sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Phil Hill: *1927 +2008

Faleceu, na data de ontem, Phil Hill.

Philip Toll Hill foi o único campeão mundial de Fórmula 1 nascido nos Estados Unidos (Mario Andretti é italiano naturalizado americano). Venceu o campeonato da temporada de 1961, pela equipe Ferrari. É um campeão muito subestimado, por dois motivos básicos: Em primeiro lugar, naquele ano a Ferrari era disparado o melhor carro, principalmente depois da mudança de regulamento que fez a equipe Cooper, do grande Jack Brabham, despencar no rendimento - e o tri-campeão ficar fora de qualquer disputa.
E o fato principal pela baixa estima do campeão é que Wolfgang Von Trips, seu companheiro de equipe, faleceu num terrível acidente ocorrido na penúltima corrida, e assim ele não teve mais concorrência pelo título. Porém, seja ele Jacques Villeneuve pela Williams ou James Hunt pela McLaren, um campeão sempre tem méritos. E no caso de Hill (apesar do sobrenome, ele não tem nenhum parentesco com a família de campeões Graham/Damon Hill), devemos olhar com ainda mais cuidado para não cairmos em erros de julgamento - confesso que partilhei dessa tendência de não reconhecê-lo como grande campeão.
Phil Hill venceu o mundial de 61 com 34 pontos ante 33 de Von Trips; até aí, parece que a morte de Wolfgang foi realmente o fator decisivo para a conquista de Hill, principalmente porque, no GP onde faleceu, Trips havia feito a pole-position. Porém, há muitas outras coisas por trás disso.
Em primeiro lugar, Hill ficou com 34 pontos pois descartou um terceiro lugar (4 pontos), o que já lhe confere 38 pontos; 5 a mais que Trips, portanto. Mas não é só isso que, a meu ver, legitima a vitória de Hill: naquele ano, numa temporada de 8 GPs, ele marcou 5 poles, todas de modo consecutivo. Mais: Hill também não disputou o último GP do ano, em respeito à morte do colega. Portanto, Hill marcou a pole em 5 de 7 corridas "reais".
Além disso, no Grande Prêmio da França, 4ª etapa, Hill - que partia de pole, como mencionado - teve problemas no carro, o que lhe fez voltar aos boxes e lá perder muito tempo, o que lhe ceifou uma vitória certeira. Naquele GP, Hill acabou por registrar a volta mais rápida, com o tempo de 2'27"1, simplesmente 3 segundos mais rápido do que Jim Clark, que marcou a 2ª melhor volta naquele dia.
Mas não é só o título que torna a carreira de Hill importante: ele venceu por 3 vezes a corrida das 24 horas de Le Mans, pilotado Ferraris-protótipo, uma das mais importantes provas do automobilismo mundial, ao lado das 500 milhas de Indianápolis e do GP de Mônaco. Em 1958, estreou na metade da temporada, disputando apenas 4 corridas, e fez dois terceiros lugares! E o mais importante: num desses pódios, cedeu passagem para seu companheiro Mike Hawthorn, dando o segundo lugar ao inglês que, assim, se tornou campeão mundial (percebemos que a tradição de ordens de equipe na Ferrari data de muito longe).
Por essas razões, Luca di Montezemolo declarou hoje que "está profundamente triste, como todos na Ferrari". O Poderoso Chefão ainda declarou que "[Phil] Hill foi um grande homem e um grande campeão, que deu muito para a Ferrari, e sempre nos representou bem, dentro e fora das pistas".
Hill correu na Fórmula 1 entre 1958 e 1966, mas só disputou quatro temporadas completas: 1959, 60, 61 e 64 (Em 58 disputou no final, em 62 e 63 esteve fora de alguns GPs, e em 65 não participou). As três primeiras foram pela Ferrari e a última pela Cooper. Ao todo, foram 47 GPs, sendo 31 deles pela equipe italiana. Lá, conquistou 3 vitórias, 6 poles, 5 melhores voltas e foi ao pódio 16 vezes (metade das corridas).
O campeão sofria do Mal de Parkeenson e faleceu aos 81 anos. Dos 29 campeões de F1, Phil é o décimo a nos deixar. Massa e Räikkonen deveriam fazer algo para homenageá-lo no GP da Bélgica. Deixo vocês com esse bonito video, as últimas imagens gravadas de Phil Hill: em abril desse ano, fazendo o que mais gostava.


O fim das especulações

Muito tem se falado sobre o futuro de Kimi Raikkonen na F1. Rumores apontavam que o campeão estaria desmotivado, e poderia deixar a categoria ainda no fim desta temporada. Esta semana o jornal espanhol 'AS' apontou uma nova possibilidade: Kimi Raikkonen correria pela BMW em 2009, abrindo uma vaga para Alonso na Ferrari. Porém, nesta sexta-feira (29) o presidente da equipe italiana, Luca di Montezemolo, veio a público para confirmar a permanência do finlandês na equipe vermelha até o fim de 2009.
Ainda, quando perguntado sobre as especulações Alonso-Ferrari, o dirigente disse ser "frustrante ver um campeão como Fernando fora do top-10 em Valência".
Com isso, o curso natural das coisas indica que Alonso deve continuar correndo pela Renault na próxima temporada, enquanto aguarda uma vaga certa na Ferrari, em 2010.
Equipe F1 Critics.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

As voltas mais rápidas de Senna - Partes 1 e 2

Senna tinha na pole position sua especialidade e, mesmo deixando de ser o recordista nos últimos dias de Schumacher, nem mesmo os fãs do alemão podem contestar a superioridade de Ayrton nesse quesito.
Porém, quando se trata da melhor volta em corrida, Senna não está entre os principais - nas estatísticas. Como entender isso?...
Já está no ar, no GP Total, a o especial que vai relembrar e analisar as 20 voltas mais rápidas - em corrida - obtidas por Ayrton Senna ao longo de sua carreira. Ontem, foi colocada a primeira parte, que vocês podem ver clicando no link acima. Hoje, entrou a segunda.
Recentemente, numa pesquisa feita pela revista F1 Racing, em entrevista com chefes de equipe, pilotos atuais e ex-pilotos, Ayrton Senna foi considerado o piloto mais rápido de todos os tempos.
Essa "eleição", na verdade, é apenas uma de várias já feitas no estilo, que considerarm Ayrton o piloto mais rápido a ter pilotado um fórmula 1.

Leiam lá, comentem aqui.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

GP da Europa - Notas dos Pilotos

Felipe Massa

Marcel - 9,5
embora não tenha atingido a perfeição da hungria, foi uma prova destacada, onde fez barba, cabelo e bigode (pole-vitória-melhor volta). foi beneficiado pela mudança do lugar de largada, e quase causa um acidente com sutil. é forte candidato ao título, e depois de Monza a Ferrari deve elegê-lo como postulante à taça.

Cassio - 9,5
Muito bem no treino, melhor ainda na corrida. Fez inclusive a volta mais rápida, o que é raro em sua carreira. Só não leva 10 pois fez uma corrida melhor na Hungria.

Média = 9,5

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Kimi Räikkonen

Marcel - 4
fez o melhor tempo na sexta, caiu para quarto no sábado, e na corrida perdeu a posição de kovalainen. causou um acidente com um mecânico. não fez absolutamente nada que prestasse. até sua especialidade, a volta mais rápida, foi apenas o quinto melhor registro. se não vencer na bélgica, pode dar adeus à briga.

Cassio - 5
Liderou os treinos livres, mas foi nulo na classificação e na corrida. Ainda teve um motor estourado. Parece jogar pela janela suas chances de título.

média = 4,5
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Lewis Hamilton
Marcel - 8
largou em segundo, terminou em segundo, e fez a segunda melhor volta. correu visivelmente pelo campeonato. as alegadas dores de certa forma explicam o fato de não ter acompanhado o ritmo de massa, mas a verdade é que a mclaren ainda está aquém da equipe italiana. porém, se não errar feio de novo, leva o caneco.
Cassio - 8,5
Chegou onde largou, mas com a saúde abalada foi o mais correto a fazer. Garantiu 8 pontos valorosos.

Média = 8,25
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Heikki Kovalainen

Marcel - 7
idêntico ao ano todo: fora do pódio, marcando pontos. não cheira nem fede. não incomoda o "patrão". ganha se todo mundo quebrar. caso isso não aconteça, Kovalainen estará lá, em 4º ou 5º. finalmente superou Nick Heidfeld na classificação, e agora é o 5º colocado no geral, onde deve terminar.

Cassio - 6,5
Corrida discreta, sem muito a comentar. Precisa melhorar se pretende ser escudeiro de Hamilton na reta final do campeonato.

média = 6,75

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Robert Kubica

Marcel - 7,5
este camarada está tirando leite de pedra nessa temporada: único fora do eixo mclaren-ferrari a vencer e a fazer pole, único fora os três ponteiros a liderar o certame. quarto piloto com o maior número de pódios. e nessa corrida conseguiu uma ótima 3ª colocação, andando à frente de Ferrari-Mclaren.

Cassio - 8
Mais uma boa corrida do polonês. Voltou a largar na ponta, o que não ocorria a tempos. Pena não ter carro para brigar pelo título.

média = 7,75

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Nick Heidfeld

Marcel - 5
talvez nunca vença uma corrida na fórmula 1. ano passado, terminou à frente do polonês, mas esse ano vem numa queda acentuada. fez pódios em corridas atípicas. de resto, lima para chegar nos pontos. talvez fique sem emprego ano que vem.

Cassio - 5
Largou em oitavo, chegou em nono. Se comparado com o companheiro de equipe, está tendo um ano péssimo. Em vias de trocar de equipe.

média = 5

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Jarno Trulli

Marcel - 7
osso duro de roer, o italiano. mostra claramente a evolução da toyota, e que a dispensa do irmão mais novo da realeza não foi à toa. é o primeiro colocado no campeonato particular das equipes que não tem nenhuma condição de vencer.

Cassio - 7,5
Vem colecionando bons desempenhos e até pódios, coisa que a Toyota não via desde 2005.

média = 7,25

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Timo Glock

Marcel - 6,5
melhorou bastante, depois do acidente. não teve nenhum lance espetacular, e apostou numa boa estratégia para marcar pontos pela 2ª corrida consecutiva.

