domingo, 14 de agosto de 2011

1994 x 2006 - parte 2

E agora a segunda parte deste breve especial, comparando duas das mais históricas temporadas da Fórmula 1.

domingo, 7 de agosto de 2011

1994 X 2006 - parte 1

Está no ar o texto que fala sobre a temporada de 1994 comparando-a a de 2006. Semana que vem a segunda parte.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Datas especiais

Dia 19 de Abril, por exemplo, é o aniversário do rei da música brasileira, Roberto Carlos, e de um dos maiores poetas brazucas, Manuel Bandeira. O dia 8 de dezembro é a data de falecimento do maior compositor da música brasileira, Tom Jobim, e de um dos maiores nomes do mundo pop, John Lennon.

E o dia 24 de junho também é especialíssimo: aniversário de Lionel Andrés Messi e Juan Manuel Fangio.


Um é o maior nome do futebol na atualidade e caminha para inscrever-se como um dos maiores de todos os tempos. O outro foi sem dúvida um dos melhores, se não o melhor a história da Fórmula 1. Na opinião do F1Critics, Fangio divide com Senna essa posição.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

25 anos... - parte 3

25 anos atrás, Senna erguia a bandeira do Brasil pela primeira vez após uma vitória.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Legends

A Fórmula 1 teve muito grandes nomes. A maioria deles conseguiu se sagrar campeão. Alguns cidadãos, como Damon Hill e Jacques Villeneuve, não pertencem a essa categoria. Em contrpartida, gente como Stirling Moss, Ronnie Peterson e Gilles Villeneuve ficaram sem a glória máxima .

Outro desta estirpe foi John Watson, a quem dedicamos a coluna "Legends" publicada hoje no GP Total. No GP de seu breve retorno, Watson deixou o seguinte depoimento gravado, sobre Ayrton Senna:

“No treino de classificação para o GP da Europa de 85, eu vinha na curva Wetsfield e estava numa volta que valia para marcar tempo. No mergulho da curva, eu vi aquele carro preto vindo muito rápido atrás de mim. Exatamente no fundo do mergulho, Ayrton veio por dentro - deixei espaço. Testemunhei visível e auditivamente algo que jamais tinha visto alguém fazer num carro de corrida. Era como se ele tivesse quatro mãos e quatro pernas. Estava acelerando, freando, pisando na embreagem, reduzindo a marcha, virando o volante… O carro parecia num fio de navalha, entre o controle e o descontrole. Tudo isso durou apenas dois segundos. O que ele estava tentando fazer agora era manter a pressão do turbo. Ele chegou ao ponto desejado da pista, para fazer a tomada da curva. O carro mergulhou com uma arrogância, que fez meus olhos se arregalarem. No duro, era um mestre controlando uma máquina. Nunca tinha visto um carro turbo pilotado daquela forma. A habilidade do cérebro em separar cada componente, e juntá-los novamente, com aquele ritmo e coordenação, foi algo marcante, um privilégio de se ver!”

Não que isso fizesse qualquer diferença, Senna marcou a pole naquele dia.

terça-feira, 31 de maio de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

GP da Espanha

Na Fórmula 1, pra vencer só mesmo tendo um grande carro ou contando com o imponderável. Mesmo sem vencer, no entanto, alguns pilotos ainda nos brindam com performances absurdamente geniais.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

17 anos...

Com algum atraso, mas não sem importância, uma lembrança sobre os 17 anos da morte de Ayrton Senna. A seguir, um video produzido no Chile, falando do impacto da morte e das quase duas décadas posteriores.


Porque não é de Rede Globo vive a memória de Senna.

domingo, 24 de abril de 2011

Frase do século

Me chamou atenção hoje, ao ler a seguinte notícia: "Verstappen diz que comemoração de Vettel é arrogante". O holandês afirmou que o 'dedo espetado no ar' de Sebastian denota arrogância. É possível que concordemos sem fazer muito esforço. E não apenas após as vitórias, ams após as poles também.

