quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

As 7 Maravilhas de Schumi - Episódio V: Bélgica 95

Com todo o mérito, Michael Schumacher tem seu nome inscrito, entre outras dezenas de recordes, como o piloto que mais obteve vitórias no GP da Bélgica. Spa-Francorchamps, pista mítica onde Clark foi rei, Ayrton Senna imperou com a McLaren e Raikkonen foi o nome da última década, viu por seis vezes Shumi ser o primeiro colocado: em 1992, 95, 96, 97, 2001 e 2002 o alemão cruzou a linha de chegada à frente de todos os concorrentes.
Com a exceção das duas últimas - muito mais por conta da superioridade acachapante dos carros Ferrari do que por qualquer falta de brilho do alemão -, todas elas testemunharam pilotagens ou momentos especiais de Schumacher: a primeira na pista belga foi também a primeira de sua carreira, numa das raras derrotas das Williams naquele ano; em 1996, mais uma vez na chuva, novamente superou carros melhores; em 1997, um início de prova tão bom quanto o de Senna em Donington/1993. Mas, certamente, o maior desses triunfos foi aquele de 1995.
Naquele ano, Schumacher chegava a Spa em uma posição confortável no campeonato: apesar de Hill ter vencido a etapa anterior - Hungria - Schumacher tinha 11 pontos e 3 vitórias a mais que o inglês e Johnny Herbert, companheiro de Shumi na Benetton, vinha levando vantagem sobre Coulthard no duelo dos "segundos pilotos". A Williams tinha um conjunto melhor, mas o fato de ambos terem o mesmo motor fazia com que o talento de Schumacher sobrepusesse eventuais diferenças de equipamento.
Naquele dia em Spa, vimos um grid totalmente atípico devido às condições climáticas: a primeira fila seria composta pelas duas Ferrari (Berger e Alesi, respectivamente) e a terceira posição seria de Mika Hakkinen. Os postulantes ao título vieram apenas na oitava (Hill) e décima-sexta (Schumacher) colocações.
Com um misto de ultrapassagens e problemas nos ponteiros (Hakkinen rodou na segunda volta, Alesi teve quebra de suspensão na quarta), Schumacher rapidamente estaria entre os líderes: na sexta volta já era o quinto, e na 11ª era o quarto. Com a quebra do então líder Coulthard na 13ª, Schumacher pulou para terceiro e, ultrapssando Berger, uma volta depois, era segundo.
Quando Hill - então primeiro colocado - foi aos boxes para efetuar sua troca de pneus, Schumacher optou por manter-se na pista com os pneus slick, e deu-se início a um dos maiores duelos da história recente da Fórmula 1. Mesmo com o inglês chegando a girar 6 segundos mais rápido na sua volta à pista (Hill girou em 2m17s, Schumacher, 2m23s), Schumacher não deu brechas e só seria superado quando escapou da pista.

Após algumas alternâncias de posição entre os dois, Schumacher consolidou-se em primeiro e terminou a corrida com quase 20 segundos de vantagem. E abriu mais 15 pontos no certame.

Um comentário:

herik disse...

É um desempenho fabuloso de Schumacher e, para mim, esse é um dos duelos mais míticos da F-1, junto com Gilles vs Arnoux em 1979 e Senna vs Mansell em Mônaco-1992. Abraço