Cassio - 8
Apresentou uma melhora acentuada nos últimos GPs. Neste, largou em 13º com a estratégia correta e garantiu pontos com o 7º lugar.

média = 7,25

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Fernando Alonso

Marcel - sem nota
não completou nenhuma volta. como diria drummond, "tinha uma pedra, japonesa, no meio do caminho".

Cassio - 6
Errou na classificação e ficou no Q2. As chances de fazer uma boa corrida foram tiradas pelo Kamikaze.

média = 6
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Nelsinho Piquet

Marcel - 4
único a perder todos os treinos para o companheiro de equipe. eu não lembro de tê-lo visto correr. fiquei sabendo no final, quando vi a classificação.

Cassio - 4
Discreto demais.

média = 4

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Mark Webber

Marcel - 4
se antes ele era o único piloto a pontuar em todas as corridas, e estava à frente de kovalainen, agora não pontuou nas últimas 4 corridas. além disso, tem tido desempenhos apagados. nessa, por exemplo, largou em 14º terminou em 12º. com o detalhe de que alonso e kimi abandonaram.

Cassio - 4
Conhecido como leão de treino, nem isso conseguiu fazer.

média = 4
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David Coulthard
Marcel - 2
causou um acidente logo no início. terminou em último. vai em paz, amigo!

Cassio - 2
Continuou sua série de cagadas ao causar acidentes nas primeiras voltas. A F1 parece um ônibus. Até lugar cativo para aposentados eles oferecem!

média = 2
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Sebastian Vettel

Marcel - 8,5
maravilha de piloto. ao lado de kubica, entra na turma daqueles que no futuro próximo serão campeões. fez a volta mais rápida do fim de semana, nos treinos de sábado. largou e terminou em 6º. tudo isso com uma equipe que é a penúltima colocada. excelente.

Cassio - 8
Liderou a primeira sessão de treinos da sexta feira, e fez a volta mais rápida dos treinos no Q2. Com contrato assinado para correr pela Red Bull em 2009, esse garoto promete.
média = 8,25
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Sebastian Bourdais

Marcel - 4,5
evoluiu de décimo para décimo. a Indy deve muito à F1.

Cassio - 4
Confesso que não notei sua presença na pista. Só leva nota por ter chego ao Q3.
média = 4,25

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Nico Rosberg

Marcel - 6
depois de um longo e tenebroso inverno, marcou pontos; mas ainda assim, circunstancial; impressionante a queda de rendimento das williams, que chegaram a esboçar a 4ª colocação no mundial de construtores. não demonstrou ainda o sangue de seu pai.

Cassio - 6,5
Finalmente voltou a frequentar o Q3 e a região dos pontos. Talvez pudesse fazer mais com um
carro melhor

média = 6,25

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Kazuki Nakajima
Marcel - 3
ao contrário de nelson ângelo e nico, filhos de ex-campeões, nakajima herdou o talento do pai. e isso, lógico, não é nada bom. arrebentou a corrida de alonso. o pai tirou uma vitória de Senna no Brasil. os japas são especialistas em destruir corridas de pilotos da casa. só ganha nota por ter feito uma ultrapassagem.

Cassio - 2
Kamikaze, tirou Alonso da prova na primeira volta. Os japoneses têm muita grana pra bancar um cara desses!!!
média= 2,5

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Rubens Barrichello

Marcel - 2,5
uma corrida lastimável, mais uma vez, impulsionada por um carro péssimo. foram constatados problemas nos freios de rubens. mas certamente foi uma corrida ruim, ficando à frente somente de Coulthard.

Cassio - 2
Fraco. A tal motivação da qual o brasileiro tanto fala só serve pra livros de auto-ajuda. No automobilismo, a coisa é mais embaixo, barrica.

média = 2,25
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Jenson Button
Marcel - 3,5
se button foi o primeiro a vencer de honda, e ano passado fora o único a pontuar, esse ano está perdendo de 11 pontos a 3 para barrichello. mas conseguiu chegar a frente do companheiro. e só por isso ganha alguns pontinhos.
Cassio - 3
Chegou a frente de Barrichello. Se o brasileiro foi fraco, o inglês foi quasi-fraco.

média= 3,25
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Adrian Sutil
Marcel - 3
um dos três a abandonar. o pior carro do grid. nada fez, nem pôde.

Cassio - 4

Só apareceu para as câmeras no incidente com Massa. Foi um dos poucos a abandonar. Vale destacar que andou mais que Fisichella na corrida. Até jogo de equipe ele solicitou.

média = 3,5

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Giancarlo Fischella

Marcel - 3,5
coitado dele. piloto que venceu três corridas e fez 4 poles, merecia algo melhor.

Cassio - 2
Já deve estar pensando na aposentadoria. Teve de deixar o companheiro de equipe passar. Muito pouco pra quem um dia pretendeu um lugar na Ferrari

média = 2,75

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

GP da Europa 2008


As expectativas para esta corrida eram grandes. Pista nova, com vários pontos de ultrapassagem (!?!), prováveis entradas do safety car para embaralhar as estratégias de corrida. Porém, o que se viu foi mais uma procissão, liderada por um carro vermelho e um prateado. Para ser mais preciso, apenas 3 ultrapassagens em toda a corrida, todas no fim do pelotão. Uma delas, em uma ordem de equipe. Massa liderou a prova desde o princípio, após conquistar uma bela pole no sábado. Largando um pouco mais leve que Lewis, conseguiu largar bem e manteve a liderança mesmo após os pit stops. Hamilton, que após a corrida alegou uma gripe acompanhada por torcicolos no pescoço, fez a lição de casa e, largando em segundo, chegou em segundo, mantendo-se na liderança do campeonato.
Digna de nota (negativa) foi a atuação de Kimi Raikkonen. Apesar de liderar os treinos de sexta-feira, apagou-se no sábado e largando da 4ª posição pouco fez para sair evoluir. Nos boxes, largou antes do desencaixe da mangueira de combustível, causando um acidente com os mecânicos. Voltas depois, abandonou com um motor estourado. A luz amarela se acende para o setor de motores da equipe italiana. É o segundo motor a explodir em duas corridas, e o quinto proulsor italiano a apresentar problemas nesta temporada - 2 na Austrália, 1 na França, 1 na Hungria e 1 em Valência (saudades do antigo staff?).
No campeonato, Hamilton é o líder com 70 pontos, seguido por Massa (64) e Kimi (57). Kubica é o quarto, com 55. O campeonato vai afunilando, e a Ferrari logo irá escolher o piloto que brigará pelo título. E parece que Kimi começa a jogar sua chance fora.
Esperamos uma corrida melhor e mais movimentada na Bélgica.
Equipe F1 Critics.

Se cuida, Galvão!

Ainda vamos trazer aqui a análise do GP e as notas dos pilotos. Mas faremos um comentário diferente sobre a corrida: vamos falar dos erros da narração, e dar uma pequena amostra de como os amantes de Fórmula 1 sofrem por ter de ver e ouvir certas coisas...
Galvão tem erros históricos. Um deles, no lendário GP da África do Sul de 1983, corrida do bi-campeonato de Nelson Piquet. Reparem na falta de noção do cidadão:

Mas aviso: É bom Galvão Bueno se cuidar, pois Cléber Machado já está à sua altura nas narrações de F1. Não sei se o Cléber consegue passar a mesma emoção, mas já está cometendo erros igualmente brutais. para ficar nos dois mais notáveis.
a) nos treinos (isto é, naquele compacto chinfrim), Cléber Machado começou a divagar sobre quantas pistas diferentes a F1 já teve, que Valência é isso, Cingapura aquilo... E falou: essa corrida será a de número 497 da Fórmula 1, e assim, Cingapura fechará a de número 500. Quase caí da cadeira: No Grande Prêmio da Austrália de 1990 - dezoito anos atrás - vencido por Piquet, a F1 vivia seu 500º GP. Qualquer livro ou site sobre F1 cita isso.
Na hora eu fiquei abobado, e pensei: "Logo o Reginaldo corrige e ele fala o certo no ar"... E, claro, Cleber se corrigiu: "Na verdade, não será a corrida 500", disse... "é a de quatrocentos".
Socorro! A F1 fez em Valência o GP 797, e será 800º daqui um mês. Claro, o leitor vai dizer que estou sendo duro demais, pois Cléber pode ter simplesmente confundido algarismos, o que em si não é problema, mesmo. Mas a crítica é pelo fato de alguém que fala a 20, 30, 50 milhões de pessoas no Brasil não saber que nosso Piquet venceu o GP 500 há 18 anos.
E o mais curioso: quem narrou aquela corrida foi... CLÉBER MACHADO! Confiram:

b) na corrida, Kimi Räikkonen havia acabado de abandonar com uma senhora explosão de motor... Lógico, amigo, quando você abandona, na tabela de resultados você aparecerá no final, ficando abaixo de todos os que completam, e acima de alguém que, eventualmente, tenha abandonado antes.
Alonso apareceu em último, pois foi tirado de pista na 1ª volta; Depois, Sutil ficou pelo caminho. Assim, como são 20 os pilotos, ao abandonar Kimi foi registrado como 18º colocado na corrida.
E então, a pérola: ao fazer a contagem do campeonato, Cléber regozijou-se ao ver que Felipe somaria mais 10, e diminuiria sua distância para Lewis de 8 para 6 pontos. E regozijou-se mais ao ver que Kimi ficaria no zero. Ele disse: "O Kimi como está em 18º não está marcando pontos"...
Claro, o Cléber não precisava dizer "Kimi abandonou", até porque, para desempate, um 18º lugar serve, como vimos Massa e Lewis empatarem em pontos e HAmilton liderar porque tinha um 10º lugar a mais!
Mas o problema é o tempo verbal: Ele viu o Kimi sair, ele viu que o kimi não estava mais... ele narrou a explosão de motor. O que será que ele tem? lapso de memória? tudo bem não lembrar do que falou 18 anos antes, mas 10 minutos?...
Deve ser por isso que ele está uma semana sim outra também no TOP 5 do C.Q.C...

