Acho muito interessante ouvir o que as pessoas que acompanham Fórmula 1 apenas ocasionalmente têm a dizer após uma corrida, e mais ainda se numa corrida que decide título e com um brasileiro disputando...
Hoje, na fila do ônibus, escutei dois rapazes comentando a derrota de Massa, mas não necessariamente lamentando a perda do título, mas sim enchavando Hamilton de críticas.
E uma delas, a que dá título a esse post, foi a seguinte: "O Hamilton se c... inteiro, ficou morrendo de medo quando o Vettel passou ele; e o Vettel só passou sabe por quê? Porque o Hamilton espalhou! O cara é fraco, não sabe segurar... Se fosse o Schumacher, isso não acontecia!"
Parecia estar transtornado, o rapaz, quando comentava isso. Mas não deixa de ter razão.
O exemplo citado por ele, de Michael Schumacher, faz sentido quando sabemos tudo que o alemão conquistou em sua carreira. Mas o comentário se ateve à situação exclusiva de Hamilton não ter segurado os ataques de Vettel: segundo o amigo, "o Schumacher segurava!".
Hamilton afirmou, em entrevistas, que seus pneus estavam "gastos demais", e que "quase não conseguia manter-se na pista". Afirma, também, que "não lutou contra Vettel porque sabia que sua corrida era contra Timo Glock". Whitmarsh, um dos chefes da McLaren, também afirma isso.
Sem querer alimentar as possíveis teorias conspiratórias, é de no mínimo questionar a tão propalada genialidade de Lewis Hamilton, que agora torna-se o campeão mais jovem de todos os tempos, como já havíamos "previsto" num artigo há coisa de dois meses.
Lewis Hamilton, o único dos 30 campeões da história da Fórmula 1 (talvez devamos descontar os pilotos da década de 50) a estrear no melhor carro do grid.
Onde Schumacher começou? Numa Jordan, indo depois para uma Benetton ainda em ascensão; E Senna? Numa Toleman, carro lá do meio do pelotão. Alonso? Na terrível Minardi; Piquet? num Ensign, depois um McLaren alugado. Prost? na McLaren em seus tempos de escassez. Mansell? numa Lotus decadente. Häkkinen? na Lotus antes de fechar as portas.
Percebe-se, portanto, que os pilotos de maior sucesso nos últimos 30 anos estrearam em equipes que não eram vencedoras e, cada um a seu modo, provaram seus talentos e conquistaram a chance de chegar onde Lewis já começou. E podemos falar dos adversários do piloto, também: Felipe Massa e Kimi Räikkonen iniciaram suas trajetórias na mediana Sauber.
Claro, tem aquele negócio do "se minha tia fosse homem seria meu tio", mas por certo Hamilton não teria chego a esses números começando numa equipe que não fosse a melhor do grid.
Concordam?
4 comentários:
cara, seu post foi perfeito.
vc conseguiu escrever o que eu sempre tento falar para uns amigos...
hamilton ja estreiou em uma equipe de ponta.
outros campeos estrearam em equipes la do fundo do grid.
parabens pelo blog
abraço
CONCORDO!!!
Ai ai o famoso assunto "será que é bom mesmo?" hehehehe vamos lá...
Em primeiro lugar, é preciso saber se a McLaren canalizou a GRANDE maioria da tecnologia para o Hamilton. É claro que o primeiro piloto sempre tem seus privilégios, mas até Reginaldo Leme afirmou que Kovalainen não mandou bem esse ano, como falei o ano todo para o Cássio! hehehe com isso quero dizer o seguinte: se os carros estiveram em condições parecidas o ano todo, então o Hamilton é um pouco acima da média. Acontece que estamos frustrados porque vimos (pelo menos na minha opinião) um Felipe Massa muito bem esse ano, para mim muito superior a Hamilton, mas a equipe não ajudou... por isso digo que a McLaren é a grande vitoriosa nisso tudo. Eu acho sim que o Hamilton é bom, mas APENAS bom. O que acontece é que é muito difícl fazer esses "se's" aí, tentar imaginar o Hamilton correndo pela Honda e etc. Mas uma coisa é certa: banalizaram demais o termo "gênio" da F1, e eu fico triste de lembrar que até o Lito Cavalcanti e o R. Leme disseram que o Hamilton é um gênio, ainda no ano passado, mesmo vendo a preferência descarada da equipe em favorecimento ao Hamilton. Tá, tudo bem, mas... quando saberemos se ele é mesmo um gênio? Acho que a resposta é NUNCA, porque o próprio artigo em questão mostra que os grandes pilotos da F1 MOSTRARAM por que foram gênios desde baixo, e o nosso amigo Hamilton NÃO PRECISOU mostrar genialidade ainda, pois em um ano foi favorecido pela equipe (porque Alonso, ESSE SIM, deveria ser o centro da discussão sobre possíveis gênios da F1, e sabidamente ele venceria ano passado se fosse o P1) e no outro ano foi favorecido pelos erros cômicos (pra não dizer estúpidos ou outros termos mais pejorativos) do time do cavalo rampante.
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