Porém, o que realmente ficou marcante nas declarações de Verstappen (retiradas de uma coluna do ex-piloto no jornal 'De Telegraaf') foi quando ele analisou o atual sucesso do jovem alemão e fez um paralelo consigo mesmo: "Se eu estivesse em sua posição durante minha carreira na F1, eu poderia ter feito o mesmo".

Sensacional! Por mais que se questione o verdadeiro valor de Vettel, quem acompanhou a F1 dos anos 90, sabe quão hilária é essa declaração.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

GP da China

Lewis Hamilton é o único com reais chances de superar Sebastian Vettel. Isso foi comprovado, mais uma vez, nesse domingo.

Apesar de não ter tido um início de prova perfeito (ok, ele ultrapassou Vettel, mas não conseguiu ameaçar Button), ao longo dela foi conquistando a vitória aos poucos, somando a estratégia da equipe e a rapidez do piloto – Hamilton marcou a segunda melhor volta, só atrás de Webber que tinha os pneus perfeitos na reta final do GP.

Sem dúvidas, a melhor imagem de Hamilton no fim de semana foi sua ultrapassagem sobre Button no início da volta 36, quando o companheiro de equipe até ameaçou uma fechada de porta mas foi prudente ao evitar uma batida.


O fato de Lewis ter alinhado nos boxes quase no tempo limite após resolver um grave problema de vazamento de gasolina dá ares épicos à vitória, e as lágrimas do piloto são mais que justificadas. Ele, com esse triunfo, ultrapassou de uma vez só os lendários Jack Brabham, Emerson Fittipaldi e Graham Hill em número de vitórias, e agora é o 15º maior vencedor da história da categoria.

Pessoalmente apostaria, sem hesitação, em Hamilton num embate direto com Sebastian Vettel. Acontece que eu não colocaria meu dinheiro na McLaren contra a Red Bull...

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Digo isso principalmente pela maravilhosa corrida de Mark Webber: o australiano, que veio de uma horrorosa qualificação (caiu no Q1 sem problemas visíveis), chegou em terceiro e poderia ter vencido em mais algumas voltas.

A questão, nesse caso, pode ser explicada por uma frase Fernando Alonso após a corrida: “de nada adianta uma boa estratégia quando o carro não é rápido. Webber, por exemplo, mostrou que é possível fazer três paradas e chegar na frente se o carro for realmente bom” .

Quando, na minha última coluna, mencionei a frase de Christian Horner dizendo que esperava uma diferença menor entre Mark e Sebastian, me referia justamente a isso: claro, ninguém pode dizer que Webber é mais piloto do que Vettel, mas, quando no seu dia, o australiano pode fazer frente e até mesmo superar o mais jovem campeão mundial de todos os tempos.

Só que tem muitas coisas envolvidas nos bastidores. E o final, todo mundo já sabe.

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Marcas

Um recorde interessante alcançado na prova da China: foi a prova com o maior número de pilotos cruzando a linha de chegada em toda a história da Fórmula 1: 23. A marca anterior, 22 pilotos, pertencia ao GP da Inglaterra de 1952 (!).

Epic Fails do GP:

1) Toro Rosso e o pneu (não) colocado no carro de Jaime Alguersuari. A equipe foi multada em 10 mil euros.

2) A batida de Sérgio Pérez em Adrian Sutil. Pérez conseguiu ser punido duas vezes no mesmo GP.

3) Jenson Button e seu pitstop: o piloto foi ao local destinado à Red Bull. Com isso, perdeu a posição para Vettel e a chance de chegar ao pódio.

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Briatore deve estar rindo à toa: à Ferrari só resta a sorte.