domingo, 17 de agosto de 2008

Desfazendo Mitos - Parte 3

A parte 3 da série vai derrubar o seguinte mito: “Michael Schumacher foi o único piloto da história a sair da melhor equipe como campeão e mudar-se para uma equipe péssima e conseguir reerguê-la”.
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Quem puder, leia o texto Três Heróis, publicado no GP Total em maio do corrente ano. O artigo se refere a outros pilotos que eram bi-campeões mundiais, e mudaram-se para equipes onde a vitória estava distante. Mas não foram somente os três pilotos citados a mudar de time como campeões: Ao longo da história, 12 (incluindo Schumacher) dos 29 campeões trocaram de equipe após conquistarem um título. Cronologicamante, Michael Schumacher foi o nono. Mas o fã de Schumy ainda pode argumentar que ele foi pioneiro ao ganhar títulos, e que nenhum desses teve a paciência e/ou a capacidade (sic) de fazer o que ele fez.
(pausa: Fangio mudou-se de equipe três vezes em três anos, sendo campeão em todas elas. Essas equipes para onde se mudou haviam sempre sido derrotadas por ele no ano anterior. Eis apenas um dos motivos pelo qual esse argentino deve ser considerado o melhor de todos os tempos na F-1).
Fernando Alonso ainda é uma incógnita, e ele ainda terá muito a mostrar. Mas é bom que se diga que a Renault de 2008 estava em piores condições que a Ferrari de 1996 - como veremos depois. Mas se houve alguém que "aceitou desafio" na história da Fórmula 1, esses são Fittipaldi e Brabham: saíram como campeões na melhor equipe, e CONSTRUÍRAM o próprio carro. Fittipaldi, infelizmente, não conseguiu vencer corridas, devido ao fato de nosso país não ter recursos, e as barreiras internacionais para um equipe não-européia (em 58 anos de história, a Copersucar foi a única) eram grandes demais.
Jack Brabham é um caso único na história da Fórmula 1, e assim permanecerá para sempre: único piloto a ser campeão com o carro que contruiu. Esse feito é grande demais, e por tal grandeza, ainda não foi devidamente valorizado - pelo contrário, tentam encontrar as mais vazias explicações, preferindo acreditar no pioneirismo de Schumacher. A conquista de Jack Brabham é, sob todos os aspectos, maior e mais impressionante que a de Schumacher, e detalhe principal é que Brabham, no seu terceiro título, tinha 40 anos de idade.
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A tendência, quando se fala na simples mudança para a Ferrari e principalmente das futuras conquistas do alemão na equipe, é dar ares Franciscanos à atitude de Michael: os termos usados para qualificar a troca Benetton-Ferrari sempre são do tipo “aceitou o desafio” e “abdicou de ter o melhor carro”. E quando se fala da situação da Ferrari, o epíteto é sempre o de “bagunça total”, “time destruído”, e por aí vai.
Logicamente, você ser campeão mundial e mudar para uma equipe que não obteve o mesmo sucesso não é algo a ser ignorado, mas nenhum dos dois casos supramencionados é verdade, e iremos demonstrar aqui o porquê.
A) Sobre a situação da Ferrari
No post que falávamos sobre Fernando Alonso mudando-se para a Ferrari, foi citado um trecho do livro de Gerhard Berger. “Na Reta de Chegada” é um excelente relato do piloto austríaco, que correu na Fórmula 1 entre 1984 e 1997. Ao longo desses 14 anos, ele foi piloto da Ferrari por duas vezes, totalizando 6 temporadas: de 87 a 89, e de 93 a 95. Berger, portanto, tem uma relação de muito carinho com a equipe italiana e conhece os meandros dos relacionamentos internos da casa de Maranello.
No capítulo intitulado “Ferrari II”, Berger conta tudo o que aconteceu na equipe entre 1993 e 1995. Isso inclui: performances nas três respectivas temporadas, mudanças nos aspectos técnicos do carro, troca de staff (diretores esportivos, projetistas e engenheiros), além de poder contar como tudo aconteceu exatamente no período pré-Schumacher. Transcrever esses relatos, portanto, é algo de suma importância.
Em primeiro lugar, vamos lembrar da Ferrari no período a que Berger se refere: em 1993, a Ferrari entraria no seu terceiro ano após a última vitória – o último piloto da equipe italiana a vencer havia sido Alain Prost, na Espanha/90. A partir de então, a equipe enfrentou a franca decadência: nenhuma pole ou vitória em 91, mas 4 pódios; nenhum pódio em 1992. A situação para 93 era a pior possível.
Naquele ano, Alesi (2 vezes) e Berger (1) conseguem subir ao pódio, mas a vitória seguia sem vir. A equipe finalizou o mundial dos construtores na 4ª posição com 28 pontos, apenas 5 a frente da Ligier (!!!). Foi nesse ano que aconteceu a “grande virada”: num tempo em que os mecânicos não se entendiam entre inglês e italiano, Lucca di Montezemolo, presidente da Scuderia, e Niki Lauda, diretor esportivo, lançam seus olhares para o mundo dos ralis e contratam o francês Jean Todt.
Palavras de Bernie Ecclestone, na época: “Todt é o homem certo para recolocar a Ferrari na trilha das vitórias”. Já Berger relata a chegada do francês da seguinte maneira: “Todt tinha um ceticismo muito saudável em relação a tudo o que acontecia na Ferrari e passou a se dedicar com afinco a compreender a equipe. (...) Hoje eu sei que, apesar de a ressurreição da Ferrari ter demorado muito mais que se pudesse prever, ela certamente começou no dia em que Jean Todt chegou”. (página 109)



E começou, mesmo: em 1994, Gerhard Berger conquista a primeira vitória da Ferrari depois de quase 4 anos (59 corridas!), no Grande Prêmio da Alemanha. É importante lembrar que não foi uma vitória “de sorte”: do contrário, Berger fez a pole e, mesmo seguido de perto por Schumacher --foto ao lado--, venceu de maneira incontestável. E essa não foi a única pole ferrarista do ano: Berger foi pole uma outra vez, e Alesi também anotou a sua.
Lembremos também que, no começo do ano, Alesi (Brasil) e Berger (San Marino) haviam conseguido largar na terceira posição, a frente de Damon Hill da Williams – e o Senna sempre na pole... Além disso, ao longo do ano Berger conseguiu subir ao pódio 6 vezes, e Alesi terminou 4 provas entre os três primeiros. É importante lembrar que, em duas corridas, Alesi foi substituído por Nicola Larini. Larini conseguiu um segundo lugar (!!!!), em San Marino. Na pontuação geral, Berger terminou em terceiro, Alesi foi 5º. Nos construtores, a Ferrari foi a 3ª colocada, com 71 pontos. MAIS QUE O DOBRO de 1993: com a mesma dupla de pilotos.
Chegando em 1995, a Ferrari vence mais uma corrida – é importante lembrar que foi a única equipe fora Benetton/Williams a vencer nesses dois anos – dessa vez com Jean Alesi (foi a ÚNICA vitória da carreira do francês), no Canadá. Alesi faz 5 pódios naquele ano, Berger outros 6. Berger anota a pole na Bélgica, e Alesi, embora não tenha largado em primeiro, alinha na primeira fila em 3 oportunidades. Berger fez a melhor volta da corrida duas vezes, e Alesi em uma ocasião. E a equipe encerra somando 73 pontos (2 a mais que em 94!), novamente sendo a 3ª melhor equipe, novamente à frente da McLaren.
Mais uma passagem do livro de Berger vem a ilustrar perfeitamente a situação da equipe de Maranello ao fim daquela temporada. Na página 166, o austríaco relata um depoimento de Schumacher à imprensa: "Schumacher (...) tinha experimentado meu Ferrari e estava surpreso que um carro tão bom (sic) não tinha vencido mais corridas em 1995". É esse o quadro que ele teria de enfrentar em 1996: uma equipe em franca ascensão.

B) Sobre o motivo que levou Schumacher para a Ferrari
Como descobrimos mês passado, Schumacher é um homem muito caridoso: ele deixou Felipe Massa correr na Ferrari. Mas essa atitude altruísta de Schumy já vinha de antes. Ele se prontificou a ajudar a Ferrari a se reerguer. Abriu mão de toda a sua glória, em nome do grande projeto. Michael Schumacher de Assis. Será que foi mesmo assim? Vejamos, pois.
No início de 1995, começou a se montar o cenário na Ferrari que, no final, levaria ao acordo com Schumacher (...) E assim foi: o contrato para 1996 foi assinado antes mesmo da primeira corrida da temporada de 1995 (...) Finalmente, a verdade sobre o salário de Schumacher acabou sendo revelada: 28 milhões de dólares, uma quantia de tirar o fôlego...” (NA RETA DE CHEGADA, págs. 118-9).
Para se mudar para a Ferrari, Michael Schumacher receberia simplesmente o maior salário da história da categoria. Apenas para efeito de comparação, quando Ayrton Senna assinou com a Williams, em 1994, seu salário – o maior de todos os tempos, na época – era de 20 milhões de dólares. Além disso, o contrato de Schumy havia sido assinado antes mesmo de seu bicampeonato. Aqui, portanto, o mito de “topar um desafio” começa a cair.
Por outro lado, o fã de Michael pode usar isso a seu favor: “o melhor piloto, tiveram de pagar o maior salário, claro”. Será que foi mesmo assim? Vejamos, pois.

C) Sobre o motivo que levou a Ferrari até Schumacher

Montezemolo e Todt me disseram: ‘Precisamos fazer pelo menos uma consulta pro forma a Schumacher, pois, além de jovem, ele é campeão mundial e pode até ser campeão de novo. Ele é super rápido, a Alemanha se tornou o mercado mais importante para a Ferrari, a Fiat está lançando o Bravo, tudo se junta” (NA RETA DE CHEGADA, pág. 121). O bendito “mercado alemão”: foi esse mesmo mercado que fez Bernie Ecclestone colocar Schumacher na Benetton – palavras do próprio.
Mas, até então, o fã de Schumacher ainda se esquiva: “apenas uma forma de unir o útil ao agradável: Schumacher era o melhor piloto, eles precisavam dele, e confiavam nele como o único capaz de fazer a ressurreição”. Será que foi mesmo assim? Vejamos, pois.

