segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Notícias - parte 17

Fechando a conta e passando a régua no mês de novembro, publicamos aqui a coluna "Verdades", veiculada no GP Total.
Na lista de assuntos, principalmente Michael Schumacher. Também falou-se de especulações para o ano que vem e otras milongas más...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Pilotos e Corredores - parte 2

Lobão certa vez cantou: "nem sempre se vê mágica no absurdo". Apenas algumas vezes...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Leitura Obrigatória... - parte 2

Mais uma excelente coluna de Eduardo Corrêa no GP Total.
Dessa vez, ele junta vários pensamentos sobre diversos momentos e assuntos da Fórmula 1 naquilo que ele batizou "Caderno de Esboços". Atenção especial para a parte "Rubinho e Globo", já discutido e profundamente analisado aqui.
Destaco, também, o video de ultrapassagens (a aultrapassagem de Schumacher sobre Alesi é em 1995, não em 96). Faltou essa...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Mais um ano se passou... - parte 3

Só para que os leitores saibam: está no ar, no GP Total, a coluna "Top 10", que repdrouz na íntegra o material já postado aqui anteriormente.
De novo, as fotos lá postadas e, claro, o layout -- bem melhor.

sábado, 7 de novembro de 2009

Mais um ano se passou... - parte 2

O título desse post nada tem a ver com o anterior. Apenas aproveitamos a "deixa" para relembrar aquela que foi a última vitória de Ayrton Senna na Fórmula 1. Há exatos 16 anos, no dia 7 de novembro de 1993, Senna vencia o Grande Prêmio da Austrália.

O piloto obteve seu 41º triunfo na categoria (e o 35º pela McLaren, selando aquilo que, até então, foi o maior casamento piloto-equipe de todos os tempos) partindo da sua 62ª pole-position na carreira. Detalhe: foi a única pole obtida por uma equipe que não fosse a Williams naquele ano.

Além dos números "pessoais", a vitória de Senna teve significados especiais para a história da categoria: em sua derradeira corrida pela McLaren, o trunfo de Ayrton significou a primeira vez - e, provavelmente a última - em que uma outra equipe superasse a Ferrari em número de vitórias: até esse dia, Ferrari e McLaren tinham 103 primeiros lugares cada.

(Já em 1994, com Gerhard Berger na Alemanha, a Ferrari empateria o jogo, e em 1995, com Alesi no canadá, retomaria a liderança que mantém até hoje, consolidada pelos anos de ouro de Michael Schumacher).

Outro momento marcante e importante para a história da Fórmula 1 foi quando, no pódio, Senna "puxou" Prost - e Damon Hill - pra junto de si: além de aquele gesto por fim ao silêncio mútuo (Ayrton/Alain) que durou quase dois anos, ao posar para a foto daquela maneira, estava criado o ritual que hoje em dia é repetido em todo e cada GP.

Mas talvez o grande momento daquele dia aconteceu quando (durante a noite, no show que a norte-americana realizava em Adelaid) Tina Turner chamou Ayrton ao palco e, declarando-se fã do piloto, cantou em sua homenagem o sucesso "The Best": "Você é simplesmente o melhor / Melhor que todo o resto / Melhor que qualquer um / Que eu tenha conhecido".

Emblemático.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mais um ano se passou...

Chegamos agora ao final de mais uma temporada da Fórmula 1, a sexagésima.

