
3) Kimi Räikkonen - 57
Creio ser possível arriscar dizer que, independentemente da marca, se Kimi não vencer poderá estar dando adeus ao campeonato, principalmente se Hamilton ou Massa forem os vencedores.