D) Senna era o Schumy que a Ferrari queria em 1995

Peço agora licença ao livro de Berger [para retomá-lo daqui a pouco] e cito uma notícia publicada em abril de 2004. Pouco antes de completarem-se dez anos da morte de Ayrton Senna, Jean Todt veio a público contar sobre sua chegada na Ferrari, e como estavam as coisas, naquela época. Reproduzo, abaixo, a nota:
"A revelação sobre o encontro de 1993 entre Senna e a Ferrari foi feita na noite de anteontem [abril de 2004] por Jean Todt. O segredo foi guardado por mais de uma década. “Eu o conhecia pouco, porque tinha acabado de chegar à Fórmula 1. Mas tivemos uma longa reunião com ele, na semana do GP da Itália. Foi quando falamos do futuro na Ferrari em 1995. Mas isso não pôde ser concretizado”, disse Jean Todt.
Segundo contou, Todt ficou “impressionado ao ver que um personagem como Senna estivesse interessado pela Ferrari. Hoje entendo porque a Ferrari é mística, e por isso é compreensível o desejo de um piloto como ele fazer parte da equipe. Mas em 1993 estávamos verdadeiramente mal”.
Fazendo essa lembrança de 4 tópicos, fica absolutamente claro os motivos que levaram o piloto alemão para a equipe italiana: a) não, a Ferrari não era uma “M...”; b) não, ele não aceitou nenhum desafio; c) não, ele não era a primeira opção do time...
Resta-nos, agora, ver como e quanto a Ferrari ganhou com o alemão e sua chegada...
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Verdade seja dita: Schumacher, com uma mão quebrada, é melhor que Alesi e Berger juntos. Isso é um fato que ninguém pode contestar. Por isso, era esperado que o alemão “super-rápido” mencionado por Montezemolo fizesse algo melhor que os pilotos haviam feito em 94 e 95. O seu citado depoimento ao testar o carro de 1995 mostra isso. E ele fez.
Michael Schumacher não disputa o título em nenhum momento na temporada de 96, mas conseguiu 8 pódios (2 a mais que Berger em 94 e 95), sendo 3 vitórias (duas a mais que Berger em 94, e Alesi em 95). Largou 4 vezes na pole (duas a mais que Berger em 94).
Desse modo, vimos como Schumy deu um “salto de qualidade na Ferrari”. Mas, algo engraçado acontece: a Ferrari termina a temporada com 70 pontos. Isso mesmo, amigos! A Ferrari encerra a primeira temporada de Schumacher com menos pontos do que havia somado em 94 (71) e em 95 (73)!!!
Claro, a explicação é uma só: o péssimo Eddie Irvine - ex-companheiro de equipe de Barrichello na Jordan! - era o piloto número 2 da Ferrari. Mas, além da má qualidade do irlandês (Schumy > Berger > Alesi > Irvine), Gerhard Berger nos aponta um “outro fato”: “(...) havia sido divulgado na imprensa e posto em prática com relação a Irvine: Ele [Schumacher] tinha uma cláusula explícita em seu contrato que estabelecia que, em todos os aspectos materiais e táticos, teria de receber ‘ melhor’ do que o outro piloto”(NA RETA DE CHEGADA, pág. 123).
(pausa: Diante disso, e sabendo que Eddie Irvine ficou três anos na Ferrari sem ganhar uma corrida sequer, iremos nos surpreender ainda mais daqui a pouco...)
Em suma, a temporada de 1996 não foi nada boa, não necessariamente por ter sido a menor pontuação da equipe nos últimos três anos. Por isso, insatisfeito com John Barnard e outros do “staff” Ferrarista, Schumacher demite o diretor-técnico e traz muitos dos funcionários da época da Benetton, especialmente Rory Byrne – o projetista – e Ross Brawn – estrategista.
E em 1997 estava formado o “dream team” que assombraria a categoria no início do século 21: Todt-Brawn-Byrne-Schumacher. Naquele ano, Michael conquista 5 vitórias, algumas delas de forma antológica (Mônaco e Bélgica) diga-se, e consegue chegar à última corrida com um ponto de vantagem sobre Villeneuve.
Seria algo esplêndido, se Michael levasse o caneco, pois ele não tinha o melhor carro. Mas, plagiando Tim Maia na genial “Me Dê Motivo”, depois do GP da Europa, os fãs de Schumacher cantaram assim: “até que o piloto que a gente ama, vacila / e põe TUDO a perder...”. Schumacher, ele e somente ele, perdeu o título de 1997. Além da derrota, foi humilhado publicamente e é até hoje o único piloto da história com um vice-campeonato cassado pela FIA.

Em 1998, agora era a McLaren (de 0 vitórias de 94 a 96, e três trunfos em 97) o carro a ser desafiado: Mika Häkkinen e Schumacher disputam de forma limpa, com certa vantagem para o finlandês, que vence metade dos GPs (8) e acaba sendo campeão com 14 pontos de vantagem sobre Schumy.
Em 1999, a McLaren começa melhor, mas pouco a pouco a Ferrari mostra que já tinha o melhor equipamento, e passa a liderar o mundial de construtores. Silverstone, Grande Prêmio da Inglaterra, 8ª etapa da temporada de 1999. Àquela altura, Hakkinen havia vencido três corridas, ante duas de Schumy. O finlandês contava com 40 pontos no certame, ante 32 de Schumacher.
Mika Häkkinen faz a pole, Schumacher tem o segundo tempo. Na largada, o finlandês sai na frente, enquanto que Schumacher cai para a 4ª colocação, ficando atrás, inclusive de seu companheiro, Irvine. Assim, as coisas levariam 14 pontos (50 a 36) de vantagem para Mika.
Mas, antes da primeira volta, Schumacher perde os freios de seu Ferrari e choca-se contra a barreira de pneus.
O alemão quebrara uma perna e ficaria de fora de seis GPs: estava virtualmente fora da disputa do título. Eddie Irvine, ele mesmo, termina a prova em segundo, atingindo os mesmos 32 pontos do “patrão”. Se quisesse alguma coisa, agora a Ferrari teria de concentrar suas forças no pobre piloto irlandês.
E não é que deu certo? Irvine – que havia vencido a primeira corrida do ano (a primeira de sua vida!!!) – vence duas provas e faz um 3º lugar, conseguindo uma jamais imaginável liderança. Nas duas provas seguintes, Irvine é modesto, fazendo um 4º e um 6º lugares, mas Häkkinen consegue apenas seis pontos no mesmo período.
Isso faz com que Irvine e Häkkinen cheguem a Nürburgring com os mesmos 60 pontos, restando três provas. Naquele dia, Schumacher anunciou seu retorno para o GP da Malásia, prova seguinte. Irvine vinha à frente de Häkkinen. Seria ele o homem a tirar a Ferrari da fila depois de 20 anos?...
Não, é óbvio que não. No pit-stop do irlandês, a Ferrari faz uma parada perfeita: em menos de 8 segundos, abastece e troca pneus. Irvine está pronto para sair, quando alguém “lembra” que esqueceram um pneu traseiro... Com isso, a parada de Irvine dura 48 segundos e ele chega na sétima posição.
Ao final da temporada, Irvine dá uma polêmica entrevista, e diz a lendária frase: “Não sei se a Ferrari quer ser campeã, ou se quer ser campeã com o Schumacher...”. Claro que a resposta é a segunda, e claro que Irvine foi demitido. Häkkinen é campeão de pilotos pela segunda vez. Mas a Ferrari vence um mundial de construtores pela 1ª vez desde 1983.

O resto da história, todo mundo conhece: a Ferrari é o melhor carro, entra Barrichello no lugar de Irvine, Hakkinen se aposenta... e Schumacher inicia o maior domínio da história da categoria.
Fica aqui o reflexo:
1) Irvine nunca fez absolutamente nada na Fórmula 1... em 1999 vence 4 corridas e perde o título mundial por dois pontos: só não foi campeão porque a Ferrari não quis.
2) No final de 2006, após a derrota para Renault/Alonso, Schumacher, Brawn e Byrne se aposentam. Mas Jean Todt fica. E a Ferrari é campeã de times e pilotos em 2007. Em 2008, Todt sai. E, pelo jeito, a McLaren vai voltar a ser campeã depois de 9 anos...
O que será que isso significa?

sábado, 16 de agosto de 2008

Desfazendo Mitos - Parte 2

Nesta segunda parte, o F1 Critics derrubará o seguinte mito: Michael Schumacher só perdeu o título de 2006 pela quebra do motor em Suzuka.
Os admiradores e fãs do piloto alemão têm disseminado esta falácia para explicar de forma simples e cabal a perda do título para o prodígio espanhol. Fazem isso como se o fato de perder para o campeão mais jovem da história fosse algum demérito.
Para um espectador desatento, esta frase parece correta. Alonso e Schumacher chegaram empatados em pontos no Japão, palco da penúltima corrida da temporada. Na corrida, Massa largou na pole, seguido por Schumacher. Alonso foi apenas o quinto no grid. Em 14 voltas, o alemão liderava, seguido por Alonso. Faltando 16 voltas para o fim, o motor da Ferrari quebra e a vitória cai no colo do piloto espanhol.




Mas então, vejamos o que realmente aconteceu nesta ótima temporada, a última de Schumacher nas pistas.
A primeira metade da temporada foi dominada pela Renault, com 7 vitórias em 9 GPs, sendo 6 delas de Alonso. Além das vitórias, o espanhol conquistou ainda 3 segundos lugares, anotando 93% dos pontos possíveis. Schumacher conseguiu duas vitórias, 4 segundos lugares, um quinto, um sexto e um abandono por erro de pilotagem, anotando 66% dos pontos possíveis.
A segunda metade foi dominada pela Ferrari, com 7 vitórias em 9 GPs, sendo 5 delas de Schumacher. Além das vitórias, o alemão conquistou um terceiro, um quarto e um oitavo lugar, somando 69% dos pontos possíveis. Alonso conseguiu apenas uma vitória neste período, mas conquistou 4 segundos lugares e 2 quartos lugares, somando 55% dos pontos possíveis.
Nota-se, então, que Alonso aproveitou muito bem a metade do campeonato em que teve o melhor carro, ao contrário de Schumacher, que não obteve um bom aproveitamento quando teve o melhor carro.
Ora, então a vitória que falta para Schumacher é exatamente a do Japão!!! Será?
Considerando que o alemão não abandonasse no Japão, ele anotaria 80% dos pontos possíveis na segunda metade do campeonato, ainda muito abaixo dos impressionantes 93% de Alonso na primeira metade. Logo, não foi apenas pelo abandono no Japão que Schumacher perdeu este título.
Mesmo assim, alguns fãs mais ortodoxos (ou desinformados) dizem que Schumacher foi mais prejudicado durante a temporada, pois além de um motor estourado enquanto liderava, ficou estacionado atrás de Massa no reabastecimento do GP da Turquia, trocando uma vitória certa pelo terceiro lugar, atrás de Alonso.