Junto à de 1982, pode ser dita a mais estranha; se assemelha bastante à de 1999, por ter vários vencedores (6), ainda que polarizada por duas equipes, e com um piloto ferrarista fora do campeonato em virtude de acidente; lembra as de 1992 e 2004, pelo início absolutamente enfadonho. Mas foi uma temporada singular no que diz respeito a surpresas. Algumas positivas, outras negativas. Vamos ao "Top 10".
Surpresa 1: Brawn GP
Uma equipe anuncia sua "entrada" pouquíssimo tempo antes do início da temporada e substitui a Honda de horrorosos desempenhos: tem como dar certo? Claro que o pensamento seria: não. Mas deu.
A começar pelos testes: me lembro de ter visto com surpresa e descrença os tempos --invariavelmente, recordes-- registrados tanto por Barrichello quanto por Jenson Button. Em seguida, a estreia na categoria e uma dobradinha nos treinos. Na corrida, o mesmo.
A história de ficção continuou com um dos pilotos vencendo nada menos que seis das primeiras sete corridas e garantindo o título praticamente ali. Depois, na Inglaterra, o romance começou a se findar, com o avanço de outros times.
Mas ainda houve momentos de lampejo, com duas vitórias (uma dobradinha) em momentos onde não se apostava no time inglês. E o final foi tão épico quanto o início: campeã de pilotos e construtores.
Surpresa 2: Jenson Button
O tosco Briatore, com um quê de inveja, atacou os pilotos da Brawn quando, no início do campeonato, eles estavam arrebentando - ou melhor, Button estava. O fanfarrão disse que Button era um "ex-desempregado" e que não podia acreditar no que acontecia.
No entanto, ainda que poucos nutrissem o mesmo desprezo, é difícil aceitar a ideia de que alguém acreditasse.
Apesar do conservadorismo quase judaico de Button na segunda metade da temporada, o desempenho inicial foi algo arrasador, e encontra poucos paralelos na história da categoria - só mesmo os dias mais inspirados de Michael Schumacher & Ferrari.
Button nunca fez o estilo brilhante, arrojado ou "Tutto Cuore". Fez mais o estilo frio, estrategista e que, em determinados dias, podia ser (bem) mais rápido que a concorrência.
Dou destaque para suas vitórias no Bahrein (partiu em quarto e conquistou posições logo de início) e em Mônaco (porque vencer em Monte Carlo, tirando o Olivier Panis, é coisa para os grandes).
Button passa para a história talvez abaixo dos não campeões Moss, Peterson, Gilles e Ickx. Mas, qual compatriotas Damon Hill, Mike Hawthorn e James Hunt, teve seus méritos e soube aproveitar as oportunidades muito bem.
Assim como no campeonato brasileiro de pontos corridos, no mundial de F-1 sagra-se campeão aquele que se prepara melhor e erra menos ao longo da temporada.
Surpresa 3: Rubens Barrichello
No começo do ano, era dado como morto - mais que a própria Honda. Era motivo de piadas e chacotas das mais tacanhas possíveis. A tônica geral era: "está acabado", "ninguém o quer" e "é uma m...". Feito o anúncio de seu contrato, a surpresa foi enorme.
Depois, a competitividade dos Brawn trouxeram ainda mais expectativas. O início foi ruim, especialmente comparando-se ao companheiro de equipe, o que fez com que as mesmas piadas voltassem e até se tornassem mais raivosas.
Erros do piloto - Austrália -, estratégias equivocadas - Espanha, Alemanha -, além de dias obscuros - Hungria - fizeram com que a esperança quase acabasse.
Mas passado o período de domínio de Button, Barrichello ficou ainda mais forte e fez o que se esperava: Dos últimos 10 treinos, foi mais rápido que Button em 9; marcou 8 pontos a mais nesses GPs; terminou metade das vezes à frente, outra metade em posições inferiores.

Entretanto, em muitas dessas 5 "derrotas" teve desempenhos notoriamente melhores em performances que foram castigadas por infortúnios (Cingapura, Brasil e Abu Dhabi), justamente na reta final. Obteve duas ótimas vitórias e uma bela pole, contra apenas dois pódios do companheiro de equipe.

Só que era tarde demais, e não apenas Button mas também Vettel superou Rubens na tabela.

Por fim, conseguiu um contrato com outra equipe, tornando-se agora, além de recordista em GPs, o piloto presente no maior número de temporadas.
Surpresa 4: Lewis Hamilton
Surpreendeu negativa e positivamente: a parte negativa veio, principalmente, por conta do episódio do GP da Austrália, em que mentiu de forma clamorosa aos comissários. Também pode-se dizer que (e aí a culpa maior é da McLaren) esperava-se mais de um campeão mundial, especialmente no início da temporada, com as lendárias cinco etapas sem pontos.
Mas a sua ascensão na parte final do campeonato (foram 5 pódios nas últimas 8 corridas, sendo duas vitórias), quando foi o piloto que marcou o maior número de pontos --40--, mostrou o verdadeiro talento que tem. Houve um tropeço em Monza, que fê-lo voltar a ser questionado, mas a vitória na etapa seguinte selou as dúvidas.
Encerrou o ano na frente, com uma pole e uma provável vitória em Abu Dhabi -- que só não se concretizou por conta daquela que foi a primeira falha mecânica da carreira de Lewis (!).
Surpresa 5: Ferrari
Assim como Hamilton, surpreendeu de maneira positiva e negativa.

A parte negativa fica por conta do pior início de temporada em toda a história da "Scuderia". Um carro mau concebido, muito em parte pelo desenvolvimento excessivo do projeto de 2008, a proibição de testes e as mudanças de regulamento - que fizeram outras equipes largarem à frente da Ferrari - foram fatores que determinaram esse fracasso.

No entanto, os desempenhos de Kimi na segunda metade da temporada (o oposto da Brawn) merecem o destaque positivo: a vitória na Bélgica e os 4 pódios seguidos foram uma demonstração de muito trabalho por parte da equipe italiana. No entanto, assim como Lewis, esperava-se muito mais da campeã de construtores.

Ficaram dois problemas pendentes para Alonso e Massa: a falta de rapidez nos treinos, e a impossibilidade de bom rendimento em pistas de rua - apesar do pódio em Mônaco, lá no início.
Surpresa 6: Force India

Poderíamos citar Giancarlo Fisichela como a grande surpresa, mas seu desempenho aquém do esperado na Ferrari faz com que não seja ele o escolhido.