A Ferrari está amargando papel de coadjuvante em 2011

Mais uma corrida pífia da equipe italiana, sendo superada pelos outros quatro times 'de ponta' de modo aparentemente fácil: toda vez que os McLaren, Red Bull e a Mercedes (com Nico Rosberg) tiveram chances de se aproximar dos carros da Scuderia, obtiveram sucesso. Somente Schumacher não conseguiu superar Alonso, tendo protagonizado boas brigas com o bicampeão, que por duas vezes esteve atrás do hepta e ultrapassou-o.


Porém, isso está longe de ser suficiente.

Diferentemente da Malásia, na China Massa foi realmente melhor do que Alonso na corrida, e isso se deveu, mais uma vez, à largada. Fernando tem feito inícios de prova realmente ruins nesse começo de temporada – sem tirar os méritos de Felipe. As poucas chances que o espanhol tem se esvaem logo na primeira curva e, invariavelmente, ele precisa protagonizar recuperações.

A Felipe, vencer Alonso é realmente um objetivo claro e necessário. Porém, assusta a forma com que muitos têm tratado esse duelo: parece que Massa está disputando a “Copa Jim Clark”.

Já surgiram algumas declarações após a etapa de Shanghai, que dão conta de um descontentamento geral: por parte do espanhol, “precisamos melhorar nosso equipamento em todos os aspectos” . Já o poderoso chefão Lucca di Montezemolo disse que a Ferrari está em um “momento muito delicado” e quer “uma reação imediata".

A promessa é de que na temporada europeia a coisa melhore, pelo menos um pouco.

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Tenho um amigo que disse que “depois que os italianos voltassem a controlar a Ferrari, a coisa iria descambar” . Talvez ainda esteja cedo pra falar que sim, mas parece que ele estava certo.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Ultrapassagens

Absolutamente sensacional o texto "Em busca da ultrapassagem perfeita", de Eduardo Correa, publicado no GP Total. Uma análise precisa e imparcial, avaliando as maiores e melhores ultrapassagens de todos os tempos.

Altamente recomendável.

domingo, 10 de abril de 2011

Eu já vi esse filme...

Foi por uma falha mecânica idêntica a essa que Senna saiu da pista, em Ímola-1994.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Mala(ia)s

Nesse fim-de-semana acontece o GP da Malásia, que promete revelar como será a temporada de 2011. No GP Total, um texto comentando alguns dos comentários mais interessantes no pré-GP.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Cisne Negro

Para quem assistiu o filme "Cisne Negro", a história da bailarina Nina é tão bonita quanto chocante: integralmente dedicada à sua profissão e em busca da perfeição.

Mas não é algo apenas do cinema: houve um piloto que era exatamente assim.

segunda-feira, 7 de março de 2011

10 anos se passaram...

Fernando Alonso completou, na última sexta-feira, 10 anos de sua estreia na Fórmula 1.

Entre polêmicas, dois títulos mundiais, alguns acidentes e quatro equipes, para mim, a imagem que fica é essa:


Videos tu.tv

sexta-feira, 4 de março de 2011

Top 5 "Injustiças"

No último post, relembramos outro grande momento de Damon Hill e mencionamos seu magnífico GPda Hungria de 1997. Essa e outras 4 corridas fantásticas que resultaram em frustração final foram o tema da mais recente coluna do GP Total.

Você lembra de alguma outra que mereça ser citada?

Damon Hill e a Arrows, em 1997.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Hill vs Frentzen

Ok: Damon Hill está longe de ser um dos gênios da F-1, mas realizou algumas façanhas memoráveis, como a sua praticamente vtória na Hungria em 1997 dirigindo uma Arrows - algo como se uma Lotus vencesse hoje - além do belíssimo triunfo no Japão, em 1994.

E foi no mesmo Japão, só que em 1998, que ele realizou uma das grandes (e pouco lembradas) ultrapassagens da Fórmula 1 moderna:


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O maior dos fãs

Hoje George Harrison, o eterno guitarrista dos Beatles, estaria comemorando seu 68º aniversário. OK, mas o que isso tem a ver com um blog sobre Fórmula 1? Lendo a coluna Harrison, 68 você descobre.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O que esperar de Schumacher?