O que estes fãs não lembram (ou preferem não lembrar) é que Alonso foi tão ou mais prejudicado que Schumacher ao longo da temporada. Duvida? Então vejamos.
Durante todo o ano, tanto Alonso quanto Schumacher abandonaram duas vezes. O alemão bateu sozinho na Austrália (andava em 6º) e teve um motor estourado no Japão (andava em 1º). O espanhol teve uma roda solta na Hungria (andava em 1º) e um motor estourado na Itália (andava em 3º). Vale lembrar que Alonso foi punido injustamente nos treinos do GP da Itália, por ter supostamente atrapalhado Massa em sua volta rápida (se alguém conseguir ver isto no vídeo, ganha um algodão doce). Tendo de largar em décimo, forçou seu carro ao máximo na busca dos pontos durante a corrida.




Em resumo, Schumacher perdeu 13 pontos, contra 16 perdidos pelo espanhol. Mas observem: Schumacher perdeu 10 pontos por falhas mecânicas, enquanto Alonso perdeu 16.
Por outro lado, Schumacher teve desempenho pífio em 4 corridas: Malásia (6º lugar), Austrália (bateu), Mônaco (5º lugar) e Hungria (8º lugar após a desclassificação de Kubica). Alonso teve desempenho fraco em apenas duas corridas: EUA (5º lugar) e Alemanha (5º lugar). Em resumo, enquanto Alonso levou 8 pontos em duas corridas, Schumacher precisou de 4 para somar a mesma quantidade.
Mas devemos lembrar das falhas das equipes!!!
Na Turquia, a Ferrari permitiu que Massa fizesse o pit-stop à frente de Schumacher, forçando o piloto alemão a esperar para fazer o reabastecimento. Com isso, Alonso tomou a segunda posição de Schumacher. Caso voltasse em segundo, é certo que Massa cederia a vitória para o companheiro de equipe. Portanto, Schumacher perdeu 4 pontos por culpa das estratégias da equipe.
Na China, Alonso dominava a prova sob chuva com pneus intermediários, mas em seu primeiro pit-stop a equipe francesa optou por trocar apenas os pneus dianteiros!!! Resultado: a vantagem de 20 segundos se transformou em uma desvantagem de 25 segundos em apenas 13 voltas, arruinando as chances de vitória de Alonso. Algo semelhante aconteceu com Raikkonen no GP da Inglaterra de 2008. De qualquer forma, o espanhol mostrou sua superioridade compensando a falha de estratégia da equipe com um ótimo 2º lugar.
Em suma: Schumacher perdeu 4 pontos por estratégias da equipe, enquanto Alonso perdeu 2, que poderiam ser mais caso não fosse um ótimo piloto.
Após estas considerações, façamos os cálculos:


É fácil observar que Alonso perdeu mais pontos que Schumacher. Além disso, Alonso perdeu 16 pontos por falhas mecânicas contra 10 de Schumacher. Ou seja, de forma alguma o piloto alemão foi mais prejudicado do que o espanhol durante a temporada!!!
Assim, a equipe F1 Critics derruba mais um mito, mostrando que não foi pelo motor estourado que Schumacher perdeu o campeonato de 2006, mas sim porque Alonso mostrou uma grande superioridade ao longo da temporada, aproveitando de forma excepcional o período em que teve o melhor carro do grid.
Até a próxima.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

DESFAZENDO MITOS - Parte 1

A partir de hoje e durante os próximos dias, o F1 Critics vai se dedicar a derrubar algumas falácias, mitos, estórias, mentiras, invenções que a Fórmula 1 moderna viu-se vítima. A primeira delas, será a de que "A superioridade de Schumacher foi tanta que mudaram o regulamento"
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Mudanças de Regulamento na Fórmula 1

Quando, em 2003, a FIA mudou o sistema de pontuação (marcariam pontos do primeiro até o oitavo colocado: 10, 8, 6, 5, 4, 3, 2, 1) e limitou as voltas rápidas em treinos, virou moda dizer que “Schumacher dominou a Fórmula 1 a tal ponto que a FIA se obrigou criar novas regras para dar mais ‘graça’ ao campeonato”.

Isso, em parte, é verdade; no entanto, não se trata exclusivamente do domínio de um piloto, mas sim da grande superioridade vista nos Ferrari, especialmente em 2002: naquele ano, foram 15 vitórias da equipe italiana em 17 corridas, sendo 10 vezes 1º e 2º. Marcaram 221 pontos contra 92 da vice-campeã de construtores (Williams).

Nesse mesmo ano, Schumy-Rubens superaram Senna-Prost em dobradinhas, e para quem considera Barrichello um zero à esquerda, basta lembrar que nesse ano o piloto venceu 4 corridas, fez 5 recordes de pista e foi vice-campeão mundial, com 15 pontos a menos que a dupla da Williams somada! Isso sem contar a vitória cedida na Áustria e duas vezes que Barrichello (numa delas largando à frente, e na outra, largando atrás mas chegando em quarto podendo impedir o título de Schumacher naquela corrida) ficou "parado" no grid.

Mas os que tentam engrandecer Schumacher por conta disso, convenientemente esquecem que as regras já sofreram diversas mudanças na história da Fórmula 1 – e nem por isso os pilotos principais das referidas eras são louvados da mesma maneira. Vamos, então, lembrar de duas das mais importantes modificações anteriores ao “pioneirismo” do alemão.

Jack Brabham foi campeão mundial em 1959 de forma relativamente fácil. Até então, a pontuação era a seguinte: do 1º ao 5º, 8, 5, 3, 2, 1, mais um ponto extra para quem marcasse a volta mais rápida da prova. Aí, em 1960, a coisa mudou, sendo abolido o “bônus” da melhor volta, e depois sendo acrescido um ponto a cada piloto colocado nas posições mencionadas, e o sexto também passou a pontuar. Brabham conquistou seu segundo título naquele ano.



Com Senna isso também aconteceu (o que, para muitos, não é interessante lembrar): Até 1990, ano do bi-campeonato, a pontuação era aquela estabelecida no início dos anos 60: 9, 6, 4, 3, 2 e 1. Além disso, só eram contabilizados os 11 melhores resultados de cada piloto na temporada (16 provas), havendo o "descarte". No ano de 1991, as regras mudaram, e a pontuação passou a ser 10, 6, 4, 3, 2 e 1, e sendo abolido o sistema de descartes. E Ayrton Senna foi campeão pela terceira vez.

Outra mudança ocorrida foi sobre a classificação: até 90, o grid de largada era decidido na combinação dos tempos dos treinos de sexta-feira e dos de sábado. Havia, também, uma “pré-classificação” para as equipes ditas menores. Todos sabem do domínio que Senna exercia nos treinos (entre 88 e 90, ele marcou 36 poles em 48 GPs, ou seja: 75%), e a partir de 1991 o sistema passou a ser: treino livre na sexta, e classificação sábado, com máximo de 12 voltas (4 rápidas) por piloto.

Eis a pergunta que não quer calar: A FIA mudou as regras só p’ra impedir o título de Senna ou Brabham? Não. Brabham levou em 1960, e Senna venceu o campeonato de 1991, assim como Schumacher ganharia o de 2003. A pontuação é a mesma para todos e, quando o piloto é realmente bom e tem condições de vencer, vence de qualquer maneira.



Porém, o quê, de alguma forma, os fãs do alemão podem vir a considerar como tendo sido uma "mudança objetivando o final do seu domínio", foi a regra para o uso dos pneus, em 2005: naquele ano, ficou acordado que cada carro só poderia usar um conjunto por corrida. Um regresso no tempo: antes, só havia as trocas, sem reabastecimento. Agora, gasolina à vontade, mas pneus...

A FIA acabou acertando direto naquilo que Senhor Galvão Bueno convencionou chamar de “coelho na cartola”: as famigeradas “voltas rápidas” do alemão, antes de parar nos boxes; agora, Schumacher não tinha mais coelho... muito menos cartola.
No entanto, (e a imagem ao lado mostra isso, no acidente sofrido pro Ralf Schumacher nos treinos de Indy) quem mais “sofreu” com essa mudança não foi o alemão: naquela temporada, de 19 corridas, Schumacher pontuou em 12 delas; Nas outras 7, uma terminou em 10º, e abandonou seis; só que, destes abandonos, apenas um ocorreu em virtude de algum problema com os compostos. Dos outros cinco, três foram em virtude de alguma batida (acidente ou colisão), e duas por erro do piloto.

Assim, depois de 7 títulos, uma temporada medíocre, sem absolutamente nada de expressivo. A única coisa minimamente interessante que Schumacher fez aquele ano foi o seu segundo lugar no GP de San Marino, quando ficou a apenas 0.4s de Alonso, depois de várias voltas grudado no carro do espanhol. Na verdade, ele conquistou uma vitória – largando em 5º, como diz Flavio Gomes –, a mais ridícula de todos os tempos, e ainda por cima foi mais uma das que Barrichello teve de "abrir mão".

Foi uma temporada deprimente, em termos de performance: Schumacher não conseguiu fazer nada além de 5 pódios e 1 pole em 19 GPs. E terminou a temporada em terceiro lugar, apenas dois pontos à frente de um certo Montoya, que ausentou-se de 3 GPs em virtude de um acidente, e quatro à frente de Fisichela: e o mais interessante de se notar é que tanto Fisichela quanto Montoya foram dois dos ausentes no GP que Michael venceu, e haviam conquistado posições à frente do alemão no grid.

