Nessa parte do especial, veremos os pódios de Senna e Piquet em 1988 e 1990.
///
15º Pódio: GP de San Marino, 1988
Imola, 1º de Maio
Resultado Final: 1º Senna, 2º Prost, 3º Piquet
Diferença entre os brasileiros: +1 volta
Pole position: Ayrton Senna (McLaren-Honda)
Melhor volta: Alain Prost (McLaren-Honda), 1’29”685 na volta 53
///
15º Pódio: GP de San Marino, 1988
Imola, 1º de Maio
Resultado Final: 1º Senna, 2º Prost, 3º Piquet
Diferença entre os brasileiros: +1 volta
Pole position: Ayrton Senna (McLaren-Honda)
Melhor volta: Alain Prost (McLaren-Honda), 1’29”685 na volta 53
GPs de Senna até então: 63
GPs de Piquet até então: 142
Resumo do GP:
Coincidência ou não, essa corrida aconteceu num dia 1º de Maio. Exatamente um ano antes, Piquet sofrera um grave acidente na Tamburello, que lhe impedira de participar da prova. E exatamente seis anos depois, Senna perderia sua vida na mesma curva.
Resumo do GP:
Coincidência ou não, essa corrida aconteceu num dia 1º de Maio. Exatamente um ano antes, Piquet sofrera um grave acidente na Tamburello, que lhe impedira de participar da prova. E exatamente seis anos depois, Senna perderia sua vida na mesma curva.
Mas o dia do trabalhador de 1988 foi imensamente mais feliz para os brasileiros do que seriam 87 ou 94: Senna venceu, e Piquet esteve presente no pódio. Nos treinos, um massacre: Senna, como de hábito - fato que havia ocorrido nos três anos anteriores e se repetiria mais 4 vezes - largou na pole-position de Imola. Alain Prost foi o segundo colocado, a quase 8 décimos do brasileiro. Na terceira posição, veio Piquet, com uma diferença assombrosa de 3,3 segundos. Exatamente: Senna foi mais de 3 segundos mais rápido que o terceiro colocado.
Em que pese a superioridade inquestionável do McLaren MP4/4 (venceriam 15 de 16 GPs no ano), um carro somente comparável às Williams de 1992 e 93, e às Ferrari de 2002 e 2004, uma diferença tão grande só pode ser fruto de perícia, rapidez, arrojo e concentrações fora do comum, tendo em vista que a diferença para o companheiro de equipe foi de oito décimos.
A corrida? Quase um funeral, com Senna vencendo de ponta-a-ponta, não perdendo a primeira posição nem no momento da troca de pneus. Prost teve problemas, caindo para sexto, mas recuperou-se bem e encerrou na segunda posição. Piquet, andou em segundo o tempo todo, mas a diferença brutal de equipamento não permitiu-lhe defender a posição do francês, e assim o pódio repetiu o grid de largada.
No campeonato, Prost liderava com 15 pontos, Senna era segundo, com 9, e Piquet vinha em terceiro, com 8.
///
16º Pódio: GP da Austrália, 1988
Adelaide, 13 de Novembro
Resultado Final: 1º Prost, 2º Senna, 3º Piquet
Diferença entre os brasileiros: +10,759s
Pole position: Ayrton Senna (McLaren-Honda)
Melhor volta: Alain Prost (McLaren-Honda), 1’21”216 na volta 59
GPs de Senna até então: 77
GPs de Piquet até então: 156
Resumo do GP:
Na pole-position, obviamente, Ayrton Senna: era a 13ª vez - em 16 GPs - no ano que Senna largaria da posição de honra, e seria a 2ª de 6 que ele assinalou no circuito australiano (em 10 tentativas). Prost, naturalmente em segundo, e Piquet em 5º, atrás de Mansell (Williams) e Berger (Ferrari).
Na largada, Prost supera Senna, enquanto que Piquet - e Berger - superam Mansell. Já na 3ª volta, Berger ultrapassa Senna e começa a perseguir Prost, obtendo sucesso na volta 14. Berger segue botando tempo, e abre boa vantagem, até que, no 25º giro, tenta ultrapassar René Arnoux (retardatário) e acaba se chocando com o francês.
Não, Berger não estava inspirado, nem tampouco a Ferrari estava melhor que a McLaren. O austríaco havia largado com pouca gasolina e, como naquela época não havia reabastecimento, era absolutamente claro que ele iria abandonar a prova. E mais: Berger tinha um vôo marcado para ANTES DO TÉRMINO DO GP. A batida com Arnoux foi o método (pouco ortodoxo) encontrado por Berger para não "dar na pinta" a pane seca.