No entanto, o que aconteceu em Spa, muito mais que a vitória de Kimi, foi um desempenho absolutamente histórico. Não houve a repercussão necessária e merecida. A Force India passou de "a equipe que jamais pontuou" (nem na versão anterior, a Spyker) para uma pole-position e a segunda colocação na corrida.

Podemos dizer, também, que a vitória de Kimi em muito se deveu ao poder do KERS --vide ultrapassagem pós Eau-Rouge--, inexistente na Force India. Analisado isoladamente, o feito da Force India em Spa/2009 se assemelha à Toro Rosso em Monza/08, à Toleman em Mônaco/84 e à Arrows na Hungria/97.
Como que para reforçar o merecimento da equipe, Adrian Sutil conquistou um memorável quarto lugar no GP da Itália, etapa seguinte.
Surpresa 7: Red Bull

Mesmo que possamos ponderar mil vezes o desempenho da Red Bull, falando sobre os motores Renault ou da enorme quantidade de dinheiro que é investida na equipe, continuaremos sem explicar a belíssima temporada do time austríaco.
A escuderia, que até ano passado contou com o trabalho de David Coulthard, havia obtido como melhores resultados três terceiras colocações: Mônaco 2006 e Canadá 2008 com Coulthard, e Nurburgring 2007 com Webber. Só esse ano, foram 5 vitórias e 5 poles, além de outros 9 pódios. Foram 4 dobradinhas, fazendo vom que seja a equipe que mais conseguiu fazer 1-2 nos GPs (A Brawn obteve 3).
Esses fatores são indicativos suficientes para que se coloque a equipe como uma das grandes supresas do ano. Não custa nada lembrar, também, que já no início do ano a RBR conseguiu andar próxima das Brawn GP, mesmo sem contar com os difusores - superou Williams e Toyota, que contavam com os famigerados.
E venceu os últimos três GPs do ano. Será que em 2010 isso continua?
Surpresa 8: Saídas/Chegadas
Não surpreende a chegada de Jean Todt (surpreende o "suspense" que tentaram fazer). Não surpreende a saída de Briatore (surpreende, sim, o quanto demorou pra acontecer). Não supreende a saída da Toyota, como disse Trulli (surpreende quando disseram que não sairiam mais).
Não surpreenderam as demissões de Nelsinho (mesmo sem o caso Cingapura) ou de Bourdais (não se adaptou). Não surpeende a transferência de Alonso para a Ferrari (ano passado já estava acertada), nem a chegada de Bruno Senna (afinal, ano passado já era pra ter acontecido).
Surpreende, sim, a saída da BMW (na época, claro). Surpreende a chegada-retorno da Lotus. Surpreende Max Mosley ter "largado o osso".
Surpresa 9: Kobayashi
Surpresa grata foi esse garoto. O queridinho da crítica, no momento. Fez por merecer.
Kamui Kobayashi, em apenas duas apresentações, já tem sido celebrado como um dos maiores pilotos japoneses de todos os tempos.
É verdade que ainda lhe falta um resultado "genial" como o pódio de Aguri Suzuki no Japão/1990, a "longevidade" de Satoru Nakajima ou até mesmo a rapidez (sim...) de Takuma Sato. No entanto, Kobayashi chamou a atenção pela sua doação, por pilotar cada GP como fosse o último.
Foi isso que despertou interesse sobre ele em Interlagos, quando ele segurou Button o máximo que pôde, e depois (aqui e em Abu Dhabi) ainda realizar ultrapassagens incomuns para um estreante. Grosjean e Alguersuari, por exemplo, não fizeram nem metade do que Kobayashi conseguiu nessas duas etapas.

Espero que a saída da Toyota não extermine de vez a "onda japonesa" que mencionei na coluna Interlagos 2009.

Surpresa 10: Renault

Aqui, somente surpresas negativas.

A começar pelo desempenho grotesco: esperava-se, ao fim da temporada passada, que o time francês tivesse assumido o terceiro posto novamente. O fato de Alonso ter sido o piloto que mais marcou pontos nas últimas 8 etapas de 2008 (com duas vitórias, um segundo e quatro quartos lugares), além de Nelsinho ter marcado mais pontos do que em toda a carreira, dava a impressão de que o carro havia encontrado o acerto ideal e esse ano, se não pelo título, brigaria por pódios e vitórias constantemente.
Sobrou um ínfimo terceiro lugar.
A outra, e maior, supresa negativa foi o escândalo de Cingapura 2008 - justamente a pista onde, esse ano, a Renault conquistou seu único resultado decente. Trata-se de um dos episódios mais obsuros da história da F-1 e resultou, em última análise, na possível decisão da saída da equipe do mundial: Carlos Gohsn irá se reunir com o conselho mundial, e pode optar pela retirada das pistas. Caso isso ocorra, lamento, apenas, por Robert Kubica.