Nenhuma proibição de pneus poderia fazer um piloto ter um desempenho tão fraco. Mas, mesmo assim, pode ficar parecendo que, sim, Schumacher foi o primeiro e único piloto a forçar os dirigentes da categoria a tomarem alguma atitude para trazer mais competitividade ao campeonato. Engana-se quem pensa assim: isso aconteceu duas vezes antes. E quem foram as pobres “vítimas”(sic)? Os mesmos Jack Brabham e Ayrton Senna (“não é possível!”).

Com Jack Brabham, houve caso semelhante após o seu segundo título: o motor Climax deseu Cooper, que lhe rendeu os títulos em 1959 e 1960, foi visto como o grande responsável por tais conquistas e, após ganhar 5 corridas em 8 no ano anterior, houve uma limitação às cilindradas do motor (agora passariam a ser 1500). Resultado: Brabham pontuou pouco, num ano dominado pelas Ferrari.

Já no caso de Senna, todo mundo deve se lembrar dele dizendo que “pilotaria até de graça” para a Williams, certo? Pois eu até pagaria para correr num carro que fez de Mansell o campeão do mundo mais antecipado da história, um carro com suspensão ativa, freio ABS, câmbio automático, controle de tração – ufa! – além de um super motor Renault V10.

Em 1993, foi a vez de Prost brincar de vídeo-game e, ao final daquele ano, Senna conseguiu um contrato com a equipe inglesa. Estava tudo pronto... mas a FIA proibiu TODOS os compostos eletrônicos para 1994, e Senna sentiu como se não tivesse mudado de equipe. Além disso, seria liberado o reabastecimento, fazendo o inverso do que aconetceu em 2005, como comentamos anteriormente. Não necessariamente por conta dessas mudanças, mas Senna morreu na pista e não pudemos saber o que faria...

E é bom que lembremos que, em 2006, o sistema de um jogo de pneus por corrida foi abolido, e o esquema de uma volta rápida por piloto em cada treino, também. Logo, Schumacher voltou a competir lá na frente. Mas Alonso, qual Chapolin Colorado, gritou para aqueles que não acreditaram no seu talento que ele não dependia apenas de ter Schumacher “fora de combate”.


sábado, 9 de agosto de 2008

E agora, José?...

O Mercado de Pilotos está em alta. E o tema principal é ele, Fernando Alonso. Mas Alonso tem sido comentado também por declarações de diversos chefes de equipe. Ross Brawn, da Honda, disse: queremos Fernando. Segundo Brawn, "Todas as equipes, menos uma (McLaren), o querem". E completou: "Precisamos esperar a situação com a Ferrari se resolver".

Depois de ter corrido a notícia de que o espanhol comprou uma casa próxima à fábrica da Ferrari, essa semana, mais uma vez, o site GrandPrix, na matéria "The 2009 Driver's Market", traz Alonso à tona.
O acordo com a Ferrari para 2010 é dado como certo - e faz tempo. E há ainda a eterna dúvida sobre Kimi Räikkonen: mesmo o finlandês tendo dado como certa sua presença ano que vem, sua recente fraca performance, e a constante desmotivação, dão pinta de que ele pode "se mandar" no fim do ano. E, com isso, o dueto Espanha-Itália pode vir ano que vem...

O fato de a notícia (o acordo prévio Alonso-Ferrari) ser negado não pode servir como prova de absolutamente nada. Para demonstrar isso, transcrevo aqui um trecho muito interessante do livro de Gerhard Berger (atual chefe da Toro Rosso), em que ele conta detalhadamente como foram as negociações e o acordo que levou Michael Schumacher à Ferrari em 1996 - ele era piloto da Scuderia desde 1993.

"Todt fechara um acordo preliminar com Schumacher em Mônaco (1995) e a Ferrari tinha direito de mantê-lo em segredo pelo tempo que lhe conviesse. Entretanto, toda vez que um segredo escapa da Ferrari, eles sempre se apavoram e, por algum reflexo automático, negam a informação. À medida que a história se espalha, mais se sentem atingidos..." (BERGER, Gerhard. 'Na Reta de Chegada'. 1999: Berger Motorsport, Austria).

Coincidência ou não, a notícia de que Alonso já tem o contrato com a Ferrari para o ano de 2010 saiu em Mônaco, e não custa lembrar que Kimi assinou com a Ferrari em fins de 2005, mas isso só foi revelado na metade de 2006.
Portanto, seria bom que Massa garantisse o título nesse ano ou no próximo, porque...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

GP da Hungria - Notas dos Pilotos

A partir do GP da Hungria, o "F1 Critics" passará a atribuir nota aos pilotos depois de cada corrida. Ambos os autores farão suas avaliações, e depois será feita uma média.
Comentem, discordem, opinem...
///
Felipe Massa
Marcel: 10
Excepcional largada, não permitiu aproximação de Hamilton. Traído pelo infortúnio. Mas mostra-se com forças para lutar pelo campeonato.
Cassio: 10
Corrida fantástica, da largada até o abandono. Apesar da quebra, continua vivo no campeonato.
média = 10

Kimi Räikkonen
Marcel: 6,5
Fez a volta mais rápida da corrida, o que lhe confere a nota. Com um carro N vezes melhor, jamais conseguiu superar Alonso – só nos boxes – chegando a escapar da pista. Parece estar pensando na aposentadoria.

Cassio: 6
De produtivo apenas a volta mais rápida. Penou atrás de Alonso durante muito tempo. Não chegaria ao pódio sem os problemas dos ponteiros.
média = 6,25

Lewis Hamilton
Marcel: 8,5
Uma ótima pole no sábado, mas uma largada burocrática e temerosa. Nas primeiras voltas, chegou a parecer que ia se aproximar, mas foi blefe. Boas ultrapassagens depois do pneu furado.

Cassio: 9
O mais rápido nos treinos, tirou o pé na primeira curva, mas acompanhou Massa de perto até seu pneu estourar. Depois, saiu de 10º para 5º, em boa recuperação. Continua líder do campeonato.
média = 8,75

Heikki Kovalainen
Marcel: 8

Venceu, por isso a nota. Foi bem nos treinos, mas largou excessivamente mal. Mui distante de Massa/Lewis. Ganhou na base da sorte, mas imprimiu um bom ritmo no terço final da corrida.

Cassio: 7
A vitória caiu no colo, mas não deixa de ser uma vitória. Andou em um ritmo muito abaixo de Massa e Hamilton, mas o suficiente para ser o primeiro do pelotão de trás. Não fez o papel de escudeiro na largada, permitindo a Massa tomar sua posição.
média = 7,5


Robert Kubica

Marcel: 6
Uma excelente 4ª posição nos treinos (muito além do que o carro oferecia), mas uma corrida apagadíssima, terminando em 8º. Praticamente fora da disputa pelo caneco.

Cassio: 7,5
Belo treino de classificação, apenas 8º na corrida. Parece que a BMW parou no tempo!
média = 6,75

Nick Heidfeld
Marcel: 2
Cair no Q1 com uma BMW?...

Cassio: 2
Caiu logo no Q1. E não adianta reclamar do Borudais, não houve NADA de errado.
média = 2

Fernando Alonso

Marcel: 8,5
Na largada, passou a Ferrari de Kimi, e não foi superado em nenhum momento. Ganhou ainda a posição de Kubica, e beneficiou-se dos problemas com Hamilton e Felipe. Seguramente anda mais que o carro.

Cassio: 8,5
Largou em sua posição habitual, passou Kimi na largada e ganhou posições com a quebra dos ponteiros. Segurou Kimi durante grande parte da corrida, mostrando que se tivesse uma Ferrari na mão...
média = 8,5

Nelson A. Piquet

Marcel: 7,5
Mais uma boa corrida. Embora a Renault seja o único time cujo placar na classificação está 11 a 0, tem melhorado consideravelmente. Perdeu algumas posições no início, mas adotou boa estratégia. Belo "Chega pra lá" em Trulli.

Cassio: 8
Boa corrida, tem atuado melhor desde que a F1 voltou à Europa. Venceu uma bela disputa de posição com Trulli, que não abre pra ninguém.
média = 7,75

Timo Glock

Marcel: 9
Seguro na frente, bem desde a sexta-feira, impressionante recuperação após o acidente na Alemanha. Foi ameaçado algumas vezes, mas administrou bem, sem errar.
Cassio: 9
Ótimo ritmo de corrida, apesar de ter aliviado no final da prova. Levar a Toyota ao pódio é um grande feito.
média = 9

Jarno Trulli
Marcel: 6
Outro muito experiente e que vinha bem no campeonato, mas foi suprimido, pelo companheiro e pelas circunstâncias.

Cassio: 6
Veio ganhando posições com uma estratégia diferenciada, mas parou atrás de Piquet, que fechou-lhe a porta.
média = 6

Mark Webber

Marcel: 5
Vinha muito bem no campeonato, pontuando em quase todas as corridas, mas nos últimos GPs não tem ido bem. Apagado na corrida. De quebra, viu Alonso passa-lo na tabela.

Cassio: 5
Largou em oitavo, perdeu uma posição nos boxes e terminou em nono. Nenhum destaque.
média = 5

David Coulthard
Marcel: 2
Faltam apenas 7 corridas para ele nos deixar em paz.

Cassio: 4
Em ritmo de aposentadoria, chegou na posição onde largou.
média = 3

Jenson Button

Marcel: 4,5
Por ter superado Barrichello nos treinos e no GP. O carro é ruim demais, mas também nada fez de importante.
Cassio: 5
Ficou a frente do companheiro de equipe. E só.

média = 4,75

Rubens Barrichello
Marcel: 2
Único brasileiro a vencer em Hungaroring depois dos gênios Piquet-Senna, essa foi para esquecer, definitivamente.

Cassio: 3
Sem carro e sem vontade.

média = 2,5


Kazuki Nakajima
Marcel: 2
Cavaleiro da esperança. Único a andar com o carro em chamas.
Cassio: 2
Seria o carro da Williams tão ruim? Ou são os pilotos?

média = 2

Nico Rosberg

Marcel: 2
Outra decepção, após um bom início de campeonato. E agora, Frank Williams?
Cassio: 2
Favor ler o comentário sobre Nakajima.
média = 2

Sebástien Bourdais
Marcel: 2
Definitivamente, Formula Indy não é parâmetro para a Fórmula 1

Cassio: 2
Não atrapalhou Heidfeld, mas foi punido. De qualquer forma, pouco fez na corrida.

média = 2


Sebastian Vettel

Marcel: 4
O alemãozinho fez o que deu, mas quebrou logo no início. Ano que vem, terá um carro melhor.