Essa é a pergunta feita em texto publicado no GP Total.

Confiram!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Que Saudades Kimi dá!

A Fórmula 1 atual carece de muitas coisas. Principalmente de personagens sensacionais como Kimi Raikkonen. Esse é o tema da coluna publicada no GP Total.


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Senna não é Pelé (Ainda bem!) - parte 2

Agora, comentários mais específicos sobre o artigo "Senna não é Pelé", de Ademir Luiz (AL), publicado na Revista Bula.

Para justificar o título, o autor faz duas comparações entre o piloto e jogador: entre os documentários sobre ambos, e sobre as posições que ambos ocupam nos respectivos esportes.

Segundo AL, "Pelé está absolutamente acima e foi muito melhor que todos e quaisquer outros jogadores desde a criação do esporte", enquanto que "Senna está no mesmo nível de quase uma dezena de pilotos".

Ok, é a opinião, e cada um tem a sua.

Mas, como veremos, o autor procurou defender sua opinião negando, aumentando ou inventando fatos a favor/contra Senna e Pelé.

Quem clicar no link do texto que disponibilizamos acima, verá que AL usou opiniões de Mansell, Chico Rosa, Nelson Piquet, Osamu Goto e Niki Lauda que, de alguma forma, foram contrárias a ideia de que Senna tenha sido o melhor dos pilotos ou um ser humano decente.

Porém, Primeiro, por somente ter usado críticas, o que por si só mostra o enviesamento do texto, e mostra que o objetivo de Luiz não é, de forma nenhuma, tentar analisar se Senna pode ter sido o melhor dos pilotos.

Segundo, até mesmo das opiniões críticas, o autor limita sua escolha a personagens que podem ter mudado de opinião a respeito de Ayrton -- como Niki lauda mudou, desfavoravelmente, e Ademir lembra, lógico.

Sobre Mansell e Osamu Goto, AL descartou todas as opiniões favoráveis --e foram/são várias-- e se ateve a uma crítica - no caso de Goto, não chega nem a ser uma crítica, mas uma comparação.

E quando aponta CHico Rosa, tentando dar-lhe a autoridade do conhecimento, ele esquece-se que o ex-piloto esteve próximo de Nelson Piquet em seu início, ainda nas fórmulas menores. Seria como usar o depoimento de Berger a favor de Senna como se fosse o definitivo:

Ayrton era o piloto mais perfeito e mais dedicado que já existiu. Um conjunto de percepção, concentração, força e velocidade, aliado a um talento para dirigir verdadeiramente abençoado, e à capacidade de não cometer erros nos momentos decisivos. Tinha a visão absoluta do todo, sabia tudo e podia tudo. Ele estava simplesmente dois ou três degraus acima de todos nós. Alguém que não o conhecesse tão bem ou que não tivesse trabalhado com ele provavelmente não acreditaria. Certamente, hoje na Fórmula 1 há pilotos que pensam que poderiam ter derrotado Senna. Tudo que posso dizer quanto a isso é: Que pena, eles não sabem quão distantes estão de Ayrton. Tive a felicidade de conhecê-lo suficientemente bem para fazer essa avaliação. Ele era algo sobre-natural, não há outra maneira para expressar isso!”


Mas se a ideia, que ficou muito clara da parte dele, era comparar Senna e Piquet, sugiro que se leve em conta o que disse Gordon Murray, engenheiro que trabalhou sete anos com Piquet na Brabham, e alguns anos com Senna na McLaren.

Sobre Piquet, falou:

"(...)quando você tem um piloto que você contrata jovem, e você tem condições de adequá-lo ao mesmo espírito de trabalho que o time possui, e então este piloto permanece com a equipe por sete anos, você quase sempre consegue extrair o melhor dele, e Nelson era fantástico.