Trata-se de uma das histórias mais curiosas da Fórmula 1. Definitivamente, eram outros tempos, de um automobilismo mais descompromissado.
Na corrida, a partir do abandono de Berger, tivemos um novo funeral, com Prost vencendo com larga vantagem sobre Senna e Piquet chegando em terceiro. Foi a 15ª vitória em 16 corridas da McLaren no ano, um recorde ainda não superado, e que dificilmente será. Em 2002 e 2004, a Ferrari obteve as mesmas 15 vitórias, mas correu 17 GPs em 2002, e 18 em 2004.
O campeonato já estava decidido: Ayrton Senna, campeão mundial, 90 pontos; Alain Prost, vice, com 87. Piquet fechou na 6ª colocação, com 22. Na conferência de imprensa, o entrevistador era ninguém menos que Jackie Stewart. Tínhamos, portanto, 10 títulos de F1 naquele momento (anos mais tarde, seriam 13).
///
17º Pódio: GP do Canadá, 1990
Montreal, 10 de junho
Resultado Final: 1º Senna, 2º Piquet, 3º Mansell
Diferença entre os brasileiros: +10,497s
Pole position: Ayrton Senna (McLaren-Honda)
Melhor volta: Gerhard Berger (McLaren-Honda), 1’22”077 na volta 70
GPs de Senna até então: 82
GPs de Piquet até então: 161
Resumo do GP:
Mais um show de ambos os brasileiros. Senna larga na pole - pleonasmo? -, repetindo os feitos de 1988 e 1992, nessa pista. Nesse ano, largaria da posição de honra 10 vezes ao todo, mostrando um domínio absoluto das classificações. Piquet larga na 5ª posição, já como piloto da Benetton-Ford.
No começo da prova, Gerhard Berger, que largava em segundo, queima a largada e, embora não tivesse tomado a posição de Senna, é punido com 1 minuto nos boxes. Com isso, Piquet já é o 4º. Senna, reconhecidamente o melhor piloto em pista molhada, começa a abrir vantagem, e só perderia a primeira posição por algumas voltas, após trocar os pneus.
Piquet, por sua vez, faria uma excelente prova de recuperação: nesse momento, posicionava-se atrás de seu companheiro, Alessandro Nanini, e de Alain Prost, da Ferrari. Boutsen e Mansell vinham atrás do brasileiro. Tão logo a pista começou a secar, vários pilotos foram mudar os pneus, e no retorno à pista Nanini acaba se chocando com uma lontra, e tem de retornar aos boxes.
Piquet se vê atrás de Prost e Boutsen, nesse momento. O belga chega a ultrapasar o francês, mas abandona a seguir. Piquet vence o duelo com Prost, que também é ultrapassado por Mansell, e dá mostras de porquê era tri-campeão, batendo os carros italianos, notadamente superiores ao seu Benetton. Senna seguiu tranqüilo, em outra dimensão.
O campeonato apontava: Senna líder, com 31 pontos, Berger segundo, com 19, Alesi (!) terceiro, com 13, Prost em 4º e Piquet 5º, ambos com 12 pontos.
///
18º Pódio: GP da Hungria, 1990
Hungaroring, 12 de Agosto
Resultado Final: 1º Boutsen, 2º Senna, 3º Piquet
Diferença entre os brasileiros: +27,605s
Pole position: Thierry Boutsen (Williams-Renault)
Melhor volta: Riccardo Patrese (Williams-Renault), 1’22”058 na volta 63
GPs de Senna até então: 87
GPs de Piquet até então: 166
Resumo do GP:
A Hungria - uma vez definida por Piquet como "um circuito de rua sem prédios" - reserva sempre muitas surpresas, e podemos, quem sabe, esperar mais uma para esse fim de semana...
Hungaroring foi palco da primeira vitória de Alonso, em 2003, quando sua Renault era apenas a 4ª força do grid; A pista húngara também viu Senna, em 1992, impor uma raríssima derrota a Williams de outro planeta. E em 1990, também "pregou peça": a dupla da Williams - no primeiro e mais primitivo modelo daquele que dominaria a F1 nas temporadas de 1992-93-96-97 - fez a primeira fila, e ainda emplacaria vitória e volta mais rápida.