Cassio: 3
Fim de semana apagado. Melhor sorte na próxima corrida.

média = 3,5

Giancarlo Fisichela
Marcel: 2,5
Gente boa.

Cassio: 3
Pelo menos não abandonou

média = 2,75

Adrian Sutil
Marcel: 2
Depois de Mônaco, sumiu.
Cassio: 2
Largou em último e abandonou.
média = 2

domingo, 3 de agosto de 2008

GP da Hungria 2008

Dessa vez, o F1 Critics fará uma postagem diferente. Ao invés de simplesmente analisarmos a corrida, mostraremos outros casos que, igualmente terríveis, aconteceram em outros GPs de antigamente, e servirão de contraponto à corrida de hoje.

///

O GP da Hungria de 2008 pode, e deve, passar para a história futura, por alguns motivos:

1) por ter sido a primeira vitória de Heikki Kovalainen;
2) por ter sido o primeiro pódio de Timo Glock;
3) por ter sido um dos grandes "azares" da Fórmula 1 moderna.


A vitória de Kovalainen e o segundo lugar de Glock são históricos, pura e simplesmente, porque estarão nos livros de estatísticas, daqui para a frente. Além disso, Kovalainen foi o 100º piloto a vencer um GP na história da categoria. Mas, sem sombra de dúvidas, o fato 3 é o que fará com que lembremos dessa corrida daqui para a frente. E ficará gravado na memória por ter sido - no sentido correto do termo - uma tremenda injustiça com Felipe Massa, que fez uma prova, sob todos os aspectos, excelente.
Massa largou extremamente bem, não tomando conhecimento de Kovalainen, e depois ultrapassou Hamilton.Embora seja um certo exagero comparar a ultrapassagem de Felipe sobre Hamilton com a de Piquet sobre Senna nessa mesma pista, 22 anos atrás, é inegável que Felipe fez algo excepecional, principalmente por retardar a freada, coisa que Hamilton também fez, evitando o choque entre os dois (como podemos ver na foto ao lado).
A partir de então, o que se viu foi a melhor corrida da carreira de Felipe, sem sombra de dúvidas. O piloto, vencedor de 8 GPs até hoje, nunca havia pilotado tão bem, nem mesmo nas suas três vitórias consecutivas na Turquia.
Embora estivesse mais leve que o inglês da McLaren (Massa parou na volta 18, Hamilton na 19), Felipe, seguidamente, estabeleceu a melhor volta da corrida, até então - o recorde, mais uma vez, ficaria com Kimi Raikkonen, a 7ª em 11 GPs - e abriu vantagem segura para piloto número 22, o que o permitiria voltar em primeiro mesmo que o trabalho da McLaren fosse melhor nos boxes - e não foi.
Massa liderou, com habilidade e autoridade, durante 67 voltas quando, a 3 voltas do fim, seu motor explode em plena reta. Kovalainen, que vinha a mais de 10 segundos, então herda a vitória, e só tem o trabalho de levar o carro até o final.
Do ponto de vista da corrida, perda total: Massa certamente venceria, e acabou ficando sem nada, e ainda por cima viu seus dois principais rivais ficarem à sua frente na tabela. Mas talvez, em termos de campeonato, a derrota não tenha sido tão grande assim...
Primeiramente, faz-se importante lembrar do pneu furado de Lewis Hamilton: o inglês atingiu uma pedra, segundo a Bridgestone, e com isso teve de voltar aos boxes, tendo sido ultrapassado no caminho por Kovalainen e Glock. Retornou às pistas na 10ª colocação. Fez algumas ultrapassagens e terminou em 5º. Räikkonen, apesar da volta mais rápida, veio no seu fim de semana mais apagado do ano e fechou em terceiro, exercendo forte pressão sobre Glock - até o momento que Felipe quebrou, e a equipe o "aconselhou" a tirar o pé.
Em resumo: a corrida de Felipe não deve afetá-lo tão drasticamente no campeonato, pois Hamilton não tivesse o furo no pneu, poderia ter herdado a vitória de Massa. Com a 1ª posição, fecharia 10 pontos, contra os "apenas" 4 que faturou com o 5º lugar. Já o caso de Kimi, é mais particular: o finlandês teria totais condições de passar Glock (diminuiu a vantagem do alemão de 5s para 0.8 em apenas 4 voltas), mas não o fez para evitar o mesmo problema do companheiro.
Em suma: Hamilton poderia ter somado 6 pontos a mais, e Kimi talvez levasse outros dois, no bolso. Hamilton poderia ter aberto 14 pontos em relação à Massa, ficou com 8 de vantagem; Kimi, poderia ter chego a 59, e estaria 5 a frente. Agora, tem 3 de vantagem...
Temos de aguardar. São 7 provas por vir. Duas em circuito de rua (Valência e Cingapura); Duas em circuito de altíssima velocidade (Monza e Spa), e três em circuitos de média (Interlagos, Shangai e Fuji - talvez Spa entre aqui...).
Como as duas pistas de rua são novas no calendário, previsões tornam-se mais difíceis. Porém, tomando Mônaco por base, podemos esperar uma corrida disputada, sem grandes dominadores: lembremos que Hungria, ontem, é quase um circuito de rua, e foi dominado pela Ferrari, embora a McLaren fizera a 1ª fila. Já Mônaco, foi um show de Hamilton - mas a Ferrari fez a 1ª fila.
Nas outras cinco corridas, ano passado tivemos praticamente só vitórias da Ferrari. A exceção é é de Monza, quando Alonso fez tudo que tinha direito (pole, vitória e volta mais rápida), com Hamilton completando a dobradinha.
No Brasil, China e Bélgica, a Ferrari dominou de maneira pungente, só não fazendo dobradinha no circuito chinês - Alonso ficou em segundo - e vencendo todas com Kimi. Claro, no Brasil, era Felipe quem levava... O Japão também foi da McLaren, mas a chuva lá foi preponderante. É importante lembrar que Raikkonen chegou no pódio, nessa corrida. Se chover, as coisas ficam mais complicadas, mas o circuito, em si, não pode ser dito "da McLaren" - nem italiano.
Precisamos lembrar que o estouro de Massa, na verdade, vem a equilibrar o misto de azares/erros que permeiam os três favoritos. Lembremos:

- O líder Hamilton fez duas corridas grosseiras não pontuando (Bahrein, 13º, e França, 10º), e abandonou uma vez (Canadá), por erro; Teve duas corridas fora do pódio (Malásia e Hungria, 5º).
- o vice Raikkonen teve uma corrida grosseira onde não pontuou (Mônaco, 9º), sofreu um abandono por problemas mecânicos (Austrália), foi tirado da prova uma vez (Canadá), teve duas corridas sem pódio (Alemanha e Inglaterra) e teve uma vitória perdida por falha no carro (França);
- o terceiro Massa teve um abandono por erro (Malásia), duas vezes por falha no carro (Austrália e Hungria), uma corridas sem pódio (Canadá) e uma prova grosseira, sem pontos (Inglaterra).

No balanço dos problemas mecânicos, Lewis segue ileso (aliás, ele nunca teve um carro quebrado, e a McLaren também não, desde 2007), enquanto Kimi e Massa sofreram dois. Os prejuízos de Massa, nesse quesito, foram maiores, pois não somou nada, contra os oito pontos de Kimi na França – embora aqui Massa tenha sido beneficiado de forma inquestionável.
Já na parte dos erros, Massa e Lewis empatam, com 1 abandono cada; Kimi, segue “a la Prost”, sem ser vítima das próprias bobagens, ou melhor: não abandonando por conta delas.
Na parte “boa”, o líder é quem mais venceu, e o vice é quem mais foi ao pódio. Mas, repito, o campeonato continua totalmente aberto: 8 pontos separam o 1º do 3º, tendo ainda 70 pontos em jogo.
A corrida de ontem (justamente pelo fato de Kimi e Lewis, embora beneficiados, não terem saído da Hungria com o máximo de pontos) não será o “X FACTOR” da decisão do título. Pesa, mesmo, a tristeza de uma vitória “roubada”.
Eu não sou fã de Massa, mas confesso que, pensando bem, não há como felicitar-se com sua derrota – falha da equipe - porque ele correu DEMAIS. Além disso, desde a absolutamente infeliz declaração do pretenso “maior de todos os tempos” peso a favor de Massa, principalmente se o embate for limitado entre ele e Hamilton – por toda a mesquinharia da McLaren no ano de 2007.

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Na história, temos grandes casos em que o carro aniquilou um título certeiro: os mais notáveis são o de Nigel Mansell, em 86, com um pneu estourado – já postamos o video aqui – quando o inglês precisava apenas de uma 3ª posição para o título, e o de Senna em 89, quando teve 5 (cinco!!!) quebras, 4 seguidas, TODAS liderando o GP. Temos também a incrível derrota de Jim Clark, em 1962, quando, na última corrida, liderava com meio minuto de vantagem e o óleo começa a vazar de seu carro.
Não, fãs de Schumacher: a quebra no Japão não foi o que tirou o título de Schumacher, pois Alonso teve mais quebras (2) que o alemão (só essa), naquele ano – futuramente, esse blog desfará mais essa lenda/falácia/mito da F-1.
Mas a injustiça à Massa, ontem, me fez “eleger” as 5 maiores vitórias imerecidas da Fórmula 1 moderna. Poderíamos anotar aqui a vitória de Villeneneuve, na Hungria-97, mas como o "vencedor moral" Hill chegou em segundo, colocaremos esse caso no mesmo nível de Raikkonen na França, esse ano. Por outro lado, tivemos a ridícula vitória de Olivier Panis em Mônaco-96 (quando o piloto sequer sabia que havia vencido) ou a de Patrese, nesse mesmo circuito em 1982. Mas essas corridas “caíram no colo” por conta de milhões de batidas (entraria aí nessa galeria de “corrida loteria” a vitória do citado Hill, na Bélgica-98).