[Nessas condições] Você sempre tem sucesso. Sabe, não tem como não ter sucesso, assumindo que você construa um bom carro. Porque o piloto começa com a equipe muito jovem, então ele não vem com ‘vícios’ ou maus hábitos adquiridos em outros times, ou más lembranças de outras equipes, ou carros, ou motores... Você sabe, é o piloto começando com você. E se ele permanece com você por tanto tempo, você com certeza vencerá corridas. Mas é claro que com Nelson nós não apenas vencemos corridas, como vencemos também dois campeonatos. E aquilo foi fenomenal, de verdade.

(...) Foi muito similar ao meu herói, quando eu estava crescendo, ainda adolescente, e eu corria. Eu pilotava quando tinha 19 e 20 anos de idade, correndo de carros-esporte, e meu herói era Colin Chapman. E Colin Chapman tinha uma relação muito similar com Jimmy Clark. Eu diria que minha relação com Nelson era muito parecida com a que eles tiveram. E Chapman era outro que costumava aparecer com essas boas idéias e inovações, e Jimmy Clark estava sempre pronto para guiar as novas idéias. E Nelson era assim, ele amava as novas idéias, sabe?

(...)isso demonstra todo o seu comprometimento, mas muito mais importante do que isso, eu penso que Nelson estava aprendendo. Você sabe... Tudo a respeito do carro, e por que as coisas tinham sido projetadas daquela forma, e qual o propósito sob um ponto de vista aerodinâmico... Eu acho que isso deu a ele uma condição realmente boa. Mas eu tenho que dizer, dentre todos os pilotos com os quais trabalhei – e eu trabalhei com muita gente, como Graham Hill, Niki Lauda... Todo mundo... Prost, Senna... –, ele foi aquele que realmente se integrou à equipe da melhor forma, eu acho. "

Sobre Senna:

"Mas eu acho que psicologicamente Ayrton tinha o golpe mais forte, de verdade, porque ele era um pensador muito profundo, o Ayrton. E psicologicamente ele iria começar o treino classificatório ou a corrida num nível mental superior ao que Alain Prost costumava, e é aí que eu penso que ele tinha vantagem.

Mas, novamente, ele era muito bom com os mecânicos. Ele se entendia muito bem comigo, eu tinha uma relação muito boa com ele. Não trabalhamos juntos tempo o bastante para que essa relação se desenvolvesse no mesmo tipo de relacionamento que eu tive com Nelson, por exemplo, mas ainda assim era uma relação de trabalho muito boa. E... Ele era totalmente dedicado à sua equipe, mas também à sua pilotagem. Sabe, ele nunca parava de pensar onde poderia melhorar, ele continuava trabalhando mesmo quando estava longe da pista... E eu realmente o respeitava por isso. E ele era um amigo muito próximo também... Eu... (longa pausa) Eu me dava muito bem com o rapaz...

(...)Ele era rápido, mas eu penso que o jeito de descrevê-lo muito melhor é dizendo que ele foi o piloto mais completo. Você pode ser rápido, e ainda assim não vencer muitas corridas. Porque você não é capaz de interpretar a engenharia, você tende a cometer erros, por exemplo... Ou você é rápido alguns dias e não tão rápido nos outros dias... Eu trabalhei com muitos pilotos que só são rápidos quando tudo está perfeito. E se algo não estiver como eles gostam, eles não conseguem render. E Ayrton nunca era assim. Ele era rápido sob praticamente quaisquer circunstâncias, porque ele pensava sobre tudo, ele se adaptava às circunstâncias, ou trabalhava com o time para melhorar o carro.

E ele costumava dedicar muito de seu tempo ao desempenho nos treinos de qualificação, para largar na melhor posição possível. Muito mais tempo do que a imensa maioria dos outros pilotos. Ele se integrava bem com o time, seu feedback aos engenheiros era muito bom, e ele tinha muito cuidado com a mecânica dos carros. Muito bom em relação controlar o desgaste de pneus, carro, motor e caixa de câmbio. E isso é o que eu chamo de um piloto completo. E ele era rápido também, é claro. Ele foi certamente o piloto mais completo com o qual eu trabalhei, e essa realmente foi a razão pela qual ele obteve tanto sucesso. "

Como se vê, é possível contar mentiras somente usando-se da verdade.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Senna não é Pelé (Ainda bem!)

