terça-feira, 29 de julho de 2008

Pódios Brasileiros - Parte 3

Nesta parte do especial, os pódios brasileiros de 1987, com Senna&Piquet.
Os vídeos foram extraídos da edição da FIA dos melhores momentos de 1987.

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9º Pódio: GP de Mônaco, 1987
Monte Carlo, 31 de maio
Resultado Final: 1º Senna, 2º Piquet, 3º Alboreto
Diferença entre os brasileiros: +33,212s
Pole position: Nigel Mansell (Williams-Honda)
Melhor volta: Ayrton Senna (Lotus-Honda), 1’27”685 na volta 72
GPs de Senna até então: 49
GPs de Piquet até então: 128

Resumo do GP:
Mansell larga na frente, com Senna em 2º e Piquet em 3º. O domínio dos motores Honda era visível. Após a largada, estas posições permaneceram inalteradas, até que na volta 30 Mansell abandona com perda de pressão no turbo. Senna assume a ponta, seguido por Piquet, e lidera com maestria até a bandeirada, chegando meio minuto à frente do compatriota mesmo tendo parado para trocar pneus. Alboreto completou o pódio após Alain Prost abandonar com problemas no motor a três voltas do fim.
Foi apenas a 5ª vitória de Senna na carreira, e a primeira das suas 6 no circuito monegasco. Ainda, foi a primeira vitória da Lotus equipada com suspensão ativa.
No campeonato, Prost liderava com 18 pontos, seguido por Senna (15) e Stefan Johansson (13). Piquet, futuro campeão daquele ano, era o 4º com 12.



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10º Pódio: GP dos EUA, 1987
Detroit , 21 de junho
Resultado Final: 1º Senna, 2º Piquet, 3º Prost
Diferença entre os brasileiros: +33,819s
Pole position: Nigel Mansell (Williams-Honda)
Melhor volta: Ayrton Senna (Lotus-Honda), 1’40”464 na volta 39
GPs de Senna até então: 50
GPs de Piquet até então: 129

Resumo do GP:
A supremacia dos motores Honda era visível no grid de largada: Pole position de Mansell (Williams-Honda), seguido por Senna (Lotus-Honda) e Piquet (Williams-Honda). Uma grande distância separava o trio do quarto colocado, Thierry Boutsen (Benetton-Ford).
Na largada, Mansell dispara na liderança, abrindo vantagem sobre Senna. Piquet tem um furo no pneu, mas consegue chegar aos boxes para a troca. Volta à pista em 21º. Em grande corrida de recuperação, Piquet vai ganhando posições e na volta 43 já é terceiro, com bela ultrapassagem sobre Prost. Antes, na volta 34, Mansell teve problemas pit stop, e Senna assumiu a ponta, terminando a corrida sem paradas. Faltando 10 voltas, Piquet passa Mansell, que a essa altura sofria de cãibras na perna, assumindo a segunda posição. Senna começa a ter dificuldades com o desgaste dos pneus e problemas nos freios, mas consegue terminar em primeiro. Prost completou o pódio.
No campeonato, após a quinta etapa, Senna era o líder com 24 pontos, seguido por Prost (22) e Piquet (18). Na quarta posição, um surpreendente Stefan Johansson, com 13. Mansell era apenas o quinto, com 12.



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11º Pódio: GP da Inglaterra, 1987
Silverstone, 12 de julho
Resultado Final: 1º Mansell, 2º Piquet, 3º Senna
Diferença entre os brasileiros: +1 volta
Pole position: Nelson Piquet (Williams-Honda)
Melhor volta: Nigel Mansell (Williams-Honda), 1’09”832 na volta 58
GPs de Senna até então: 52
GPs de Piquet até então: 131


Resumo do GP:
Como aconteceu diversas vezes ao longo do campeonato, os motores Honda fizeram a primeira fila, com Piquet e Mansell, seguidos por Senna, na Lotus. Na largada, Prost (4º) sai melhor e assume a ponta, mas Piquet volta a liderança já na segunda curva. Ainda na primeira volta, Mansell também consegue a ultrapassagem sobre Prost, e segue à caça de Piquet. Prost não consegue segurar Senna, que também recupera a posição perdida para o Francês na primeira volta. A partir daí, viu-se uma superioridade sem fim das duas Williams, com Piquet na frente, sendo perseguido de perto por Mansell. Porém, com duas voltas para o final, Mansell tenta a sorte em uma das maiores ultrapassagens da história: aponta para a esquerda, enganando Piquet, e faz a ultrapassagem pelo lado oposto, aproveitando a preferência da curva. É a versão automobilística do drible “elástico”.
Com isso, Mansell vence, ficando sem gasolina na volta de apresentação. Piquet é segundo. Senna completou o pódio em terceiro.
No campeonato, Senna ainda era o líder, com 31 pontos, seguido de perto por Piquet e Mansell (empatados com 30). Prost era o quarto, com 26. Qualquer semelhança com o campeonato atual é mera coincidência.



