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No post do dia 7, falamos sobre as "Lágrimas de Maio", o mês mais triste da Fórmula 1: 4 foram os pilotos falecidos nesse mês: Ayrton Senna, Lorenzo Bandini, Gilles Villeneuve e o nosso homenageado de hoje, Alberto Ascari.
Há exatos 44 anos o piloto italiano nos deixava, após um terrível acidente em Monza, durante testes privados. O mais incrível é que, apenas 4 dias antes, o piloto havia sofrido um gravíssimo acidente no GP de Mônaco, quando caiu no mar (!).
Ascari foi um dos grandes pilotos da história da Fórmula 1, facilmente classificável entre os 10, 15 melhores já surgidos. Foi o primeiro bi-campeão da história, tendo enfrentado ninguém menos que Juan Manuel Fangio.
Suas grandes conquistas foram pela equipe Ferrari, e ele é até hoje o último italiano a ser campeão (Mario Andretti, consideremos americano) mundial.
As marcas desse grande piloto são impressionantes: 13 vitórias, 14 poles em 32 GPs, e dois títulos em cinco campeonatos. Tá bom ou quer mais? A ele pertence o recorde de vitórias consecutivas na históiria da Fórmula 1, com 9 trunfos entre 1952 e 1953, anos dos seus títulos.
Mais uma vitória de Button, chegando a verdadeiras marcas históricas. Diante disso, a pergunta que é lançada na coluna do GP Total é: "Jenson Schumacher?".
Se você for ao "Dicionário da Fórmula 1", verá que o substantivo Ayrton, na variável Senna, tem alguns sinônimos: chuva, arrojo, rapidez, vitória de ponta-a-ponta e pole-position são alguns deles. Mônaco é o outro. Nesse video, confiram a pole-position conquistada em 1985 - o video erra ao dizer 1986 -, a primeira de suas 5 no principado. Esse é outro que o pessoal atual deveria assistir.
Eis o Rei de Mônaco. E hoje é o aniversário de 16 anos de sua 6ª e última vitória no principado.
Esse cara é outra lenda. O video a seguir vem do filme "The Weekend of a Champion", do genial diretor Roman Polanski (autor de clássicos como O Pianista e Chinatown), feito em 1971.
Aqui, Sir Jackie Stewart explica como dirigir em Mônaco. Sim, isso mesmo. Fico imaginando se alguns dos pilotos atuais assistissem tal vídeo. Poderiam aprender alguma coisa, não?
O video é em inglês, mas algumas frases ditas por Stewart são simplesmente sensacionais.
Primeira No começo do vídeo, ele diz: "Monte Carlo deve ser pilotada suave e silenciosamente".
Segunda Depois, o interlocutor diz: "Quando eu vi você treinando, você parecia ser o mais lento". E Stewart: "Fico feliz com isso".
Terceira Stewart começa a explicar sua trajetória com um pequeno objeto, e fala de como frear, em Mônaco: "Em vez de frear com força, você freia com gentileza, calmamente (...) Não aperte os freios, apenas os toque".
E o Gran Finale, que vai de encontro ao post anterior, e encerra de modo perfeito esse post: "Tenho certeza que se você perguntar a Fangio, ele dirá que o modo mais devagar é o mais rápido em Monte Carlo".
Acho que Jackie Stewart deve saber alguma coisa, afina, venceu lá por três vezes (1966, 1971 e 1973).
Chegamos agora ao GP de Mônaco, a famosa "pista mais charmosa do calendário" e o "circuito mais desafiador do campeonato". Esses dias, Lewis Hamilton declarou que "tem que ser macho pra vencer lá". Alonso também havia declarado que vencer lá é "o desejo de todos os pilotos".
Hoje tivemos os treinos livres - em Mônaco, tudo é diferente - e alguém vai se surpreender quando eu disser que terminou com o melhor tempo? Pois é, Nico Rosberg! Treino livre é com ele mesmo. Aí vem a classificação, e ele cai pra trás...
Mas vamos agora falar de um gênios. Vamos falar daquele que foi, muito provavelmente, o melhor dos pilotos da Fórmula 1.
Seu nome não está inscrito entre os maiores vencedores de Mônaco (há que se considerar, porém, que ele disputou poucas provas por lá): venceu duas, em 1950 e 1957, justamente sua primeira e sua última temporadas na Fórmula 1.
Durante os anos 60, ele gravou esse vídeo incrível que é mais uma das demonstrações de seu talento fora do comum, e de quão difíceis (em termos de segurança, de qualidade do equipamento, etc) eram "as coisas" na sua época.
O magnífico Juan Manuel Fangio. Uma verdadeira aula.
A Fórmula 1 tem sido uma metáfora de si mesma. Uma espécie de auto-piada. Cada vez mais vemos absurdos. Então, o que resta é dar risada. Confira a coluna "Mais do mesmo", no GP Total.