Publicaremos aqui um texto escrito na forma de comentário no site da revista Bula, sobre as críticas do autor a Senna, que incorreram de um paradoxal endeusamento a Pelé.

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O texto é válido partindo da premissa de que todos os mitos (religiosos, históricos, artísticos, esportivos, culturais, etc), TODOS, devem ser questionados, analisados, e compreendidos. É saudável questionar, mas somente se for no sentido de buscar entender a razão de tais coisas terem se transformado em mitos.

Isso me faz lembrar de um artigo escrito por ninguém menos que José Miguel Wisnik, no final da década de 1970, sobre Roberto Carlos: Parafraseando esse grande músico e pensador da música, eu digo: "A crítica não está preparada para falar de Ayrton Senna. Bate com diferentes intensidades na mesma tecla: marqueteiro. Cansa de dizer o óbvio: que é cada vez mais idolatrado. Dança. Esquece de pensar o oculto mais óbvio: que tipo de força o sustém no ar por tanto tempo. Por que ele?"

Ademir Luiz, imerso no próprio ego de professor universitário da área de humanas (uma área em que dificilmente vemos pessoas extrovertidas, humildes e que não pensem terem a eterna fonte da juventude), questiona o mito Ayrton Senna, mas comete dois erros fundamentais: 1) não busca entendê-lo; 2) mitifica ainda mais, e blinda os questionamentos a tal, o mito Pelé.

Começando pela parte de Pelé, podemos ir para diversos tópicos:

I. Gerd Muller, Josef Bican e Arthur Friedenrich marcaram mais gols que Pelé ao longo de suas carreiras;

II. Bican e Romário, tão criticado por aqui por ter feito gols no Madureira, etc, superam Pelé em gols marcados em partidas OFICIAIS (!);

III. Pelé não marcou gols em 513 de suas 1375 partidas, ou seja: em 37,31% das partidas que disputou, Pelé não marcou gols;

IV. Isso joga uma luz sobre quando lemos que seu recorde de gols em uma partida foi de oito tentos, em 21 de novembro de 1964, no jogo Santos 11 a 0 Botafogo de Ribeirão Preto.

V. Pelé ganhou três copas do mundo, mas na de 1962 participou apenas da primeira partida: naquele campeonato, o grande nome foi Garrincha, sendo considerado, ao lado de Maradona-1986, como o jogador que "ganhou uma copa sozinho";

VI. Independente de Garrincha, o time de 1962 (base de 1958), era excelente, e provou que não era "pelé + 10": Didi foi considerado o melhor jogador da Copa de 1958;

VII. Pelé foi considerado o melhor jogador da Copa de 1970, jogando pela seleção que é tida como "a maior de todos os tempos";

VIII. Pelé é o grande artilheiro, mas nucna foi artilheiro de uma Copa do Mundo: Gerd Muller, ele de novo, fez 10 em 6 jogos em 1970.

IX. Pelé chegou a 12 gols em 14 partidas de Copa; muller tem 14 em 12, Fontaine 13 em 6; isso para não citar Ronaldo (15 em 19) e Klose (14 em 20);

X. Pelé não quis ir à Copa de 1974 - alegando ser uma questão de combate à ditadura que ele mesmo apoiara e desfrutara em 1970; a verdade não foi essa (dinheiro envolvido --Pelé percebeu que ganharia mais como garoto-propaganda do que como jogador--, além da consciência (oh!) de que já não era mais o maior jogador do mundo, posto ocupado por johan cruyff e franz beckenbauer);