A vitória de Kovalainen figura na 4ª posição. Vejamos as outras 4 (em ordem decrescente):

5ª posição: San Marino, 1985
Vencedor: Elio de Angelis
Mérito: Ayrton Senna

Senna fez a pole na pista que terminaria por ceifar-lhe a vida. Com um carro muito inferior às McLaren e Ferrari, domina o GP de forma inquestionável, inclusive tomando a posição de Prost – simplesmente porque tangenciava melhor nas curvas e era mais arrojado, enquanto que o francês o passava só e unicamente nas retas. Ayrton abandona na 57ª de 60 voltas, por falta de gasolina, e a vitória fica com Prost, que seria desclassificado. De Angelis terminara em segundo, quase 40 segundos atrás, e ganhou de presente uma vitória em casa.

Não influenciou, decisivamente, no campeonato. Prost, campeão, marcou 76 pontos, ante 38 de Senna, que foi 4º e não esteve na briga direta.

3ª posição: Europa, 2005.
Vencedor: Fernando Alonso
Mérito: Kimi Raikkonen

Embora a cena da suspensão quebrada seja extremamente marcante, talvez essa vitória tenha sido a menos “sortuda” da nossa lista. Coloco nessa posição por ter sido na última volta. Mas Alonso, que vinha em segundo, ao contrário de Kovalainen, De Angelis e dos outros dois que citarei, é o que andava mais próximo do real vencedor: Alonso abriu a última volta pouco mais de 1 segundo atrás de Kimi, e ainda foi o autor da melhor volta naquele dia.

Não influenciou, decisivamente, no campeonato. Alonso seria campeão, com133 pontos, ante 112 de Raikkonen. Ademais, Alonso também teve infortúnios mecânicos, como no Canadá – vitória de Kimi.


2ª posição: Canadá, 1991
Vencedor: Nelson Piquet
Mérito: Nigel Mansell

Essa é certamente a “vitória no colo” mais lembrada de todas. Mas então, por quê não está em primeiro lugar? Porque, ao contrário das outras 4 do nosso “TOP”, foi a única que não teve uma falha mecânica como motivo preponderante: Ok, o carro de Mansell apagou, mas não foi o motor que estourou, a suspensão que arrebentou nem a gasolina que cessou: o inglês – lendário, ao mesmo tempo, por manobras espetaculares e erros toscos – estava tão à frente de Piquet (perto de 1min) que não perdia mais. Começou a dar “tchauzinho” para a torcida, o carro achou que a lentidão extrema era outra coisa, e “se” desligou.

Não influenciou, decisivamente, no campeonato: Ayrton Senna seria campeão nesse ano, com 101 (96 válidos) pontos ante 75 (72 válidos) de Mansell. Além disso, nessa mesma prova, o brasileiro teve uma quebra. E Piquet não teria carro para disputar o título.


1ª posição: Espanha, 2001.
Vencedor: Michael Schumacher
Mérito: Mika Häkkinen

Sem dúvida a maior das injustiças que pude presenciar. Häkkinen dominou aquela corrida de maneira avassaladora: largou em segundo, mas passou Schumy nas 20 voltas finais, e “foi embora”. Seguiu dominando. Abriu a última volta na liderança, e tinha mais de 30 segundos sobre Schumacher. A vitória era certíssima. No entanto, faltando 5 curvas para o final, Mika começa a andar lento, lento, e de repente, a fumaça aparece. Schumacher estava abrindo sua volta quando Mika já encostava o carro. Uma derrota ímpar.

Não influenciou, decisivamente, no campeonato. Hakkinen sequer disputou o título naquele ano, em que se aposentaria, e nem mesmo disputou todos os GPs. Por outro lado, Schumacher marcaria quase o dobro de pontos do vice-campeão, Coulthard.

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Em que lugar, os amigos leitores, vão enquadrar Hungria-2008 ao fim da temporada?...

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Pódios Brasileiros - Parte Final

Nesta parte, os últimos pódios brasileiros antes de 2008.

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19º Pódio: GP do Japão, 1990
Suzuka, 21 de outubro
Resultado Final: 1º Piquet, 2º Moreno, 3º Suzuki
Diferença entre os brasileiros: +7,223s
Pole position: Ayrton Senna (McLaren-Honda)
Melhor volta: Riccardo Patrese (Williams-Renault), 1’44”223 na volta 40
GPs de Piquet até então: 186
GPs de Moreno até então: 8

Resumo do GP:
Decisão do campeonato. Senna era o líder, mas Prost ainda tinha chances de conquistar o título. Na disputa pela pole, o brasileiro supera o francês, então piloto da Ferrari. Piquet classificou em sexto, com a mediana Benetton.
Moreno, apesar de poucos GPs disputados, havia estreado na F1 em 1982, pela Lotus. Em 1990, correu grande parte da temporada pela EuroBrun, obtendo qualificação para apenas 2 GPs. Porém, a sorte lhe sorriu quando Alessandro Nannini teve um acidente de helicóptero, abrindo a vaga na Benetton ao lado de seu velho amigo Piquet. Alinhou no grid em 8º.
Na noite do sábado, a McLaren propôs a mudança da posição de largada: originalmente, o pole position largaria do lado sujo da pista. Tendo a proposta negada, Senna perderia qualquer vantagem por largar no lado sujo da pista. Para o piloto brasileiro, era clara a existência de um acordo para ajudar Alain Prost na disputa pelo título, como havia acontecido no ano anterior.
Como esperado, Prost tracionou melhor na largada e parecia conseguir ultrapassar Senna ainda na primeira curva. Porém, o brasileiro não facilitou e ambos se chocaram na tangência da curva. Abaixada a poeira, Senna bate no cinto e sai do carro como o novo campeão mundial.
A corrida continua, com Berger assumindo a liderança. Na volta seguinte, o austríaco roda na sujeira deixada pelo acidente de Senna e Prost, e abandona. Mansell é o novo líder, com a Ferrari, sendo perseguido pelas duas Benetton. Piquet e Moreno largaram bem, e começam a pressionar o piloto inglês.
Com um carro superior, Mansell abre vantagem para os brasileiros, e na volta 26 faz sua parada programada. Mesmo tendo uma boa vantagem, ele tenta voltar á pista o mais rápido possível, e sua fúria provoca a quebra do eixo traseiro.
O abandono de Mansell deixa Piquet na liderança, seguido por Moreno. Aguri Suzuki, piloto da casa, assume a terceira posição quando da parada de Patrese, completando o pódio.
O campeonato estava decidido: Senna era o campeão, com 78 pontos. Prost era vice, com 69. Piquet assumiu um honroso 4º lugar, com 35.



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20º Pódio: GP dos EUA, 1991
Phoenix, 10 de março
Resultado Final: 1º Senna, 2º Prost, 3º Piquet
Diferença entre os brasileiros: +17,376s
Pole position: Ayrton Senna (McLaren-Honda)
Melhor volta: Jean Alesi (Ferrari), 1’26”758 na volta 49
GPs de Senna até então: 110
GPs de Piquet até então: 188

Resumo do GP:
Na tentativa de diminuir o domínio de Senna nas pistas, a FIA apresentou mudanças significativas no regulamento. Pela primeira vez desde 1985 não haveria necessidade de descartar resultados. Além disso, a vitória passou a valer 10 pontos (antes eram 9). Finalmente, os treinos classificatórios foram limitados em 12 voltas (antes não havia limites).
Mesmo assim, Senna garantiu a pole com mais de 1 segundo de vantagem para a Ferrari de Prost, o segundo no grid. Na seqüência alinharam as Williams de Patrese e Mansell: era a versão beta do carro do outro mundo dos anos seguintes. Piquet alinhou em quinto, mostrando que a Benetton havia evoluído após a contratação de John Barnard, ex-engenheiro da Ferrari.
Na corrida, verificou-se um passeio de Senna. O brasileiro corroborou seu favoritismo em pistas de rua com mais uma vitória de ponta a ponta. Prost tentou acompanhar o ritmo, mas parou para trocar pneus e perdeu posições. Piquet, que havia perdido posições na largada, optou por não trocar pneus e chegou a andar em segundo. Porém, na volta 69, Prost faz uma dupla ultrapassagem magnífica, sobre Piquet e Alesi, recuperando a segunda posição.
No campeonato, Senna liderava com 10 pontos, seguido de Prost com 6 e Piquet com 4.




Reparem em Piquet fazendo chifrinho em Balestre, enquanto Senna finge dar um tapa na cara do dirigente Francês.

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21º Pódio: GP da Bélgica, 1991
Spa-Francorchamps, 25 de agosto
Resultado Final: 1º Senna, 2º Berger, 3º Piquet
Diferença entre os brasileiros: +32,176s
Pole position: Ayrton Senna (McLaren-Honda)
Melhor volta: Roberto Moreno (Benetton-Ford), 1’55”161 na volta 40
GPs de Senna até então: 120
GPs de Piquet até então: 198

Resumo do GP:
O fim de semana começou com um banho de Senna, mais uma vez fazendo a pole com 1 segundo de vantagem para Prost, o segundo. Mansell, postulante ao título largou em terceiro. Piquet classifica em sexto, uma posição à frente do estreante Michael Schumacher, da Jordan.
Senna larga bem e mantém a ponta. Prost tem problemas de motor e abandona na segunda volta. Mansell aproveita e pressiona Ayrton, conseguindo voltar à frente do brasileiro após ambos trocarem pneus.
Na volta 21 o motor de Mansell apresenta problemas, e Alesi assume a ponta, seguido por Senna e Piquet. Logo depois, o motor Honda de Senna apaga. Quase parando, o brasileiro consegue fazer o motor voltar a funcionar e volta à corrida ainda em segundo. Na volta 31, é a vez de Alesi ter problemas de motor e abandonar. Senna assume a ponta, com DeCesaris (!!!) em segundo e Piquet em terceiro. Porém, em duas voltas Piquet perde duas posições, para Patrese e Berger.
Faltando 3 voltas para o final, DeCesaris (motor) e Patrese (câmbio) abandonam. Com isso, Berger assume a segunda posição e Piquet termina a corrida em terceiro. Este seria o único pódio brasileiro em 17 anos.
Na classificação, Senna abre 22 pontos de vantagem sobre Mansell (71 a 49). Seria a última vitória de Senna em 91, mostrando que o tri campeonato não foi uma conquista fácil até o final.