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12º Pódio: GP da Alemanha, 1987
Hockenheim, 26 de julho
Resultado Final: 1º Piquet, 2º Johansson, 3º Senna
Diferença entre os brasileiros: +1 volta
Pole position: Nigel Mansell (Williams-Honda)
Melhor volta: Nigel Mansell (Williams-Honda), 1’45”716 na volta 24
GPs de Senna até então: 53
GPs de Piquet até então: 132

Resumo do GP:
Nos treinos, Mansell bate Senna na briga pela pole, e ambos são seguidos pelo surpreendente Prost, deixando Piquet em 4º.
Senna larga bem, assumindo a ponta, enquanto Mansell perde posições. Mesmo assim, ao final da primeira volta, o leão já era segundo e na volta seguinte voltou à liderança. A Lotus de Senna era visivelmente inferior e o brasileiro foi ultrapassado por Prost e Piquet, ainda na terceira volta. Na seqüência, Prost chega em Mansell e assume a ponta. Após os pit stops, Mansell vai à caça de Prost, mas seu motor quebra na volta 25. Piquet assumia a segunda posição, enquanto Senna parava duas vezes nos boxes para trocar um bico quebrado. Faltando quatro voltas para o final, Prost quebra o motor na liderança, deixando-a para Piquet. Johansson era segundo enquanto Senna já era terceiro, apesar dos problemas no carro. Estas posições ficaram inalteradas até o final.No campeonato, Piquet assumia a ponta com 39 pontos, seguido por Senna (35) e Mansell (30). Prost era o 4º, com 26.



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13º Pódio: GP da Hungria, 1987
Hungaroring, 9 de agosto
Resultado Final: 1º Piquet, 2º Senna, 3º Prost
Diferença entre os brasileiros: +37,727s
Pole position: Nigel Mansell (Williams-Honda)
Melhor volta: Nelson Piquet (Williams-Honda), 1’30”298 na volta 63
GPs de Senna até então: 54
GPs de Piquet até então: 133

Resumo do GP:
No fim de semana da corrida, o assunto principal era saída de Senna da Lotus para a McLaren na temporada seguinte. Com isso, o chefe da Lotus, Peter Warr, apressou-se em contratar Piquet para a temporada 88. Piquet estava claramente insatisfeito com Frank Williams por não ser o primeiro piloto da equipe.
Mansell fez a pole novamente, seguido pela Ferrari de Berger. Piquet era terceiro, enquanto Senna era apenas o sexto.
Na largada, Piquet perde a terceira posição para Alboreto e Mansell escapa na frente, seguido pelas duas Ferrari. Senna ganha uma posição e é quinto, atrás de Piquet. Na volta 13, Berger abandona com problemas no diferencial, trazendo Piquet para terceiro e Senna para quarto. As posições se mantiveram até a volta 29, quando Piquet ultrapassa a Ferrari de Alboreto, assumindo a segunda posição. A procissão continuou até a volta 44, quando Alboreto abandonou com problemas de motor. Senna assumia a terceira posição. Com 5 voltas para o fim, Mansell tem problemas com a roda traseira direita, abandonando a corrida. Assim, Piquet recebe uma vitória no colo, com Senna em segundo e Prost em terceiro. A dobradinha brasileira repetiu o resultado do GP da Hungria do ano anterior, quando da magnífica ultrapassagem de Piquet sobre Senna.No campeonato, Piquet abria vantagem na liderança, com 48 pontos, seguido por Senna (41). Prost e Mansell estavam empatados com 30.



