terça-feira, 19 de janeiro de 2010

As 7 Maravilhas de Schumi - Episódio I: Hungria 98

Uma das principais características de Schumacher foram as "voltas voadoras" que dava antes dos pit stops. Apesar de simples em sua teoria, basta encontrar um carro mais lento a frente para limitar os benefícios desta estratégia. Além disso, poucos são os pilotos que conseguem imprimir ritmo de classificação durante a corrida nas voltas anteriores aos pit stops. Desta forma, com um carro imbatível e sendo superior aos demais como piloto além de ter um brilhante estrategista à tira-colo, Schumacher foi o multi-campeão da primeira década do século XXI.
No entanto, durante o período em que a Ferrari ainda ressurgia como equipe de ponta, Schumacher precisou mais do que algumas "voltas voadoras" para fazer frente às McLaren-Mercedes. O melhor exemplo foi o GP da Hungria de 1998.
Disputado no circuito/kartódromo de Hungaroring, o 12º GP da temporada trazia Mika Hakkinen como líder do campeonato com 76 pontos, 16 a mais do que o vice-líder Schumacher. Nos treinos se viu o domínio dos pilotos de Woking, fazendo a primeira fila com Hakkinen e Coulthard. Schumacher largou no terceiro posto, pronto para dar o bote no apagar das luzes. Atrás dele vinha o fiel escudeiro Eddie Irvine em 5º. Entre eles, Damon Hill (Jordan) era o 4º.
Na largada, Schumacher ganhou a 2ª posição de Coulthard, enquanto Hakkinen manteve a ponta, abrindo seguros 3s de vantagem para o piloto alemão. Com tudo ocorrendo dentro da normalidade, parecia uma vitória declarada para o finlandês da McLaren. No entanto, Schumacher começa a apertar o ritmo, parecendo mais leve do que o adversário. Prevendo uma estratégia de 3 paradas por parte da Ferrari, os pilotos da McLaren são chamados para o pit de forma intercalada para "encaixotar" o alemão durante suas voltas rápidas.
Não funcionou como o esperado e, após as paradas e algumas "voltas voadoras", Schumacher era o líder da prova. Tendo mais uma parada programada, Schumacher não tinha outra opção a não ser pisar fundo - como pode-se notar no vídeo abaixo.



Mesmo com um carro inferior aos seus dois adversários diretos, o piloto alemão começa a abrir mais de 1s por volta, adotando trajetórias bastnate agressivas e travando os freios em diversos momentos. Até uma saída de pista foi registrada! Entre a volta 43 e a 60 a distância para o 2º colocado já era de 23 segundos, e dentro de algumas voltas seria suficiente para fazer a terceira parada e voltar à frente.
E foi o que aconteceu. Fechando a 77ª volta na ponta, Schumacher vence de forma avassaladora, com 9s de vantagem para o 2º colocado e fazendo a melhor volta da corrida (na volta 60), quase 1s abaixo do tempo da segunda melhor volta, anotada por Villeneuve.
Foi sem dúvida uma exibição de gala de Schumacher, aliando a ousadia da estratégia com a precisão para trocar posições nos pit stops no momento certo e liderando de forma magistral e ininterrupta até o fim da corrida. Uma apresentação digna das 7 maravilhas.
No próximo episódio acompanharemos uma das apresentações mais arrojadas e simbólicas de Schumacher nas pistas: o GP do Brasil de 2006.
Equipe F1 Critics.

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Excelente o texto. Foi um desempenho impressionante, de fato. Achei particularmente impressionante o carro balançando em alguns momentos do início do video, incrível mesmo... grandioso piloto!