Semana passada, lembramos do grande Ayrton Senna, em virtude dos 15 anos de sua morte. Mas não foi apenas o tricampeão que perdeu sua vida num dos 31 dias desse mês onde reinvindicamos melhores condições de trabalho, homenageamos as mães e recordamos a abolição da escravatura.
Na verdade, Maio é o mês mais triste da Fórmula 1: além de Senna, Alberto Ascari, Lorenzo Bandini e Gilles Villeneuve nos deixaram no 5º mês do ano. Bandini faleceria somente no dia 10, mas sofreu seu acidente justamente hoje, dia 7, há exatos 42 anos. E Gilles, o mais famoso dos três (ainda que somente Ascari tenha sido campeão), perdeu sua vida no dia 8 de maio, há 27 anos. Portanto, hoje é um dia propício para homenagear a ambos. *Ascari perdeu a vida no dia 26, portanto tornaremos a falar dele dentro de duas semanas.
Villeneuve (pai do campeão mundial de 1997) foi um piloto que pode ser dito "espetacular": já chamei-o no blog de "Garrincha da F-1" justamente por conta do show que o canadense dava, das coisas impossíveis que fazia, como andar com três rodas, sem asa dianteira, etc. Além disso, era de uma rapidez incrível, e realizou algumas das mais belas ultrapassagens - e disputas - da história.
Foram ao todo 6 vitórias obtidas pelo vice campeão mundial de 1979, algumas das mais importantes da F-1: o GP da Espanha de 1981, por exemplo, é lembrada como uma das corridas mais disputadas: a diferença entre o primeiro e o quinto colocado na linha chegada foi de apenas 1,5 segundo...
Porém, essa rapidez não via limites (haja vista o exemplo de suas loucuras nas corridas), e uma disputa feroz com seu companheiro de equipe, Didier Pironi, levou Gilles Villeneuve a uma obstinação cega (?) que culminou no acidente que resultou em sua morte.
Nos treinos para o Grande Prêmio da Bélgica de 1982, Villeneuve vinha em volta rápida, e acaba acertando sua roda dianteira na traseira de Jochen Mass: o Ferrari de Gilles realiza uma verdadeira decolagem e, graças à péssima segurança da época, o canadense é arremessado pra fora do carro, chocando-se contra o muro.
O video a seguir é raro e mostra a reportagem da TV Canadense no dia do acidente.
Lorenzo Bandini é um piloto que não obteve um sucesso semelhante a qualquer um três "pilotos de maio", e sua carreira, muito breve (disputou apenas 42 corridas ou meras 4 temporadas completas), não obteve números maiores que uma pole e uma vitória. Mas isso não diminui a adoração e o carinho que os italianos têm por ele - especialmente porque Bandini correu a grande maioria de seus GPs pela Ferrari -, tanto é que anualmente acontece uma premiação que leva o seu nome (o vencedor desse ano foi Vettel).
Sua melhor temporada, em termos de número, foi 1964: ano em que obteve sua única vitória, classificou-se em quarto no campeonato. Mas infelizmente ficou marcado pelo acidente com Graham Hill na última corrida: Bandini chocou-se com Hill, e com isso o campeão acabou sendo seu companheiro de equipe, John Surtees.
Bandini acabou se tornando a grande esperança italiana em 1967, quando assumiu a "vaga" de primeiro piloto, após duas fracas temporadas da Scuderia.
O primeiro GP de Lorenzo naquele ano foi em Mônaco. Marcou o segundo melhor tempo nos treinos, mas conseguiu assumir a ponta logo no início, e assim seguiu por longas, longas voltas.
Algumas curvas depois da saída do túnel, Bandini perde o controle do carro e bate contra a proteção de feno (!). O carro explode em chamas, e o socorro nada pode fazer. Lorenzo ainda sobreviveria por mais três dias.
Muitos acreditam que o piloto tenha sucumbido à exaustão de pilotar por mais de cem voltas aliada ao calor excessivo que fazia no dia.
Segue tocante vídeo sobe o final de semana trágico. É em italiano, mas creio que vocês conseguirão captar a mensagem.
Que tal os amigos darem uma lida na coluna do Edu, lá no GP Total? Está sensacional, pra variar. Um jornalista absolutamente brilhante, revelando que anda em crise com esse esporte que, aos poucos, estamos vendo esmorecer.
Tudo começou quando Gerhard Berger disse: "Alonso estará na Ferrari em 2010". Novamente o boato surge, sem ser a Espanha a sua fonte. Essa e outras notícias - como sobre os 15 anos da morte de Senna - e comentários - bem-humorados - você poderá encontrar na oitava coluna de Marcel Pilatti no GP Total.
Dizem que "uma imagem vale mais que mil palavras"...
E, portanto, para homenagear aquele que foi simplesmente o maior ídolo da história da Fórmula 1, colocamos aqui algumas imagens inéditas - claro! - de uma exposição em sua homenagem que tivemos o prazer de visitar, em 2007.
Faz 15 anos, mas não há um só momento em que ele seja esquecido.