Senna marcou o 4º tempo nos treinos, atrás de Berger, enquanto que Piquet foi apenas o 9º. NA largada, Senna cai para sexto, e Piquet continua na 9ª posição. Na volta 21, Senna sofre danos no seu carro que o obrigam a ir aos boxes, e o brasileiro retoma à pista em décimo. Começava então uma de suas melhores corridas - pouco lembrada, entretanto.
Passando um a um, e realizando uma ultrapassagem arrojadíssima sobre Nigel Mansell, Senna consegue chegar à terceira posição. Nesse momento, tenta uma manobra arriscada e acaba se chocando com Alessandro Nanini, que vinha em segundo. A ultrapassagem de Senna em muito lembra a de Damon Hill sobre Schumacher, na Austrália 1994.
Mas Senna, diferentemente do inglês - talvez porque foi um choque, e não uma fechada - consegue continuar na pista. E o mais interessante é que, algumas voltas depois, um acidente idêntico ocorre com Mansell e Berger.
Senna segue andando no limite, e tenta até o último momento estragar a festa da Williams, mas o dia mesmo era de Boutsen, que vence com uma vantagem de apenas 0.288s. Piquet, também brilhante, vinha, entre ultrapassagens e abandonos dos adversários, na terceira posição, mostrando uma de suas principais características: a condução precisa.
Era a 14ª vez que Senna e Piquet se encontravam no pódio, e a terceira em solo húngaro, num espaço de 5 anos. Senna havia vencido nessa pista em 1988, e repetiria a façanha em 91 e 92. Piquet ganhara as duas primeiras edições, em 86 e 87, como vimos. Portanto, em apenas 7 anos, 5 vitórias brasileiras. Interessante é que Senna, nas 4 que não venceu, foi segundo colocado. Piquet, com esse pódio e uma 6ª colocação em 89 - com um carro grosseiramente ruim - mostrava também conhecer a pista.
Príncipe e Primeiro-Ministro húngaros? Talvez tenha sido por isso que, em 1987, um jornalista local disse que já estava decorando o hino nacional brasileiro...
No campeonato, Senna liderava com 54 pontos, 12 a mais que Prost, o vice. Piquet era 5º, com 22.
7 comentários:
+ 1 volta , +10,79s ,10,497s , +27,605s , nas respectivas diferenças de Ayrton pra Nélson , agora , é só pegar as (geniais, assim com esta) reportagens passadas , e a diferença de Piquet , pra Senna , não é tão grande assim ...
Verdadeira merda esse Senna , quando tinha carro competitivo não sabia aproveitar ... que saudades do Zonta !
Quando Piquet emplacou grandes diferenças , é porque , fora o talento , tinha nada mais , nada menos , que "aquela Williams" , A WILLIAMS , contra uma Lotus ... e com anos e anos de asfalto a mais ...
exato Djalma...
pelas diferenças em si, Senna massacrou o Piquet em 88, 90, 91, como este fizera em 85, 86, 87...
nesses casos, a diferença primordial foi o equipamento, embora em algumas situações, como San Marino-88, foi algo tremendo...
o desempate fica nas duas vitórias de Senna em 1987: com carro pior, abriu mais de meio minuto de vantagem...
Aos amigos do blog , deixo uma pergunta (usando o espaço) , o que vocês acham , opinam , qual o ponto de vista dos comentaristas , em relação a algumas vitórias de Senna , onde ele pega a bandeira brasileira (o motivo de perguntar isso a vocês , a imparcialidade dos mesmos , a frieza, e principalmente o conhecimento)dando uma "volta olímpica" com a verde e amarela?
a)Ato de conquista (só) à torcida nacional , ou seja , pura "falsidade"...; (ouvi isso hoje)
b)realmente amor ao país ;
c)Cada piloto tem seu "estilo"
d)outra coisa que vocês queiram colocar.
Só fiz a pergunta aproveitando o tema "Senna" ...
muito boa a matéria. o piquet era sem noção mesmo.
Djalma, eu diria "b+c/2", heheh.
A letra "a", infelizmente, tem sido muito disseminada, por um pequeno grupo de pessoas que, não encontrando motivos "na pista", tenta a todo custo desmerecer Senna como ser humano, e nas questões pessoais.
por exemplo, tem nêgo que diz que o Instituto Ayrton Senna é hipocrisia, é mole?
abraços;
mas sobe ... hehehehe , então mandamos prender o Cafu, pela fundação... hauahauahuaahua
Postar um comentário