XI. O Santos que, a exemplo da seleção brasileira da época, não era Pelé + 10, provaria essa verdade ao conquistar o título mundial de 1963 NÃO CONTANDO com Pelé nas duas partidas decisivas, em que o Santos venceu (ele participara do 1º jogo, que terminou em derrota santista);

XII. Pelé, tão citado como dono de "três copas e dois mundiais" tem, na verdade, duas copas e um mundial;

XIII. Pelé era conhecido por ser um atleta desleal em campo:

XIII.I. Por mais que seus defensores aleguem que ele apanhava demais (citando brasil v.portugal, em 1966), o recorde de faltas sofridas por um mesmo jogador em uma partida (23) e em um torneio (53) de Copa do Mundo é de Maradona, contra a Itália em 1982 e na Copa de 1990, respectivamente;

XIII.II. Seus defensores também aplaudem a cotovelada proferida por pelé no jogador fotnes, do uruguai, alegando que o uruguaio havia "acertado pelé", antes: é a mesma justificativa de sennistas para a batida com prost em 1990;

XIII.III. Os jogadores Kiesman, alemão, e Procópio, brasileiro, zagueiro, promessa contada por todos da época, tiveram suas pernas quebradas em entradas de Pelé: o brasileiro, inclusive, passou 5 anos tentando voltar aos gramados até que teve mesmo de abandonar sua carreira ("tive vontade de matar o Pelé", disse);

XIV. A propagada 'ambidestria', o drible e o 'cabeceio', como 'provas' de que Pelé era "o mais completo", são também características de Di Stefano e Meazza, para ficar nos históricos, do hlandês Van Basten nos anos 80, e hoje Cristiano Ronaldo exibe todos esses fundamentos;

XV. Milhões de brasileiros preferem Garrincha - "A Alegria do povo";

XVI. Falando do ser humano ("cavalheiro chamado Edson", segundo o autor), é engraçado como o autor questiona a sexualidade de Ayrton Senna ("O tão falado 'amigo' de infância"), numa característica homofóbica gritante, sendo que Pelé admitiu, em entrevista à PLAYBOY (a mesma na qual disse que mandou Xuxa 'perder a virgindade com outro homem para depois transar com ele'), que perdeu a virgindade com um garoto, quando tinha seus 14 anos;

XVII. Pelé negou uma filha, e seus defensores alegam que ela só queria dinheiro; Quando ela morreu, de câncer, aos 42 anos, Pelé enviou uma coroa de flores e nada mais; Maradona e Ronaldo, para citar dois, reconheceram filhos "extra" casamento;

XVIII. Coutinho, em entrevista nos anos 80: "Se eu soubesse quem era Pelé, ele nunca teria feito 1000 gols. O homem que conheci no Santos não é amigo de ninguém, só pensa em si mesmo".

XIX. Pelé desviou dinheiro da Unicef (700 mil dólares pagos por uma 'aparição' do rei em Buenos Aires, 1995): ele recebeu e não houve show;

XX.
Pelé desviou dinheiro do Flamengo em transação com a ISL, mediada pela "Pelé Sports";

(Nos dois casos, seus defensores alegam que Edson foi enganado por seu sócio)

XXI. Pelé teve outro relacionamento fora do casamento e, depois que o caso iria estourar, ofereceu pagar cirurgia de reconstituição do hímen à sua amante;

XXII. Pelé é até hoje lembrado como, talvez, o pior ministro dos esportes que o brasil já teve.

O autor tentou, de todas as maneiras, dizer que Senna não foi superior nem como ser humano nem como piloto. Para dizer que Pelé, sim, o foi.

Como vimos, essa não é a realidade.

O que não me impede de, ainda assim, considerá-lo o melhor da história do futebol: mas Maradona, Garrincha, Cruyff, Di Stefano, Puskas e Beckenbauer, chegaram muito, muito próximos.

E como ser humano, bem... Parafraseando André Fontenelle, Edson "foi outra coisa".