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14º Pódio: GP da Itália, 1987
Monza, 6 de setembro
Resultado Final: 1º Piquet, 2º Senna, 3º Mansell
Diferença entre os brasileiros: +1,806s
Pole position: Nelson Piquet (Williams-Honda)
Melhor volta: Ayrton Senna (Lotus-Honda), 1’26”796 na volta 49
GPs de Senna até então: 56
GPs de Piquet até então: 135

Resumo do GP:

Os rumores se confirmaram: os motores Honda acompanhariam Senna e iriam para a McLaren em 1988. Isto deixaria a Williams sem os motores vencedores para a temporada seguinte. Além disso, levantou-se suspeitas se a Honda favoreceria Piquet na disputa pelo título, uma vez que o brasileiro correria de Lotus-Honda no ano seguinte. Esta corrida na Itália foi também a primeira em que a Williams correu com suspensão ativa, presente apenas no carro de Piquet. Temendo que os mecânicos da equipe dessem o equipamento à Mansell nas corridas seguintes, o brasileiro preferiu não correr com este sistema no restante do campeonato.
Piquet largou na pole, com Mansell em segundo e Berger em terceiro. Senna era o quarto.
Na largada, Mansell erra uma marcha e Piquet parte na frente. Senna perde duas posições e cai para sexto na primeira volta. Na volta seguinte, Berger força a ultrapassagem sobre Mansell, e os dois se tocam. Mansell cai para quarto, mas ao final da volta 17 já era o segundo novamente, passando Berger e Boutsen. Sem parar para trocar pneus, Senna assume a ponta na volta 24, e parecia possível levar o carro até o fim sem trocar pneus. Mas na volta 43, ao ultrapassar um retardatário, pegou a parte suja da pista e saiu de frente na parabólica. Ao retornar para o traçado, Piquet havia assumido a ponta. Mansell era terceiro, e as posições se mantiveram até o término da corrida, apesar da aproximação de Senna no final.No campeonato, Piquet era líder com 63, Senna segundo com 49 e Mansell terceiro com 43. Prost, praticamente fora da briga pelo título, era quarto com 31.



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Na próxima parte, as dobradinhas Senna-Piquet, em 88 e 90.
Equipe F1 Critics

4 comentários:

Unknown disse...

Totalmente excelente...

interessante ver como Senna foi ao limite do carro, nessa temporada. Sua primeira vitória em Mônaco foi inesperada - palavras do próprio - mas inauguraria o maior domínio de um piloto sobre uma pista... e a ultrapassagem do Mansell é tão ou mais genial que a de Piquet em Senna na Hungria...

Velhos tempos, belos dias!

Anônimo disse...

Imaginem só ... na atualidade "estamos" carentes de pilotos..., quanto a matéria , SHOW!
Aproveito o espaço , que não é relativo a pergunta (mas é pra equipe do blog , daí , o uso do mesmo) até quando, ano , foi o câmbio manual ? E até que ponto , pode ser considerada a entrada de uma "época mais eletronica" ?

Unknown disse...

A Ferrari foi a primeira a usar, em 1989. Depois a Williams, não sei ao certo se 90, mas em 91 já usava.
A McLaren e a Benetton só vieram a usar em 1992, quando a maioria das equipes já tinha (excetuando as menores).
Em 93, virou geral.

Piquet correu todos seus GPs no manual, e Senna foi tri nessa tecnologia

Anônimo disse...

Só complementando, a Williams de 91 já tinha câmbio semi-automático. A última equipe a utilizar caixa de trocas manual foi a Forti Corse, em 1995.
Sobre a eletrônica, pode-se dizer que começou a ganhar mais importância a partir de 87, com a suspensão ativa da Lotus. A Williams desenvolveu sistema semelhante em seguida, enquanto a Ferrari desenvolveu o câmbio semi-automático.
O ano de 1993 foi o ápice, com o Williams "do outro mundo". Aquele carro juntou diversas tecnologias, incluindo controle de tração e a telemetria nos dois sentidos: carro-boxe e boxe-carro.
Ainda em 93 a Williams já preparava um super carro pra 1994: Motor Renault V10 (o melhor da época), freios ABS, controle de tração, controle de estabilidade, suspensão ativa, e o câmbio CVT automático, que permitiria trocas de marcha extremamente suaves. Porém, a FIA cansou da superioridade da equipe inglesa e proibiu todos estes componentes para a temporada de 94.
Esse carro foi testado em 93, conforme o vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=x3UpBKXMRto&eurl=http://f1nostalgia.blogspot.com/

Reparem no piloto de testes!!!